Hemograma completo
Contagem de hemácias e índices hematimétricos
Este teste, também chamado de contagem de eritrócitos, é
parte de uma contagem completa de sangue. É também usado para detectar a
quantidade de hemácias em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. Os
índices hematimétricos fornecem importantes informações sobre o tamanho,
concentração de hemoglobina e peso da hemoglobina de uma hemácia média.
Objetivos
•Fornecer dados para o
cálculo do volume corpuscular médio e da hemoglobina corpuscular média, que revelam
o tamanho da hemácia e o conteúdo de hemoglobina.
•Dar suporte a outros
testes hematológicos para o diagnóstico ou monitoração de anemia ou policitemia.
•Auxiliar no diagnóstico e
classificação das anemias.
Preparação do paciente
Jejum de 4 horas.
Valores de referência
Método: automatizado com eventual estudo morfológico
em esfregaços corados.
Os valores normais de hemácias variam, dependendo do tipo
de amostra e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:
Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhões de hemácias/ml de
sangue venoso
Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhões de hemácias/ml de
sangue venoso
Crianças: 3,8 a 5,5 milhões de hemácias/ml de sangue
venoso
Bebês a termo: 4,4 a 5,8 milhões de hemácias/ml de
sangue capilar ao nascimento, diminuindo para 3,8 milhões de hemácias/ml na
idade de 2 meses, e aumentando lentamente daí em diante.
Os índices hematimétricos testados incluem volume
corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de
hemoglobina corpuscular média (CHCM).
VCM: 84 a 99mm3.
HCM: 26 a 32 pg.
CHCM: 31 a 36 g/dl.
Achados anormais
Uma contagem elevada de hemácias pode indicar policitemia
absoluta ou relativa. Uma contagem deprimida de hemácias pode indicar anemia,
sobrecarga de líquido ou hemorragia além de 24 horas. Teste adicionais, como,
por exemplo, exame de célula colorida, hematócritos, hemoglobina, índices
hematimétricos e estudos de glóbulos brancos são necessários para confirmar o
diagnóstico.
Baixos VCM e CHCM indicam anemias
microcíticas hipocrômicas causadas por anemia por deficiência de ferro, anemia
sideroblástica ou talassemia. Um VCM alto sugere anemias macrocíticas causadas
por anemias megaloblásticas, devido à deficiência de ácido fólico ou vitamina
B12, desordens congênitas de DNA ou reticulocitose. Em razão do VCM refletir
volume médio de muitas células, um valor dentro da faixa normal pode ocorrer em
pacientes cujo tamanho de glóbulos vermelhos varia, e inclui células
microcíticas e macrocíticas.
Hemoglobina Total
Este teste é usado para medir a quantidade de hemoglobina
(Hb) encontrada em um decilitro (100 ml) de sangue total. Usualmente ele é
parte de um hemograma completo.
A concentração de hemoglobina correlaciona-se estreitamente
com a contagem de hemácias.
Objetivos
•Medir a gravidade de
anemia ou policitemia e monitorar a resposta à terapia.
•Obter dados para o cálculo
da hemoglobina corpuscular média e concentração de hemoglobina corpuscular
média.
Valores de referência
Método: automatizado
As concentrações de Hb variam, dependendo do tipo de
amostra retirada (amostras de sangue capilar para bebês e amostras de sangue
venoso para todos os demais) e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:
Recém-nascidos: 14 a 20 g/dl
1 semana de idade: 15 a 23 g/dl
6 meses de idade: 11 a 14 g/dl
Crianças de 6 meses a 18 anos: 12 a 16 g/dl
Homens: 14 a 18 g/dl
Mulheres: 12 a 16 g/dl.
Achados anormais
Baixas concentrações de Hb podem indicar anemia, hemorragia
recente ou retenção de líquido causando hemodiluição.
Hb elevada sugere hemoconcentração
originária de policitemia ou desidratação.
Hematócrito
O exame de hematócrito (Ht) pode ser efetuado separadamente
ou como parte de um hemograma completo. Ele mede a porcentagem por volume de
hemácias contidas em uma amostra de sangue total – por exemplo, 40% de Ht
indica 40 ml de hemácias contidas em uma amostra de 100ml. Essa concentração é
obtida centrifugando-se o sangue total anti-coagulado em um tubo capilar, de
forma que as hemácias sejam firmemente concentradas sem hemólise.
Objetivos
•Auxiliar no diagnóstico de
policitemia, anemia ou estados anormais de hidratação.
•Auxiliar no cálculo de
dois índices de hemácias: VCM e CHCM
Valores de referência
Método: automatizado.
O Ht é normalmente medido eletronicamente. Os resultados
são até 3% mais baixos do que as medições manuais, que aprisionam o plasma na
coluna de hemácias concentradas. Os valores de referência variam dependendo do
tipo de amostra, do laboratório que estiver efetuando o teste e do sexo e idade
do paciente, como segue:
Recém-nascidos: 42% a 60% de Ht
1 semana de idade: 47% a 65% de Ht
6 meses de idade: 33% a 39% de Ht
Crianças de 6 meses a 18 anos: 35% a 45% de Ht
Homens: 42% a 54% de Ht
Mulheres: 36% a 46% de Ht.
Achados anormais
Um Ht baixo sugere anemia,
hemodiluição ou uma perda maciça de sangue. Um Ht alto indica policitemia ou
hemoconcentração devido à perda sangüínea ou desidratação.
Contagem de Leucócitos
Uma contagem de glóbulos brancos, também chamada de
contagem de leucócitos, é parte de uma contagem completa de sangue. Ela indica
a quantidade de leucócitos em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total.
As contagens de leucócitos podem variar até em 2.000, em qualquer dia em
particular, em função de exercício desgastante, tensão ou digestão. A contagem
de leucócitos pode aumentar ou diminuir significativamente em determinadas
doenças, porém é diagnosticamente útil somente quando o diferencial de glóbulos
brancos e o estado clínico do paciente são levados em consideração.
Objetivos
•Determinar infecção ou
inflamação.
•Determinar a necessidade
de testes adicionais, como, por exemplo, o diferencial de leucócitos ou a
biópsia de medula óssea.
•Monitorar a resposta à
quimioterapia, radioterapia ou outros tipos de terapia.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico
em esfregaços corados.
A contagem de leucócitos varia de 4.000 a 10.000/ml.
Achados anormais
Uma contagem elevada de leucócitos (leucocitose) com
freqüência assinala uma infecção, como, por exemplo, um abscesso, meningite,
apendicite ou amigdalite. Uma contagem alta de leucócitos pode também resultar
de leucemia e necrose tecidual devido à queimaduras, infarto do miocárdio ou
gangrena.
Uma contagem diminuída de
leucócitos (leucopenia) indica depressão da medula óssea, que pode resultar de
infecções virais ou de reações tóxicas, como, por exemplo, as que acompanham o
tratamento com antineoplásicos, ingestão de mercúrio ou outros metais pesados,
ou exposição ao benzeno ou arsênicos. A leucopenia caracteristicamente
acompanha influenza, febre tifóide, sarampo, hepatite infecciosa, mononucleose
e rubéola.
Diferencial de Leucócitos
O diferencial de leucócitos é usado para avaliar a
distribuição e morfologia dos glóbulos brancos, fornecendo informação mais
específica sobre o sistema imune do paciente do que a contagem de leucócitos
isoladamente.
Os glóbulos brancos são classificados de acordo com os
cinco tipos principais – neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e
monócitos – sendo determinada a porcentagem de cada tipo. A contagem
diferencial é o valor percentual de cada tipo de glóbulo branco no sangue. O
número absoluto de cada tipo de glóbulo branco é obtido por meio da
multiplicação do valor percentual de cada tipo pela contagem total de glóbulos
brancos.
Os altos níveis desses glóbulos brancos estão associados
com diversas respostas imunes e anormalidades. Algumas vezes é solicitada uma
contagem de eosinófilos como um teste de acompanhamento, quando é relatado um
nível elevado ou deprimido de eosinófilos.
Objetivos
•Avaliar a capacidade para
resistir e superar infecções.
•Detectar e identificar
diversos tipos de leucemia.
•Determinar o estágio e
gravidade de uma infecção.
•Detectar reações alérgicas.
•Avaliar a gravidade de
reações alérgicas (contagem de eosinófilos).
•Detectar infecções
parasíticas.
•Servir de suporte para o
diagnóstico de outras doenças.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico
em esfregaços corados.
De forma a assegurar um diagnóstico preciso, os resultados
de testes diferenciais devem ser interpretados em relação à contagem de
glóbulos brancos totais (4.000 a 10.000/ml). Para adultos, os valores absolutos
e porcentagens normais incluem o seguinte:
Basófilos: 0 a 200/ml; 0 a 2%
Eosinófilos: 40 a 500/ml; 1 a 5%
Linfócitos: 880 a 4.000/ml; 22 a 40%
Monócitos: 120 a 1.000/ml; 3 a 10%
Neutrófilos: 1.800 a 7.500/ml; 45 a 75%.
Para crianças, os valores absolutos e porcentagens normais
podem diferir. As porcentagens são as seguintes:
Basófilos: 0 a 2%
Eosinófilos: 1 a 5%
Linfócitos: 45 a 75%
Monócitos: 3 a 10%
Neutrófilos: 22 a 40%.
Achados anormais
Os padrões diferenciais anormais
fornecem evidência para uma ampla faixa de estados de doença e outras condições.
Contagem de Plaquetas
As plaquetas ou trombócitos, promovem a coagulação, ou
seja, a formação de um coágulo hemostático em locais de comprometimento
vascular.
A contagem de plaquetas é o mais importante teste de
rastreamento da função plaquetária. As contagens precisas são vitais.
Objetivos
• Avaliar a produção
ou utilização de plaquetas.
• Avaliar os efeitos
da quimioterapia ou radioterapia na produção de plaquetas.
• Diagnosticar ou
monitorar trombocitose ou trombocitopenia.
• Confirmar uma
estimativa visual da quantidade e morfologia da plaqueta a partir de um filme
sangüíneo colorido.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico
com esfregaços corados.
As contagens normais de plaquetas variam entre 130.000 a
370.000/ml.
Achados anormais
Uma contagem diminuída de plaquetas
(trombocitopenia) pode resultar de medula óssea aplástica ou hipoplástica; uma
doença infiltrativa de medula óssea, como, por exemplo, carcinoma ou leucemia;
hipoplasia megacariocítica; trombopoiese infecciosa proveniente de deficiência
de ácido fólico ou vitamina B12; acúmulo de plaquetas em um baço aumentado;
destruição aumentada de plaquetas devido à drogas ou desordens imunes;
coagulação intravascular disseminada; síndrome de Bernard-Soulier; ou lesões
mecânicas às plaquetas.
Uma contagem aumentada de plaquetas (trombocitose) pode
resultar de hemorragias, desordens infecciosas; câncer; anemia por deficiência
de ferro; cirurgia recente, gravidez, ou esplenectomia e desordens
inflamatórias. Em tais casos, a contagem de plaquetas retorna ao normal após o
paciente recuperar-se da desordem primária. Todavia, a contagem permanece
elevada em trombocitemia primária, mielofibrose com metaplasia mielóide,
policitemia vera e leucemia mielóide crônica. Em tais desordens, as plaquetas
podem estar disfuncionais, resultando em sangramento.
Exames correlatos (ao hemograma completo)
VHS, reticulócitos, mielograma, etc.
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