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O glicocorticoide em
seres humanos é o cortisol, o qual é usado como referência padrão. Os maiores
níveis ocorrem durante o sono antes de acordar, e os menores níveis à noite,
antes do inicio do sono.
O cortisol é secretado intermitentemente
através do dia por períodos que duram somente uns poucos minutos. Entre estes
pulsos de secreção, o córtex adrenal pode não secretar qualquer cortisol por
minuto a horas. A maior parte do cortisol (75%) é transportada no sangue por
uma globulina ligadora do cortisl (CBG); 15% é ligado à albumina e os restantes
10% são de cortisol livre.
Algumas situações como
a gravidez, uso de pílula anticoncepcional ou tratamento com estrógeno
estimulam a produção de CBG pelo fígado, resultando em altas concentrações
plasmáticas de cortisol sem hipercorticalismo funcional.
O cortisol é
metabolizado no fígado, sendo que apenas 1% do cortisol é excretado na urina na
forma ativa.
Através da introdução
de um grupo metila, hidroxila, ou flúor na posição 9 alfa da cortisona pode-se
produzir por meios sintéticos corticoides com diferentes potências anti-inflamatórias
e retentoras de sódio.
Devido ao maior uso do corticoide
pra doenças, foi conveniente produzir corticosteroides com grande potência anti-inflamatória
e menor atividade mineralocorticoide.
Principais
efeitos do corticoide:
Metabolismo
dos carboidratos: Os corticosteroides produzem uma
tendência à huperglicemia principalmente devido ao aumento da gliconeogênese
hepática e antagonismo periférico à ação da insulina resultando no músculo e
tecido gorduroso.
Classicamente os glicocorticoides
podem induzir o aparecimento de diabetes, que é considerado moderado, estável,
usualmente sem cetose, relacionado com a dose e a duração da administração. O
diabetes na maioria das vezes é reversível com a parada da administração do corticoide,
embora os indivíduos com predisposição genética possam permanecer diabéticos.
Metabolismo
protéico: O corticoide produz redução da massa muscular por
inibição da síntese protéica e aumento do catabolismo com balanço nitrogenado
negativo.
Metabolismo lipídico:
Terapêutica com altas doses de corticoide podem provocar aumento de VLDL e LDL.
Efeitos no crescimento:
Crianças que recebem excesso de corticosteroide exibem atraso no crescimento.
Isto ocorre por efeito direto no esqueleto, diminuição da absorção de cálcio no
intestino e efeito antianabólico e catabólico nas proteínas dos tecidos
periféricos. Além disso, os corticoides interferem com a secreção de GH e podem
antagonizar diretamente algumas de suas ações periféricas.
Efeito no metabolismo
da água: Os corticosteroides promovem aumento da reabsorção de sódio e excreção
de potássio pelo rim. Altas doses por tempo prolongado podem produzir alcalose metabólica
hipocalêmica. Aumentam o “clearance” de água livre devido a um efeito direto no
túbulo renal e a um aumento da taca de filtração glomerular. Os corticoides podem
também inibir a secreção de hormônio antidiurético (ADH), mas não se sabe se
diretamente ou por algum mecanismo indireto.
Efeito no metabolismo
de Cálcio: Os corticosteroides são potentes agentes antiinflamatórios e isto se
deve principalmente ao efeito de estabilização na membrana do lisossomo,
inibição da formação de cininas que causam vasodilatação, aumento da
permeabilidade capilar e dor (as cininas tem origem a partir do cininogênio por
ação da enzima calicreína.), os corticoides parecem atuar inibindo a
calicreína, inibem a proliferação de fibroblastos e reduzem a produção de
colágeno.
Efeito corticoide no
Eixo hipotálamo – pituitária- Adrenal (HPA): A duração da inibição do eixo HPA
depende da preparação do esteroide usado, da dose administrada, do tempo de
ingestão e se o corticoide é dado em uma ou duas doses diárias.
Há uma correlação
direta entre a potência anti-inflamatória e o grau de inibição produzido pelo esteroide.
Neste sentido, o poder de inibição do eixo HPA segua a sequencia: Dexametasona
> prednisona > hidrocortisona.
A administração de
doses terapêuticas de glicocorticoides leva à atrofia adrenocortical dentro de
uma semana. A dose supressora do ACTH é qualquer dose maior do que a quantidade
de secreção diária normal de cortial (30 mg/dia) que é o equivalente a 7,5 mg
de prednisona. Se esta dose de corticoide é dada VO ou EV, a supressão do ACTH
dura somente algumas horas porque o cortisol é rapidamente metabolizado. Se no
entanto esta mesma dose é feita intra-articular e ocorre liberação lenta do
hormônio, a supressão pode durar muitos dias.
A supressão do eixo HPA
é maior quando além da dose da manhã o paciente fez uso de uma dosa à noite,
que exerce ação supressora do ACTH. Com doses menores do que 7,5mg de
prednisona/dia a grande maioria dos pacientes mantém o eixo HPA responsivo.
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