quinta-feira, 16 de junho de 2011

Grávidas usando antiepilépticos: lamotrigina em dose menor que 300mg/dia mostrou as menores taxas de malformações fetais em estudo do The Lancet Neurology

A exposição pré-natal a medicamentos antiepilépticos está associada a maior risco de malformações congênitas, mas faltam informações adequadas sobre o assunto. Com o objetivo de estabelecer o risco de malformações congênitas após monoterapia com quatro tipos diferentes de medicamentos antiepilépticos em diferentes doses, foi publicado um estudo, no The Lancet Neurology, que diz que o uso de lamotrigina em doses menores que 300 mg/dia mostrou as menores taxas de malformações fetais quando comparado ao uso de ácido valproico, fenobarbital e carbamazepina.
Estudo observacional de coorte1, prospectivo, com a colaboração de médicos de 42 países, monitorou grávidas expostas à monoterapia com quatro diferentes antiepilépticos: carbamazepina, lamotrigina, ácido valproico e fenobarbital. Após exclusão de fatores como alterações genéticas ou cromossômicas e de gestações que terminaram em aborto espontâneo, foram avaliadas as taxas de malformações fetais em 1402 grávidas expostas à carbamazepina, 1280 à lamotrigina, 1010 ao ácido valproico e 217 ao fenobarbital. Um aumento nas taxas de malformações fetais com o aumento da dose próximo à concepção2 foi observado para todos os medicamentos. O risco de malformações fetais foi maior quando havia uma história familiar positiva para malformações congênitas. As menores taxas observadas foram com o uso de lamotrigina em doses inferiores a 300mg/dia e também com o uso de menos de 400mg/dia de carbamazepina. Comparadas ao uso de menos de 300mg/dia de lamotrigina em monoterapia, o risco de malformações fetais foi significativamente maior com o ácido valproico e o fenobarbital em todas as doses investigadas, e com a carbamazepina em doses maiores que 400 mg/dia.
O risco de malformações congênitas é influenciado não só pelo tipo de droga antiepiléptica, mas também pela dose prescrita e por outras variáveis​​, que devem ser levadas em consideração no tratamento da epilepsia3 em mulheres em idade fértil.
Fonte: The Lancet Neurology, volume 10, de julho de 2011