sexta-feira, 27 de abril de 2012

Hemograma e diagnóstico


Hemograma completo

Contagem de hemácias e índices hematimétricos
Este teste, também chamado de contagem de eritrócitos, é parte de uma contagem completa de sangue. É também usado para detectar a quantidade de hemácias em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. Os índices hematimétricos fornecem importantes informações sobre o tamanho, concentração de hemoglobina e peso da hemoglobina de uma hemácia média.
Objetivos
Fornecer dados para o cálculo do volume corpuscular médio e da hemoglobina corpuscular média, que revelam o tamanho da hemácia e o conteúdo de hemoglobina.
Dar suporte a outros testes hematológicos para o diagnóstico ou monitoração de anemia ou policitemia.
Auxiliar no diagnóstico e classificação das anemias.
Preparação do paciente
Jejum de 4 horas.
Valores de referência
Método: automatizado com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.
Os valores normais de hemácias variam, dependendo do tipo de amostra e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:
Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Crianças: 3,8 a 5,5 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Bebês a termo: 4,4 a 5,8 milhões de hemácias/ml de sangue capilar ao nascimento, diminuindo para 3,8 milhões de hemácias/ml na idade de 2 meses, e aumentando lentamente daí em diante.
Os índices hematimétricos testados incluem volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM).
VCM: 84 a 99mm3.
HCM: 26 a 32 pg.
CHCM: 31 a 36 g/dl.
Achados anormais
Uma contagem elevada de hemácias pode indicar policitemia absoluta ou relativa. Uma contagem deprimida de hemácias pode indicar anemia, sobrecarga de líquido ou hemorragia além de 24 horas. Teste adicionais, como, por exemplo, exame de célula colorida, hematócritos, hemoglobina, índices hematimétricos e estudos de glóbulos brancos são necessários para confirmar o diagnóstico.
Baixos VCM e CHCM indicam anemias microcíticas hipocrômicas causadas por anemia por deficiência de ferro, anemia sideroblástica ou talassemia. Um VCM alto sugere anemias macrocíticas causadas por anemias megaloblásticas, devido à deficiência de ácido fólico ou vitamina B12, desordens congênitas de DNA ou reticulocitose. Em razão do VCM refletir volume médio de muitas células, um valor dentro da faixa normal pode ocorrer em pacientes cujo tamanho de glóbulos vermelhos varia, e inclui células microcíticas e macrocíticas.
Hemoglobina Total
Este teste é usado para medir a quantidade de hemoglobina (Hb) encontrada em um decilitro (100 ml) de sangue total. Usualmente ele é parte de um hemograma completo.
A concentração de hemoglobina correlaciona-se estreitamente com a contagem de hemácias.
Objetivos
Medir a gravidade de anemia ou policitemia e monitorar a resposta à terapia.
Obter dados para o cálculo da hemoglobina corpuscular média e concentração de hemoglobina corpuscular média.
Valores de referência
Método: automatizado
As concentrações de Hb variam, dependendo do tipo de amostra retirada (amostras de sangue capilar para bebês e amostras de sangue venoso para todos os demais) e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:
Recém-nascidos: 14 a 20 g/dl
1 semana de idade: 15 a 23 g/dl
6 meses de idade: 11 a 14 g/dl
Crianças de 6 meses a 18 anos: 12 a 16 g/dl
Homens: 14 a 18 g/dl
Mulheres: 12 a 16 g/dl.
Achados anormais
Baixas concentrações de Hb podem indicar anemia, hemorragia recente ou retenção de líquido causando hemodiluição.
Hb elevada sugere hemoconcentração originária de policitemia ou desidratação.
Hematócrito
O exame de hematócrito (Ht) pode ser efetuado separadamente ou como parte de um hemograma completo. Ele mede a porcentagem por volume de hemácias contidas em uma amostra de sangue total – por exemplo, 40% de Ht indica 40 ml de hemácias contidas em uma amostra de 100ml. Essa concentração é obtida centrifugando-se o sangue total anti-coagulado em um tubo capilar, de forma que as hemácias sejam firmemente concentradas sem hemólise.
Objetivos
Auxiliar no diagnóstico de policitemia, anemia ou estados anormais de hidratação.
Auxiliar no cálculo de dois índices de hemácias: VCM e CHCM
Valores de referência
Método: automatizado.
O Ht é normalmente medido eletronicamente. Os resultados são até 3% mais baixos do que as medições manuais, que aprisionam o plasma na coluna de hemácias concentradas. Os valores de referência variam dependendo do tipo de amostra, do laboratório que estiver efetuando o teste e do sexo e idade do paciente, como segue:
Recém-nascidos: 42% a 60% de Ht
1 semana de idade: 47% a 65% de Ht
6 meses de idade: 33% a 39% de Ht
Crianças de 6 meses a 18 anos: 35% a 45% de Ht
Homens: 42% a 54% de Ht
Mulheres: 36% a 46% de Ht.
Achados anormais
Um Ht baixo sugere anemia, hemodiluição ou uma perda maciça de sangue. Um Ht alto indica policitemia ou hemoconcentração devido à perda sangüínea ou desidratação.
Contagem de Leucócitos
Uma contagem de glóbulos brancos, também chamada de contagem de leucócitos, é parte de uma contagem completa de sangue. Ela indica a quantidade de leucócitos em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. As contagens de leucócitos podem variar até em 2.000, em qualquer dia em particular, em função de exercício desgastante, tensão ou digestão. A contagem de leucócitos pode aumentar ou diminuir significativamente em determinadas doenças, porém é diagnosticamente útil somente quando o diferencial de glóbulos brancos e o estado clínico do paciente são levados em consideração.
Objetivos
Determinar infecção ou inflamação.
Determinar a necessidade de testes adicionais, como, por exemplo, o diferencial de leucócitos ou a biópsia de medula óssea.
Monitorar a resposta à quimioterapia, radioterapia ou outros tipos de terapia.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.
A contagem de leucócitos varia de 4.000 a 10.000/ml.
Achados anormais
Uma contagem elevada de leucócitos (leucocitose) com freqüência assinala uma infecção, como, por exemplo, um abscesso, meningite, apendicite ou amigdalite. Uma contagem alta de leucócitos pode também resultar de leucemia e necrose tecidual devido à queimaduras, infarto do miocárdio ou gangrena.
Uma contagem diminuída de leucócitos (leucopenia) indica depressão da medula óssea, que pode resultar de infecções virais ou de reações tóxicas, como, por exemplo, as que acompanham o tratamento com antineoplásicos, ingestão de mercúrio ou outros metais pesados, ou exposição ao benzeno ou arsênicos. A leucopenia caracteristicamente acompanha influenza, febre tifóide, sarampo, hepatite infecciosa, mononucleose e rubéola.
Diferencial de Leucócitos
O diferencial de leucócitos é usado para avaliar a distribuição e morfologia dos glóbulos brancos, fornecendo informação mais específica sobre o sistema imune do paciente do que a contagem de leucócitos isoladamente.
Os glóbulos brancos são classificados de acordo com os cinco tipos principais – neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos – sendo determinada a porcentagem de cada tipo. A contagem diferencial é o valor percentual de cada tipo de glóbulo branco no sangue. O número absoluto de cada tipo de glóbulo branco é obtido por meio da multiplicação do valor percentual de cada tipo pela contagem total de glóbulos brancos.
Os altos níveis desses glóbulos brancos estão associados com diversas respostas imunes e anormalidades. Algumas vezes é solicitada uma contagem de eosinófilos como um teste de acompanhamento, quando é relatado um nível elevado ou deprimido de eosinófilos.
Objetivos
Avaliar a capacidade para resistir e superar infecções.
Detectar e identificar diversos tipos de leucemia.
Determinar o estágio e gravidade de uma infecção.
Detectar reações alérgicas.
Avaliar a gravidade de reações alérgicas (contagem de eosinófilos).
Detectar infecções parasíticas.
Servir de suporte para o diagnóstico de outras doenças.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.
De forma a assegurar um diagnóstico preciso, os resultados de testes diferenciais devem ser interpretados em relação à contagem de glóbulos brancos totais (4.000 a 10.000/ml). Para adultos, os valores absolutos e porcentagens normais incluem o seguinte:
Basófilos: 0 a 200/ml; 0 a 2%
Eosinófilos: 40 a 500/ml; 1 a 5%
Linfócitos: 880 a 4.000/ml; 22 a 40%
Monócitos: 120 a 1.000/ml; 3 a 10%
Neutrófilos: 1.800 a 7.500/ml; 45 a 75%.
Para crianças, os valores absolutos e porcentagens normais podem diferir. As porcentagens são as seguintes:
Basófilos: 0 a 2%
Eosinófilos: 1 a 5%
Linfócitos: 45 a 75%
Monócitos: 3 a 10%
Neutrófilos: 22 a 40%.
Achados anormais
Os padrões diferenciais anormais fornecem evidência para uma ampla faixa de estados de doença e outras condições.
Contagem de Plaquetas
As plaquetas ou trombócitos, promovem a coagulação, ou seja, a formação de um coágulo hemostático em locais de comprometimento vascular.
A contagem de plaquetas é o mais importante teste de rastreamento da função plaquetária. As contagens precisas são vitais.
Objetivos
 Avaliar a produção ou utilização de plaquetas.
 Avaliar os efeitos da quimioterapia ou radioterapia na produção de plaquetas.
 Diagnosticar ou monitorar trombocitose ou trombocitopenia.
 Confirmar uma estimativa visual da quantidade e morfologia da plaqueta a partir de um filme sangüíneo colorido.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico com esfregaços corados.
As contagens normais de plaquetas variam entre 130.000 a 370.000/ml.
Achados anormais
Uma contagem diminuída de plaquetas (trombocitopenia) pode resultar de medula óssea aplástica ou hipoplástica; uma doença infiltrativa de medula óssea, como, por exemplo, carcinoma ou leucemia; hipoplasia megacariocítica; trombopoiese infecciosa proveniente de deficiência de ácido fólico ou vitamina B12; acúmulo de plaquetas em um baço aumentado; destruição aumentada de plaquetas devido à drogas ou desordens imunes; coagulação intravascular disseminada; síndrome de Bernard-Soulier; ou lesões mecânicas às plaquetas.
Uma contagem aumentada de plaquetas (trombocitose) pode resultar de hemorragias, desordens infecciosas; câncer; anemia por deficiência de ferro; cirurgia recente, gravidez, ou esplenectomia e desordens inflamatórias. Em tais casos, a contagem de plaquetas retorna ao normal após o paciente recuperar-se da desordem primária. Todavia, a contagem permanece elevada em trombocitemia primária, mielofibrose com metaplasia mielóide, policitemia vera e leucemia mielóide crônica. Em tais desordens, as plaquetas podem estar disfuncionais, resultando em sangramento.
Exames correlatos (ao hemograma completo)
VHS, reticulócitos, mielograma, etc.