quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Anfetaminas

Retirando um tempo pra dedicar a comentar sobre essa droga.O que são anfetaminas? Quais são? O que será que ela é capaz de fazer? Aspecto? Efeitos? Riscos? Aspectos positivos ( será que existem? )? 



As anfetaminas são drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas mais “acesas”, “ligadas” com “menos sono”, “elétricas”, etc. É chamada de rebite principalmente entre os motoristas que precisam dirigir durante várias horas seguidas sem descanso, a fim de cumprir prazos pré-determinados. Também é conhecida como bolinha por estudantes que passam noites inteiras estudando, ou por pessoas que costumam fazer regimes de emagrecimento sem o acompanhamento médico.
Nos USA, a metanfetamina (uma anfetamina) tem sido muito consumida na forma fumada em cachimbos, recebendo o nome de “ICE” C gelo).
Outra anfetamina, metilenodióximetanfetamina (MDMA), também conhecida pelo nome de “Êxtase”, tem sido uma das drogas com maior aceitação pela juventude inglesa e agora, também, com um consumo crescente nos USA.
As anfetaminas são drogas sintéticas, fabricadas em laboratório. Não são, portanto, produtos naturais. Existem várias drogas sintéticas que pertencem ao grupo das anfetaminas e como cada uma delas pode ser comercializada sob a forma de remédio, por vários laboratórios e com diferentes nomes de fantasia, temos um grande número destes medicamentos, conforme mostra a tabela.
Tabela – Nomes comerciais de alguns medicamentos à base de drogas do tipo anfetamina, vendidos no Brasil. Dados obtidos do Dicionário de Especialidades Farmacêuticas – DEF – ano 1996/1997.
Droga do tipo AnfetaminaProdutos (remédios comerciais) vendidos nas farmácias
Dietilpropiona ou AnfepramonaDualid S; Hipofagin S; Inibex S; Moderine
FenproporexDesobesi-M; Lipomax AP; Inobesin
MazindolDasten; Fagolipo; Absten-Plus; Diazinil; Dobesix
MetanfetaminaPervitin*
MetilfenidatoRitalina

Aspectos das Anfentaminas 


As anfetaminas são substâncias de origem sintética e com efeitos estimulantes. São freqüentemente chamadas de speed, cristal ou anfes. As anfetaminas, propriamente ditas, são a dextroanfetamina e a metanfetamina.
Quando estão em estado puro têm o aspecto de cristais amarelados com sabor amargo. No entanto podem também ser encontradas sob a forma de cápsulas, comprimidos, pó (geralmente branco, mas também pode ser amarelo ou rosa), tabletes ou líquido. As anfetaminas, quando vendidas ilegalmente, podem ser misturadas com outras substâncias, tornando-as bastante perigosas. São, por vezes, chamadas de droga “suja”, dado que o seu grau de pureza pode ser de apenas 5%.
São geralmente consumidas por via oral, intravenosa (diluídas em água), fumadas ou aspiradas (em pó). A forma menos prejudicial e consumir anfetaminas é engolindo-as (não misturadas com álcool). A inalação danifica as mucosas do nariz e injetar é a forma mais perigosa de usar esta ou qualquer outra droga, dado que aumenta o risco de overdose e de problemas físicos ou contágio de doenças.
As anfetaminas estimulam o Sistema Nervoso, atuando na noradrenalina, um neurotransmissor. Os sistemas dopaminérgicos e serotonérgicos são também afectados. Imitam os efeitos da adrenalina e noradrenalina – permitem ao corpo efetuar atividade físicas em situações de stress.
Têm sido principalmente utilizadas para tratamento da obesidade, uma vez que provocam perda de apetite. Foram também bastante utilizadas para tratar depressão, epilepsia, Parkinson, narcolepsia e danos cerebrais em crianças. Existem vários produtos à venda no mercado: Benzedrine, Bifetamina, Dexedrine, Dexamil, Methedrine, Desoxyn, Desbutal, Obedrin e Amphaplex.


Origem

Apesar da planta Éfedra ser utilizada na medicina chinesa, como anti-asmático, desde tempos remotos, a sua utilização na medicina ocidental era nula. O isolamento e estudo da efedrina por Chen e Schmidt surge apenas em 1926, abrindo as portas para a produção de anfetaminas. Os anos 30 foram particularmente ricos em ensaios clínicos neste âmbito, marcando-se em 1938 o início da comercialização da metanfetamina. Inicialmente as anfetaminas foram fármacos facilmente prescritos, utilizados para o tratamento da narcolepsia, obesidade, doença de Parkinson, asma, etc.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foram administradas de forma maciça aos soldados (tanto aliados como das potências do Eixo) para combater a fadiga, reforçar a resistência, elevar o moral e manter o estado de alerta. A produção de anfetaminas em série para dar resposta aos pilotos da Luftwaffe (a força aérea de Hitler), originou grandes excedentes que acabaram por provocar uma epidemia anfetamínica no Japão. A droga era cedida a operários fabris japoneses como forma de eliminar a sonolência e embalar o espírito, o que acaba por provocar um aumento de 500 000 viciados neste país no pós-guerra.
Finda a guerra, começaram a ser descobertas as conseqüências do consumo regular. Como conseqüência, iniciam-se as tentativas de restrição, nomeadamente no Japão, enquanto que outros países adoptam políticas de tolerância.
Na década de 50, os militares norte americanos em serviço no Japão e Coreia começam a utilizar uma mistura injetável de anfetamina e heroína, à qual chamam speedball.
Nos anos 60 verifica-se um aumento no consumo de anfetaminas, as quais, apesar de serem produzidas de forma legal, eram obtidas por meios menos lícitos. Em 1965, ocorre nova epidemia anfetamínica na Suécia concomitante com o fornecimento gratuito da droga pelo serviço nacional de saúde; ela foi tornada ilegal pouco tempo depois.
Quando era uma droga legal, tornou-se bastante popular entre os camionistas e entre o pessoal que trabalhava no negócio dos aprovisionamentos devido à suas propriedades estimulantes. Estes grupos que usavam anfetaminas para fins “profissionais”, isto é, com o objetivo de os ajudar a cumprir as suas tarefas, quer elas fossem conduzir muitas horas seguidas ou permanecer à noite sem dormir, conseguiam manter um rigoroso controlo em relação ao seu consumo. Nos anos 70 começaram a ser muito procurada pelas classes trabalhadoras mais jovens, tendo-se perdido um pouco do referido controlo. É nesta altura que surgem os chamados "speed freeks", indivíduos que ficam vários dias acordados sob o efeito de anfetaminas, mas com aspecto debilitado devido à redução do apetite.
Curiosamente, esta droga não foi muito bem acolhida entre os hippies como é visível em slogans como “speed kills”. O seu uso permaneceu restrito na Holanda, ao contrário do Japão ou Escandinávia.
No contexto do aumento do consumo desta substância, o turismo e a sua massificação desempenham um papel bastante importante, dado que facilitaram aos indivíduos do norte da Europa o acesso a esta droga, a qual era pouco controlada nos países do sul.
A Convenção de Viena em 1971 marcou o aumento do controlo das anfetaminas. Foi nesta altura que foram sendo retirados do mercado os produtos farmacêuticos que continham anfetaminas, chegando mesmo à sua supressão em alguns países. Conseqüentemente, nos anos 80 floresce o mercado negro de produção ilegal.
Em Portugal, alguns fármacos foram muito consumidos e objeto de abuso de natureza toxicómana, tendo estes sido retirados do mercado. Na segunda metade dos anos 80 e princípio dos anos 90, o Dinintel foi muito procurado, chegando alguns toxicodependentes a consumir mais de 50 cápsulas por dia; este fármaco foi reclassificado. No nosso país não existem atualmente anfetaminas puras no mercado lícito e são difíceis de encontrar no ilícito.
Nos últimos anos, o consumo de anfetaminas aumentou significativamente na Europa, principalmente associado à “dance culture”.

Efeitos

As anfetaminas agem de uma maneira ampla afetando vários comportamentos do ser humano. A pessoa sob sua ação tem insônia (isto é, fica com menos sono) inapetência (ou seja, perde o apetite), sente-se cheia de energia e fala mais rápido ficando “ligada”. Assim, o motorista que toma o “rebite” para não dormir, o estudante que ingere “bolinha” para varar a noite estudando, um gordinho que as engole regularmente para emagrecer ou ainda uma pessoa que se injeta com uma ampola de Pervitin ou com comprimidos dissolvidos em água para ficar “ligadão” ou ter um “baque” estão na realidade tomando drogas anfetamínicas.
A pessoa que toma anfetaminas é capaz de executar uma atividade qualquer por mais tempo, sentindo menos cansaço. Este só aparece horas mais tarde quando a droga já se foi do organismo; se nova dose é tomada as energias voltam embora com menos intensidade. De qualquer maneira as anfetaminas fazem com que um organismo reaja acima de suas capacidades exercendo esforços excessivos, o que logicamente é prejudicial para a saúde. E o pior é que a pessoa ao parar de tomar sente uma grande falta de energia (astenia) ficando bastante deprimida, o que também é prejudicial, pois não consegue nem realizar as tarefas que normalmente fazia antes do uso dessas drogas.
-Efeitos no resto do corpo
As anfetaminas não exercem somente efeitos no cérebro. Assim, agem na pupila dos nossos olhos produzindo uma dilatação (o que em medicina se chama midríase); este efeito é prejudicial para os motoristas, pois à noite ficam mais ofuscados pelos faróis dos carros em direção contrária. Elas também causam um aumento do número de batimentos do coração (o que se chama taquicardia) e um aumento da pressão sanguínea. Aqui também podem haver sérios prejuízos à saúde das pessoas que já têm problemas cardíacos ou de pressão, que façam uso prolongado dessas drogas sem o acompanhamento médico, ou ainda que se utilizarem de doses excessivas. 
Se uma pessoa exagera na dose (toma vários comprimidos de uma só vez) todos os efeitos acima descritos ficam mais acentuados e podem começar a aparecer comportamentos diferentes do normal: ela fica mais agressiva, irritadiça, começa a suspeitar de que outros estão tramando contra ela: é o chamado delírio persecutório. Dependendo do excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia e até alucinações. É a psicose anfetamínica. Os sinais físicos ficam também muito evidentes: midríase acentuada, pele pálida (devido à contração dos vasos sanguíneos) e taquicardia.
Essas intoxicações são graves e a pessoa geralmente precisa ser internada até a desintoxicação completa. Às vezes durante a intoxicação a temperatura aumenta muito e isto é bastante perigoso pois pode levar a convulsões.
Finalmente trabalhos recentes em animais de laboratório mostram que o uso continuado de anfetaminas pode levar à degeneração de determinadas células do cérebro. Este achado indica a possibilidade de o uso crônico de anfetaminas produzir lesões irreversíveis em pessoas que abusam destas drogas.



Riscos


O consumo de anfetaminas pode provocar sede, transpiração, desidratação, diarréia, taquicardia, aumento da tensão arterial, náuseas, má disposição, dor de cabeça, tonturas, vertigens, sono conturbado e pouco reparador. São frequentes tiques exagerados e anormais da mandíbula ou movimentos estereotipados. Nos casos de perda de apetite devido ao uso constante de anfetaminas, poderá ocorrer o risco de desenvolvimento de uma anorexia nervosa, desnutrição e até morte.
O consumo crônico pode conduzir a uma acentuada perda de peso e exaustão, redução da resistência às infecções, testículos volumosos e doridos, tremores, afasia, perturbações no ritmo cardíaco, dores nos músculos e nas articulações. Pode ainda ocorrer falha súbita no coração, por exemplo no caso de atletas dopados.
É possível a ocorrência de uma reação tóxica no organismo - psicose anfetamínica – com duração variável (até algumas semanas), a qual se caracteriza por irritabilidade, hiper-excitabilidade, insônia, tremores, alucinações e até a morte, em casos extremos. É confundida frequentemente com esquizofrenia.

A sobredosagem pode provocar inquietação, alucinações, aumento da temperatura corporal, taquicardia, náuseas, vômitos, cãibras no abdómen, fortes dores no peito, insuficiência respiratória e cianose, aumento da circulação sanguínea, dificuldade de micção, perda de consciência, convulsões e morte.
Pessoas com problemas cardíacos, tensão alta, doença mental, ansiedade e ataques de pânico ou que tomam drogas de prescrição médica como os IMO (inibidores das monoaminooxidases), betabloqueadores ou anti-depressivos, correm maiores riscos quando tomam anfetaminas.


Tolerância e Dependência


A tolerância pode ser rapidamente desenvolvida e é geralmente grande. Não ocorre uma real dependência física mas existe dependência psicológica. Nos casos de consumo continuado (speed run), que resultam em grande exaustão e depressão, estes efeitos poderão ser contrariados pela retoma do consumo, criando uma espécie de imitação de dependência física.


Síndrome de Abstinência


Os sintomas não são muito intensos. Poderá notar-se letargia, fadiga, apatia, sonolência, insônia ou hipersónia, depressão, dores musculares. A irritabilidade, alterações do sono e ideias suicidas, podem persistir durante meses.


Agora vocês podem me perguntar se existem aspectos positivos, será que existem mesmo? 



Quando sou solicitada a expressar minha opinião quanto ao tratamento de obesidade, abordo inicialmente a necessidade da mudança de perfil sedentário, acoplada a uma reorganização dietética. Porém, quando a questão básica é o tratamento farmacológico, nunca me esquivo. Em alguns casos é de suma importância pra própria saúde do paciente. Porém, existe todo um mundo de bioética envolvido em determinadas decisões.
Em contrapartida, existem casos extremos, mas é preferencial, que nesses casos, seja solicitado uma cirurgia.

É minha forma de pensar, e obviamente, cada um tem sua forma de analisar. Fica ao critério de quem ler o post.

Mas para não finalizar o post com um comentário unicamente meu, resolvi mostrar um comentário de um usuário de medicamento pra emagrecer. Sr. Eveline.

“Uso remédios para emagrecer há cerca de 17 anos (tenho 46 atualmente) com usos descontinuados com intervalos de 6 a 24 meses. Em todos os casos retornei ao peso anterior e cheguei a aumentar. Atualmente não sinto que estas drogas façam o mesmo efeito, mas sem elas o meu apetite aumenta e meu “vigor” diminui, visto que minhas atividades solicitam que eu tenha um “pique” bem intenso. E segue um círculo vicioso (nada virtuoso infelizmente). Já tive prescrição de fazer redução de estômago mas meu maior medo é o fato desta dependência. Intimamente nao sinto que, reduzindo o estomago, sentirei redução de apetite. Me sinto ma mulher esclarecida e inteligente (embora isto seja paradoxal em função de tomar estes “remédios”). Percebo nitidamente que minha memória está comprometida, embora não prejudique (ainda) minhas atividades. O Senhor poderia me dar alguma opinião, me sinto quase desesperada. sei que, como não sou sua paciente, fica dificil me apontar determinados caminhos, mas ficaria eternamente grata se tecesse comentários que me levem a repensar minhas atitudes e muda-las em meu benefício e também daqueles a quem amo.
Talvez seja interessante eu dizer que tenho lupus discoide diagnosticado há 20 anos e, por 4 X usei corticóides. Embora não possa colocar a responsabilidade nos corticoides do meu aumento de peso, pois tenho enorme predisposição hereditária.
Provavelmente o senhor nem lerá este email ou mesmo terá tempo de respondê-lo, mesmo assim anseio por uma resposta.
Meu nome de fato é Evelise mas por razões óbvias modifiquei meu sobrenome.”

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Transtornos alimentares estão associados a problemas de fertilidade, gravidez não planejada e sentimentos negativos em relação à gravidez, diz estudo publicado no BJOG


Os transtornos alimentares estão associados a problemas de fertilidade, gravidez não planejada e sentimentos negativos em relação à gravidez, segundo dados de uma nova pesquisa do King’s College London and UCL, publicado no BJOG (An International Journal of Obstetrics and Ginaecology).
O estudo Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC) analisou 11.088 mulheres. Elas foram convidadas a preencher questionários na 12° e na 18° semanas de gestação. Do número total de mulheres, 171 (1,5%) tiveram anorexia em algum momento de sua vida, 199 (1,8%) tiveram bulimia e outras 82 (0,7%) haviam sofrido ambas as condições. As 10.636 restantes (96%) formaram o grupo de comparação da população geral.
A maior proporção de mulheres (39,5%) com histórico de anorexia e bulimia levou mais de seis meses para engravidar em comparação com a população em geral (25%). No entanto, elas não eram mais propensas a demorar mais de 12 meses para conceber do que a população geral.
O estudo descobriu que mulheres com anorexia e bulimia fazem mais tratamento de infertilidade (6,2%) do que a população geral (2,7%). No entanto, as mulheres com anorexia eram mais propensas a relatar gravidezatual não intencional. Neste grupo de mulheres 41,5% disseram que sua gravidez foi não planejada, em comparação com 28,6% de mulheres na população geral. Em comparação com este achado, as mulheres comanorexia e bulimia foram duas vezes mais propensas a considerar que "a maternidade significa um período de sacrifício pessoal".
A maioria das mulheres relatou sentir-se feliz quando descobrem que estão grávidas (71%). No entanto, os transtornos alimentares estão ligados a sentimentos negativos em relação à gravidez. Uma análise posterior mostrou que mais do dobro das mulheres com anorexia e bulimia relatam sentir-se infeliz quando descobrem que estão grávidas (9,8%) em comparação com aquelas da população geral (3,8%) que relatam sentir-se infeliz quando descobrem que estão grávidas.
Segundo a autora do estudo, Abigail Easter, do Institute of Psychiatry do King’s College London, “esta pesquisa destaca que há riscos de infertilidade associados aos transtornos alimentares. Porém, as altas taxas degravidez não planejada em mulheres com histórico de anorexia sugerem que as mulheres podem estar subestimando suas chances de conceber”.
Mulheres que planejam engravidar devem, idealmente, procurar tratamento para seus transtornos alimentares antes da concepção e os profissionais de saúde devem estar cientes da possibilidade da ocorrência desses transtornos ao avaliar a fertilidade e fornecer tratamento para tais condições. As mulheres com transtornos alimentares necessitam de mais apoio profissional durante os períodos pré-natal e pós-natal.
Fonte: BJOG – An International Journal of Obstetrics and Ginaecology de 3 de agosto de 2011

FDA: fluconazol em altas doses e por tempo prolongado pode estar associado a malformações fetais


O uso prolongado e em altas doses de fluconazol durante a gravidez, no primeiro trimestre da gestação, pode estar associado a um conjunto raro e distinto de defeitos congênitos em recém-nascidos, segundo informa o Food and Drug Administration (FDA). Este risco não parece estar associado a uma dose única e baixa de fluconazol (150 mg) para o tratamento da infecção vaginal por Candida albicans (candidíase vaginal).
Existem relatos e casos publicados de defeitos congênitos em recém-nascidos cujas mães foram tratadas com altas doses de fluconazol (400-800 mg/dia) durante a maior parte ou durante todo o primeiro trimestre de gestação. As características observadas nessas crianças incluem braquicefalia, anormalidades da face, desenvolvimento anormal da calota craniana, fenda palatina ou lábio leporino, curvaturas anormais do fêmur, costelas magras e ossos longos, artrogripose e cardiopatias congênitas. Estes defeitos são semelhantes aos observados em estudos com animais.
Todos os medicamentos e substâncias são classificados pelo FDA em 5 categorias (A, B, C, D e X), de acordo com o grau de riscos à gestação, tomando por base, predominantemente, o uso da medicação durante o primeiro trimestre da gestação.
Com base nessas informações, a categoria de risco à gestação para o uso de fluconazol (exceto para o tratamento da candidíase vaginal) foi alterada da categoria C para a categoria D. A categoria de risco à gestação para uma dose única de fluconazol de 150 mg para o tratamento de candidíase vaginal permanece sendo a categoria C.
Medicamentos na categoria D incluem aqueles em que já existe evidência de risco para os fetos humanos, mas os benefícios em certas situações, como por exemplo nas doenças graves ou que põem em risco a vida e para as quais não existe outra alternativa terapêutica, podem fazer com que o uso durante a gravidez esteja justificado, apesar dos riscos.
Fontes: FDA