quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Alecrim (Rosmarinus officinalis L.)


Os atributos do alecrim são tão importantes como os da aspérula-odorífera; datam do século XVII e vêm da europa central. Diz-se que a rainha Isabel da Hungria, septuagenária e depauperada pela doença, recuperou a saúde e rejuvenesceu graças ao alecrim. A receita da água da juventude água da rainha da Hungria, que ela própria preparava, está ao alcance de toda a gente, pois para obter basta juntar e misturar os alcoolatos de alfazema, alecrim e poejo. Como muitas outras labiadas, o alecrim actua sobre o sistema nervoso, pois estimula os asténicos, fortalece as memórias enfraquecidas e eleva o moral dos deprimidos. A sua acção terapêutica inicia-se com a colheita, que pode ser efectuada em qualquer época do ano nas colinas meridionais. O estado espontâneo e a liberdade da planta conferem-lhe vigor, mantém-se bonito, conserva as suas características aromáticas, mas é menos eficaz que o alecrim espontâneo. As abelhas que o visitam produzem um excelente mel, de gosto intenso, denominado mel de alecrim.
Família: Lamiáceas (Labiadas).
Componentes: Óleo essencial, ácidos orgânicos, heterósidos, saponósidos, colina.
Propriedades: Anti-espasmódico, anti-séptico, colagogo, diurético, estimulante, estomáquico, tónico e vulnerário.
Uso Tradicional: Asma, astenia, celulite, colesterol, convalescença, depressão, entorse, enxaqueca, memória, nervosismo, pele,
rugas, sono, torcicolo.
Produtos C.H.I. com Alecrim: Lecigluten Forte (Amp.), Lecigluten Forte (Cáp.), Lecigluten (Xar.), TopCerebral (Amp.).

Alcachofra (Cynara scolymus sin. Cynara Cardunculus L.)


Planta próxima do cardo-do-coalho, Cynara scolymus, das regiões mediterrânicas, a alcachofra é uma mera variedade não espinhosa dessa planta, que provavelmente surgiu por mutação nas culturas nos inícios do século XV. Considerada durante muito tempo uma hortaliça rara, é hoje abundantemente cultivada nas regiões atlânticas com invernos suaves. A alcachofra era já apreciada como diurético e afrodisíaco no século XVI e considerada em certos meios no século XVIII como tratamento específico da icterícia. No entanto, a sua fama terapêutica deve-se essencialmente aos trabalhos de vários médicos no início do século XX, os quais demonstraram a sua importância nas afecções hepatobiliares. Na planta deve distinguir-se a flor, parte edível, constituída por um capítulo de grandes dimensões, do qual se consome em culinária o reáculo carnudoácteas, denominadas impropriamente folhas, e a folha larga e muito recortada, unida ao caule, que é a parte utilizada em medicina.
Família: Asteráceas (Compostas).
Componentes: Mucilagem; pectina; tanino; ácidos orgânicos: mácico, glicérico e glicólico; componentes flavônicos glicosideos (cinarosídeo e scolimosídeo); cinaropicrina (principal constituinte amargo); enzimas; pró-vitamina A, entre outras vitaminas.

Propriedades: Antidiarreico, aperitivo, colagogo, colerético, depurativo, diurético, hipoglicemiante, tónico.
Uso Tradicional: Arteriosclerose, celulite, colesterol, diabetes, fígado, gota.