quarta-feira, 27 de outubro de 2010

História da farmacologia

As civilizações antigas usavam uma mistura de magia, religião e drogas para otratamento de doenças e as drogas freqüentemente eram tidas como mágicas, sendooriundas de plantas ou animais. Aquele que detinha o conhecimento sobre as drogase poções era respeitado e temido.
O conhecimento das drogas cresceu paralelamente ao conhecimento dasfunções orgânicas como anatomia, fisiologia, bioquímica, e ao desenvolvimento daquímica.
Farmacologia é a ciência voltada para o estudo das drogas sob todos osaspectos, desde as suas origens até os seus efeitos no homem. Atualmente,afarmacologia é estudada em seus aspectos de farmacodinâmica e farmacocinética.

 CONCEITOS
Fármaco – Uma substância definida, com propriedades ativas, produzindo
efeito terapêutico
Droga – Qualquer substância que interaja com o organismo produzindo algum
efeito.
Medicamento – É uma droga utilizada com fins terapêuticos ou de diagnóstico.
Muitas substâncias podem ser consideradas medicamentos ou não, depende da
finalidade com que foram usadas.
Por exemplo:
A vitamina C se for obtida por meio dos alimentos é considerada um nutriente,mas se for administrada na forma pura para correção de estados carenciais ou comoestimulante das defesas orgânicas é definida como um medicamento. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dica para os cabelos


Cabelos bonitos tem sido há muito associados com saúde e bem-estar. Segundo o Ayurveda, o cabelo é considerado um tecido secundário (upa dhatu) estreitamente ligado à medula óssea e ao sistema nervoso central. As plantas medicinais aplicadas a diversos tipos de tratamento não apenas podem produzir cabelos brilhantes e saudáveis, mas também ajudam a trazer serenidade para a mente. Acredita-se, nesta tradição, que cabelos longos e bem tratados, funcionam como um tipo de antena que “capta as energias sutis do corpo, controla os sentidos e prepara a mente para a meditação”.
A planta ayurvédica tradicionalmente conhecida como a “senhora ou rainha dos cabelos” é o bhringaraj (Eclipta alba), que tem sido usado há milênios para rejuvenescer não só os cabelos, mas também a pele. O bhringaraj, no Brasil conhecido com erva-botão, ajuda a acalmar e esfriar o calor de pitta, aumentando a resistência ao estresse. A perda e o embranquecimento prematuro de cabelos são considerados quadros de desequilíbrio de pitta. Entre as muitas propriedades terapêuticas do bhringaraj destacam-se: rejuvenescimento do fígado e dos rins, limpeza das impurezas, melhora da textura da pele e restauração da cor e do brilho dos cabelos.
Outra planta muito poderosa é o brahmi, também conhecida como gotu kola, que ajuda a equilibrar a mente e, ao mesmo tempo, a nutrir os cabelos e o couro cabeludo.
Com o objetivo de tratar os cabelos, são comuns as formulações fitoterápicas para uso interno onde se encontra uma mistura sinérgica das duas plantas citadas com o amalaki, uma erva desintoxicante para ajudar a limpar o excesso de pitta do corpo.
Topicamente, bhringaraje brahmi também são bons alimentos para o couro cabeludo quando utilizados na forma de óleo para massagem: o bhringaraj, numa base de óleo de gergelim, é para equilíbrio para todos os doshas; o brahmi, em uma base de óleo de coco, particularmente tem o potencial de esfriar a mente, pacificando pitta  e favorecendo a meditação. 
Como fazer: aplique óleo na cabeça e massageie suavemente o couro cabeludo com as pontas dos dedos.Deixe o óleo penetrar por uma hora (ou por mais tempo para ajudar a promover o sono profundo). Lavar normalmente. O óleo de massagem ajuda a melhorar a circulação do couro cabeludo, fortalecendo ao mesmo tempo as raízes do cabelo. Essa prática de massagem nutridora do couro cabeludo pode ser feita de uma a três vezes por semana, dependendo de cada caso.
Dicas úteis para ter cabelos bem cuidados
  • Dieta rica em cálcio e ferro, com verduras, sementes de gergelim, sementes de girassol, cenouras, beterrabas, tahini, leite, iogurte fresco, côco e frutas doces da estação.
  • Cozinhar com especiarias, como cominho, pimenta, açafrão, alimento para os cabelos. Refogar de ½  a ¼ de colher de chá de cada tempero em uma colher de chá de ghee ou óleo de gergelim e acrescentar aos legumes cozidos ou sopas. 
  • Evitar lavar os cabelos todos os dias, pois pode tirar sua proteção natural (oleosidade) e, ao longo do tempo, aumentar o ressecamento e a quebra dos fios.
  • Evitar shampoos que contenham produtos químicos agressivos. Escolha shampoos suaves e condicionadores naturais e nutritivos com base vegetal, como a babosa (Aloe vera), que devem ser usados sempre depois de lavar os cabelos para ajudar a selar a cutícula dos fios, mantendo sua umidade e protegendo contra os efeitos da exposição excessiva à luz solar e ao vento.
  • Escolha tintas a base de plantas para reforçar a cor do cabelo, como a henna.
  • Evite o excesso de secadores de cabelo.
  • Escove o cabelo regularmente em todas as direções com movimentos longos, do couro para as pontas dos fios.
  • Pratique técnicas de relaxamento, como yoga e meditação. O estresse excessivo é prejudicial ao cabelo e à saúde em geral.
  • Dê a si mesmo o descanso adequado a cada noite para permitir que o corpo tenha tempo para aêrestauração e renovação adequadas.

Estas recomendações ayurvédicas muito simples ajudam a embelezar e a promover a saúde dos cabelos, começando a partir de dentro. Nutrir os cabelos e o couro cabeludo com dieta, ervas e óleos ayurvédicos não só produzem um cabelo brilhante e saudável, mas também acalmam a mente, equilibram o sistema nervoso e facilitam a prática da meditação.

Medicamentos fitoterápicos no SUS

O Ministério da Saúde divulgou uma lista com 71 plantas medicinais que poderão ser usadas como medicamentos fitoterápicos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A ideia é que a relação sirva de base para uma ampliação do número de fitoterápicos que hoje são financiados com verba federal. Atualmente, só dois, feitos à base de guaco (para tosse) e espinheira-santa (para úlcera e gastrite), são bancados pela pasta. A previsão é chegar a oito até o final do ano.
Confira a relação abaixo:
Achillea millefolium
Nome popular: mil-folhas e dipirona.
Uso: combate úlceras, feridas e analgésica.

Allium sativum
Nome popular: alho.
Uso: antisséptico, anti-inflamatório e anti-hipertensivo.

Aloe spp (A. vera ou A. barbadensis)
Nome popular: babosa e aloés.
Uso: combate caspa, calvíce, antisséptico, tira lendia de piolhos e cicatrizante.

Alpinia spp (A. zerumbet ou A. speciosa)
Nome popular: colônia.
Uso: anti-hipertensivo.

Anacardium occidentale
Nome popular: caju.
Uso: antisséptico e cicatrizante.

Ananas comosus
Nome popular: abacaxi.
Uso: mucolítica, fluidificante das secreções e das vias aéreas superiores.

Apuleia ferrea (Caesalpinia ferrea)
Nome popular: jucá, pau-de-ferro e ibiraobi.
Uso: infecção catarral, garganta, gota e cicatrizante.

Arrabidaea chica
Nome popular: crajirú e carajiru.
Uso: afecções da pele em geral (impigens), feridas e antimicrobiano.

Artemisia absinthium
Nome popular: artemísia.
Uso: estômago, fígado, rins e verme (lombriga, oxiúru, giárdia e ameba).

Baccharis trimera
Nome popular: carqueja e carqueja-amargosa.
Uso: combate feridas e estomáquico.

Bauhinia spp (B. affinis ou B. forficata)
Nome popular: pata de vaca.

Bidens pilosa
Nome popular: picão.
Uso: combate úlceras.

Calendula officinalis
Nome popular: bonina, calêndula e malmequer.
Uso: feridas, úlceras e micoses.

Carapa guianensis
Nome popular: andiroba, angiroba e nandiroba.
Uso: combate úlceras, dermatoses e feridas.

Casearia sylvestris
Nome popular: guaçatonga, bugre branco e café-bravo.
Uso: combate úlceras, aftas e feridas na boca.

Chamomilla recutita (Matricaria chamomilla ou Matricaria recutita)
Nome popular: camomila.
Uso: combate dermatites e feridas banais.

Chenopodium ambrosioides
Nome popular: mastruz, erva-de-santa-maria, ambrosia, erva-de-bicho, mastruço e menstruz.
Uso: corrimento vaginal e antisséptico local.

Copaifera spp
Nome popular: copaíba.
Uso: anti-inflamatório.

Cordia spp (C. curassavica ou C. verbenacea)
Nome popular: erva-baleeira.
Uso: anti-inflamatória.

Costus spp (C. scaber ou C. spicatus)
Nome popular: cana-do-brejo.
Uso: combate leucorreia.

Croton spp (C. cajucara ou C. zehntneri)
Nome popular: alcanforeira, herva-mular e pé-de-perdiz.
Uso: combate feridas e úlceras.

Curcuma longa
Nome popular: açafrão.

Cynara scolymus
Nome popular: alcachofra.
Uso: combate ácido úrico.

Dalbergia subcymosa
Nome popular: verônica.
Uso: auxilia no tratamento de inflamações uterinas e anemia.

Eleutherine plicata
Nome popular: marupá e palmeirinha.
Uso: hemorróida e vermífugo.

Equisetum arvense
Nome popular: cavalinha.
Uso: diurético.

Erythrina mulungu
Nome popular: Mulungu.
Uso: sistema nervoso em geral.

Eucalyptus globulus
Nome popular: eucalipto.
Uso: combate leucorreia.

Eugenia uniflora (Myrtus brasiliana)
Nome popular: pitanga.
Uso: diarreia.

Foeniculum vulgare
Nome popular: funcho.
Uso: antisséptico.

Glycine max
Nome popular: soja.
Uso: sintomas da menopausa e oesteoporose.

Harpagophytum procumbens
Nome popular: garra-do-diabo.
Uso: artrite reumatoide.

Jatropha gossypiifolia
Nome popular: peão-roxo, jalopão e batata-de-téu.
Uso: antisséptico e feridas.

Justicia pectoralis
Nome popular: anador.
Uso: cortes, afecções nervosas e catarro bronquial.

Kalanchoe pinnata (Bryophyllum calycinum)
Nome popular: folha-da-fortuna.
Uso: furúnculos.

Lamium album
Nome popular: urtiga-branca.
Uso: leucorreia.

Lippia sidoides
Nome popular: estrepa cavalo, alecrim e alecrim pimenta.

Malva sylvestris
Nome popular: malva, malva-alta e malva-silvestre.
Uso: furúnculos.

Maytenus spp (M. aquifolium ou M. ilicifolia)
Nome popular: concorosa, combra-de-touro, espinheira-santa e concerosa.
Uso: antisséptica em feridas e úlceras.

Mentha pulegium
Nome popular: poejo.

Mentha spp (M. crispaM. piperita ou M. villosa)
Nome popular: hortelã-pimenta, hortelã e menta.

Mikania spp (M. glomerata ou M. laevigata)
Nome popular: guaco.
Uso: broncodilatador.

Momordica charantia
Nome popular: melão de São Caetano.

Morus sp
Nome popular: amora.

Ocimum gratissimum
Nome popular: alfavaca e alfavaca cravo.

Orbignya speciosa
Nome popular: babaçu.

Passiflora spp (P. alataP. edulis ou P. incarnata)
Nome popular: maracujá.
Uso: calmante.

Persea spp (P. gratissima ou P. americana)
Nome popular: abacate.
Uso: ácido úrico, prevene queda de cabelo e anticaspa.

Petroselinum sativum
Nome popular: falsa.

Phyllanthus spp (P. amarusP.niruriP. tenellus e P. urinaria)
Nome popular: erva-pombinha e quebra-pedra.

Plantago major
Nome popular: tanchagem e tancha.
Uso: feridas.

Plectranthus barbatus (Coleus barbatus)
Nome popular: boldo.

Polygonum spp (P. acre ou P. hydropiperoides)
Nome popular: erva-de-bicho.
Uso: corrimento.

Portulaca pilosa
Nome popular: amor-crescido.
Uso: feridas e úlceras.

Psidium guajava
Nome popular: goiaba
Uso: leucorreia, aftas, úlcera e irritação vaginal.

Punica granatum
Nome popular: romeira.
Uso: leucorreia.

Rhamnus purshiana
Nome popular: cáscara sagrada.

Ruta graveolens
Nome popular: arruda.

Salix alba
Nome popular: salgueiro-branco.

Schinus terebinthifolius (Schinus aroeira)
Nome popular: aroeira, aroeira-do-rio-grande-do-sul.
Uso: feridas e úlceras.

Solanum paniculatum
Nome popular: jurubeba.

Solidago microglossa
Nome popular: arnica.
Uso: contusões.

Stryphnodendron adstringens (Stryphnodendron barbatimam)
Nome popular: barbatimão, abaremotemo e casca-da-virgindade.
Uso: leucorreia, feridas, úlceras e corrimento vaginal.

Syzygium spp (S. jambolanum ou S. cumini)
Nome popular: jambolão.

Tabebuia avellanedeae
Nome popular: ipê-roxo.

Tagetes minuta
Nome popular: cravo-de-defunto.

Trifolium pratense
Nome popular: trevo-vermelho.

Uncaria tomentosa
Nome popular: unha-de-gato.
Uso: imunoestimulante e anti-inflamatório.

Vernonia condensata
Nome popular: boldo da Bahia.

Vernonia spp (V. ruficoma ou V. polyanthes)
Nome popular: assa-peixe.

Zingiber officinales
Nome popular: gengibre.
Uso: tosse.

Observações: a aplicação medicinal depende da parte da planta utilizada (caule, semente, fruto etc) e o modo de usar e produção deve ser feito por uma farmacêutico ou em consulta a farmacopéia. Fontes: Ministério da Saúde (para os nomes científicos), estudos e Secretaria Municipal de Cuiabá (para nomes populares e usos possíveis).

A milenar Ashwagandha: remédio contra o câncer no futuro??

Uma planta que tem sido utilizada há mais de 3 mil anos na medicina ayurvédica pode ser um aliado promissor na briga contra câncer. O extrato medicinal produzido a partir da planta conhecida como Ashwagandha (cereja de inverno) tem sido usado na Índia há milhares de anos como um tônico para doenças que incluem inflamação, insônia, infertilidade, ansiedade e desordens cognitivas. Seus defensores reivindicam que ela aumenta a energia, promove relaxamento, combate a tensão e melhora a memória... mas pode curar câncer?  

Ryan Falsey, da Faculdade de Medicina da Universidade do Arizona, tem explorado os efeitos de anti-câncer desta planta.  
“Os médicos ayurvédicos usaram cereja de inverno para tratar câncer durante anos, mas seu uso não é bem documentado", explica Falsey. “A maior parte das informações foram passadas de geração para geração, assim, nada foi documentado cientificamente.”  

Porém, o que foi documentado é a descoberta que o agente medicinal dentro de cereja de inverno - uma combinação conhecida como Withaferin A - é um withanolídeo poderoso. Withanolídeos são compostos farmacologicamente ativos presentes nas raízes e folhas da cereja de inverno. Foram realizados estudos prévios com o Withaferin A ao longo dos últimos anos, mas nenhum pôde identificar seu mecanismo de ação, o que faz Withaferin A tenha efeitos de anticâncer. E esta é a meta da pesquisa de Falsey: identificar o mecanismo de ação de Withaferin A e avaliar seu potencial terapêutico no tratamento de câncer.  

"Em nossa pesquisa, descobrimos que o Withaferin A demonstrou atividade anti-câncer significativa tanto no tubo de ensaio quanto em modelos animais”, diz Falsey. Como exemplo, ele explica que foram implantados células de tumores de sarcoma de Ewing em ratos, que foram tratados depois por 10 dias com Withaferin A. Depois de 10 dias houve uma 66% de inibição no crescimento nos tumores tratados com Withaferin A.  

"Agora nós sabemos que a Ashwagandha tem esta habilidade extraordinária para eliminar células cancerígenas e trabalhamos arduamente para identificar qual o mecanismo de ação", diz Falsey. O trabalho duro valeu. Sob orientação de Luke Whitesell, MD, Falsey e sua equipe de pesquisadores descobriram o mecanismo de ação para Withaferin A: este composto liga-se à Annexin 2, uma proteína que foi implicada no crescimento de câncer, formando uma combinação tóxica para as células de câncer, matando-as. 

 “O que é promissor sobre o Withaferin A", diz Falsey, “é que ela tem potencial para funcionar com uma quimioterapia menos tóxica. Se pudermos mostrar que esta combinação é mais efetiva e menos tóxica para pacientes com câncer, o Withaferin A será um forte candidato na terapia contra o câncer”.   

A menopausa e os fito-hormônios

Se por um lado, pesquisas mostram sérios entraves em relação à eficácia e segurança da terapia de reposição à base de hormônios sintéticos, ou derivados de urina de éguas, por outro lado temos um grande manancial de estudos científicos sobre os efeitos benéficos de hormônios derivados de plantas medicinais: os chamados fito-hormônios. Esses têm-se mostrado bastante eficazes e muito mais seguros do que os primeiros e já estão sendo prescritos no mundo todo por um grande número de médicos generalistas e ginecologistas. Os fito-hormônios mais conhecidos e estudados na atualidade são as Isoflavonas, presentes principalmente na soja (Glycine max) e no red clover (Trifolium pratense). As Isoflavonas têm efeitos semelhantes aos estrógenos naturais do corpo e são muito apreciados por terem ações seletivas sobre os receptores de estrógenos localizados no cérebro, nos ossos e no sistema cardio-vascular (coração e artérias). Por apresentarem uma ação quase nula sobre os receptores estrogênicos das mamas e do útero, é muito pequeno o risco de aí se desenvolverem os tumores que crescem pelo estímulo hormonal. Por outro lado, ao estimularem os receptores do estrogênicos do sistema cardiovascular, eles auxiliam no controle dos sintomas do climatério, tais como as ondas de calor, os calafrios e a transpiração excessiva. Tal ação vascular, associada à capacidade de aumentar o colesterol bom (HDL), proporciona uma redução no risco de doenças cardiovasculares em mulheres na menopausa. Por fim, o estímulo pelas Isoflavonas dos receptores estrogênicos dos ossos, reduz a taxa de perda óssea e protege as mulheres contra a osteoporose. Após vários testes de toxicidade em animais, as Isoflavonas foram consideradas de baixíssima toxicidade, mas convém lembrar que não existem medicamentos sem riscos ou potenciais tóxicos. Portanto, as Isoflavonas devem ser prescritas e acompanhadas por médicos. A literatura e a prática médicas registram muito pouco sobre seus efeitos tóxicos, mas eles não devem ser negligenciados, pois as Isoflavonas são compostos com ação hormonal no corpo e podem interferir com a função de diversos órgãos, como os ovários, a tiróide, etc.

Outras plantas medicinais que contêm fito-hormônios e que estão sendo cada vez mais usadas na clínica diária são o vitex (Vitex agnus castus), o yam mexicano (Dioscorea villosa) e o black cohosh (Cimicifuga racemosa). O black cohosh, talvez a planta mais largamente estudada para o tratamento dos sintomas relacionados à menopausa, contém também as Isoflavonas e a sua ação é basicamente estrogênica. Por outro lado, tanto o vitex quanto o yam mexicano apresentam uma ação estimulante da progesterona, o hormônio da gravidez ou da segunda metade do ciclo menstrual. Por esta razão, a indicação destas últimas se dá com maior sucesso no tratamento de sintomas da chamada tensão pré-menstrual e no tratamento das irregularidades do ciclo menstrual. O vitex apresenta ainda uma valiosa ação inibidora da secreção da prolactina, enquanto que o yam mexicano possui atividades anti-inflamatórias e anti-espasmódicas.

Outras plantas interessantes do ponto de vista da fisiologia feminina são o alcaçuz-da-Europa (Glycyrrhiza glabra), a semente da linhaça (Linnun usitatissimum) e o dong quai (Angelica sinensis). O dong quai, planta usada milenarmente pela medicina tradicional chinesa, contém esteróides a apresenta ações hormonais, anti-inflamatórias e anti-espasmódicas, além de ser considerado pelos chineses como um tônico geral, especialmente para as funções sexuais femininas. O alcaçuz-da-Europa, apesar do seu nome popular, é uma planta usada tradicionalmente pela medicina Ayurvédica e também pelos chineses. Sua composição inclui fito-estrógenos importantes, e ele apresenta ações hormonais, anti-inflamatórias, anti-alérgicas e protetora da mucosa gástrica. Para não fugir à regra, o alcaçuz é um bom exemplo de que as plantas medicinais não podem ser usadas indiscriminadamente, pois ele é comprovadamente contra-indicado para pacientes hipertensas ou edemaciadas.

Por fim, mencionamos as sementes de linhaça, que são ricas em lignanas (substâncias com ação direta sobre os receptores hormonais), além de serem levemente laxativas e de contribuem para a melhora das taxas de gorduras no sangue. Reforço que, na abordagem da fitoterapia, a menopausa não é considerada uma doença, mas uma fase de transição que costuma gerar sintomas de adaptação e promover alguns desequilíbrios secundários, sejam eles devidos biológicos (a queda das taxas hormonais, por exemplo), a fatores de ordem emocional, sócio-cultural ou outros fatores diversos. Uma abordagem integral da síndrome do climatério deve contemplar todos esses fatores, todavia dentro de uma filosofia na qual a mulher ocupa o centro da questão enquanto um Ser Humano, e não enquanto um estereótipo moldado por uma cultura consumista e competitiva, ou enquanto um protótipo do ideal ditado pelas normas frias da ciência, impostas por profissionais comodamente sentados atrás de suas mesas imponentes. Não é uma questão de se negar uma assistência à mulher na menopausa, pelo contrário; trata-se de prestar a ela uma atenção humanizada e individualizada, em busca do equilíbrio do seu Ser, em vez de uma mera elevação de taxas hormonais a custos altíssimos para sua saúde.

Os benefícios e riscos de cada tratamento devem ser medidos em cada caso e os fito-hormônios encontram espaço quando uma terapia menos tóxica pode mostrar-se eficaz. Ao me classificarem como médico naturista, muitas pessoas afirmam que eu, mesmo se precisasse, não poderia usar óculos, devendo permanecer um míope natural. Eu digo : os óculos são um método não invasivo e seguro; o máximo efeito colateral poderia ser um calinho na base do nariz. Usarei quando necessitar. Entretanto se eles fossem fatores de risco comprovados para desenvolvimento de um câncer no nariz, com possibilidade de metástase para as orelhas, aí então, minha amiga, eu preferiria fazer yoga-para-os-olhos e comprar livros com letras grandes.

Tabagismo



Os números do tabagismo no mundo são alarmantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, a cada dia, 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o planeta. Cerca de cinco milhões de pessoas morrem, por ano, vítimas do uso do tabaco. Caso as estimativas de aumento do consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos se confirmem, esse número aumentará para 10 milhões de mortes anuais por volta de 2030.
Ainda segundo a OMS, o fumo é uma das principais causas de morte evitável, hoje, no planeta. Um terço da população mundial adulta – cerca de 1,3 bilhão de pessoas – fuma: aproximadamente 47% da população masculina e 12% da população feminina fazem uso de produtos derivados do tabaco. Nos países em desenvolvimento, os fumantes somam 48% dos homens e 7% das mulheres, enquanto nos desenvolvidos, a participação do sexo feminino mais do que triplica, num total de 42% de homens e 24% de mulheres fumantes. 

No Brasil, pesquisa realizada recentemente pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), indica que 18,8% da população brasileira é fumante (22,7% dos homens e 16% das mulheres). Leia mais informações na página do Inca.



Você sabia?
• Que a fumaça do cigarro reúne, aproximadamente, 4,7 mil substâncias tóxicas diferentes e muitas delas são cancerígenas? 
• Que o tabagismo está ligado a 50 tipos de doenças como câncer de pulmão, de boca e de faringe, além de problemas cardíacos? 
• Que, no Brasil, 23 pessoas morrem por hora em virtude de doenças ligadas ao tabagismo? 
• Que crianças com sete anos de idade nascidas de mães que fumaram 10 ou mais cigarros por dia durante a gestação apresentam atraso no aprendizado quando comparadas a outras crianças? 



A luta contra o tabaco, hoje já visto como uma droga que causa dependência e graves transtornos a seus usuários, é dura. Sofisticadas e eficazes campanhas de marketing garantem à indústria do fumo sua expansão. No Brasil, o Ministério da Saúde busca apoio na sociedade para o projeto de Decreto Legislativo nº 602/04 que ratifica a Convenção-Quadro, documento internacional que propõe estratégias para controle do tabaco e derivados. No dia 31 de maio 2005, o Dia Mundial sem Tabaco, data instituída em 1987 e celebrada nos 192 países que compõem a OMS, o Ministério da Saúde enviou ao Senado Federal uma petição pública com 24 mil assinaturas solicitando que os senadores aprovem o projeto de decreto legislativo que ratifica a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, já validada pela Câmara dos Deputados em maio de 2004.

Em 1999, durante a 52ª Assembléia Mundial da Saúde, a OMS acordou junto a seus 192 estados-membros o início de um processo de elaboração da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, o primeiro tratado internacional de saúde pública da história da humanidade. Em 2003, durante a 56ª Assembléia Mundial da Saúde, o texto foi aprovado por unanimidade e todos os países se comprometeram a colocá-lo em prática. A Convenção-Quadro propõe padrões internacionais para o controle do tabaco, com providências relacionadas à propaganda e ao patrocínio, à política de impostos e preços, à rotulagem, ao comércio ilícito e ao tabagismo passivo, dentre outras medidas. Esse tratado não substitui as ações nacionais e locais para o controle do tabaco de nenhum país, mas estabelece padrões mínimos para essas ações. 

O Ministério da Saúde também lançou, em 31 de maio de 2004, uma campanha nacional contra o fumo com o slogan "O cigarro causa prejuízo para o Brasil". A iniciativa engloba distribuição de folhetos e cartazes em todo o País, além de informações por rádio e televisão. As mensagens falam sobre os riscos que o fumo traz ao usuário e sobre o gasto de dinheiro que poderia ser aplicado na alimentação, na educação e na saúde de quem mais precisa. A campanha também mostra que (a maioria d)as pessoas dos países em desenvolvimento são (mais) vulneráveis aos efeitos da propaganda, graças à grande desinformação sobre os riscos do cigarro - por isso, desde 2000 é proibida por lei federal a veiculação de propaganda de cigarros na mídia no Brasil. E avisa que câncer, enfisema pulmonar, hipertensão arterial, derrames e problemas cardíacos são algumas das doenças causadas pelo fumo e que vão dificultar ainda mais a vida dessas pessoas. Ao tirar a saúde e os alimentos de milhões de trabalhadores fumantes, o fumo também está reduzindo suas chances de trabalho. A campanha enfatiza, ainda, que o governo gasta bilhões de reais por ano no tratamento de doenças causadas pelo fumo.

Em termos de Promoção da Saúde, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo diversos projetos de controle do Tabagismo, envolvendo o Instituto Nacional de Câncer/Coordenação de Prevenção e Vigilância; Secretaria de Vigilância à Saúde/Coordenação de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Estas ações apóiam-se em atividades educativas para disseminar informações para a comunidade e promover ambientes livres de tabaco, além da mobilização de iniciativas legislativas e econômicas que contribuam para criar um macro ambiente social favorável à redução do consumo.

Dentre essas ações podemos destacar o Programa de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer,  (objetiva com) tem como objetivo que a população busque uma vida saudável - o que inclui, é claro, dizer "não" ao tabaco. Para isso, o (instituto) INCA tem parcerias com Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde em prol de uma educação contra o fumo, inclusive no sentido de evitar que jovens se iniciem no consumo e no tabagismo. Realizar congressos, seminários, divulgar os perigos do fumo nos meios de comunicação e capacitar líderes comunitários, estão entre as ações do programa, que tem sido referência em apoio técnico a processos e projetos de lei.

Em cumprimento à Lei 9294/96, Art. 2º, ainda foi instituído o programa "Ambientes Livres do Tabaco" que visa induzir, regular e certificar recintos coletivos, privados ou públicos que proíbam o uso de produtos fumígeros. Neste sentido, o Ministério da Saúde, por meio da SVS, irá repassar recursos (à) aos Estados para implementarem ações referentes ao controle do tabagismo. Este projeto envolve a Vigilância Sanitária, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, Secretaria de Vigilância à Saúde e o INCA.

Brasil Saudável - Orientações sobre o tabaco


Anticoncepcional, Gravidez, Fumo e Achados Citológicos : HPV

Na adolescência a atividade biológica cervical está em nível máximo. Nesta fase, a replicação celular e substâncias presentes no meio cervical facilitam a infecção por papilomavírus humano (HPV). Após a adolescência, a freqüência da infecção pelo HPV nas mulheres diminui com a idade.


gestação não aumenta a freqüência de infecção pelo HPV em adolescentes.


Em relação ao uso de métodos contraceptivos, houve um predomínio do uso de contraceptivos orais nas pacientes adolescentes com infecção pelo HPV em nossos resultados. Dados da literatura mostram que o uso de ACO é um fator de risco para a infecção por HPV. Outros autores sugerem que o ACO atuaria como co-fator, juntamente com alterações genéticas e alguns tipos de HPV, na transformação de células e na progressão das lesões de baixo para alto grau. Murta et al. e Moscicki et al. demonstraram que o uso deste método contraceptivo não é um fator para persistência dessa infecção. Outro questionamento é se as usuárias de ACO poderiam ter maior liberdade sexual com maior número de parceiros sexuais e isto poderia influenciar na maior incidência de infecção pelo HPV. No entanto, este não foi o objetivo deste trabalho, e é um dado que pode ser estudado futuramente.



1. Derchain SFM, Pinto Neto AM, Oliveira RLC, Santos CC, Pinto e Silva JLC. Infecção por papilomavírus humano e neoplasia intra-epitelial cervical em adolescentes. J Bras Ginecol 1991; 101:499-503.         [ Links ]
2. Morrison EA, Ho GY, Vermund SH, et al. Human papillomavirus infection and other risk factors for cervical neoplasia: a case control study. Int J Cancer 1991; 49:6-13.         [ Links ]
3.Pater A, Bayatpour M, Pater MM. Oncogenic transformation by human papillomavirus type 16 deoxyribonucleic acid in the presence of progesterone or progestins from oral contraceptives. Am J Obstet Gynecol 1990; 162:1099-103.         [ Links ]
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sábado, 23 de outubro de 2010

Breve introdução sobre a patologia dos leucócitos I

Anomalias dos leucócitos ( anomalias leucocitárias )
Doenças proliferativas
 - da linhagem mielóide
 - da linhagem linfóide

Denominam-se anomalias leucocitárias as alterações de forma e de função dos leucócitos em geral. Algumas dessas anomalias são típicas dos granulócitos, outras manifestam-se também nos mononucleares ( monócitos e linfócitos ).
Sempre que a função leucocitária está alterada, observam-se manifestações clínicas importantes.
Algumas anomalias leucocitárias fazem parte de uma patologia geral, mais complexa, responsável por um quadro clínico de maior ou menor gravidade.
As anomalias leucocitárias sensu latu podem ser divididas em dois grandes grupos:
 - Anomalias leucocitárias, propriamente ditas - aquelas em que existe alteração de forma e de função (variável);
 - Anomalias funcionais de leucócitos - quase não há alteração de forma.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Antimicrobianos que inibem a síntese protéica

O que diferencia uma tetraciclina de outra são os radicais.


Podem ser classificados pelo tipo de ação:
a) Lenta;
b) Intermediária;
c) Rápida.

Mecanismo de ação: Atravessam os poros ( membrana externa ) e depois passam pela parede por transporte ativo ( com gasto de energia ).
Toxicidade seletiva - Não atua no ribossomo humano, pois temos um ribossomo 80s, enquanto o das bactérias são 70s.
O sitio A fica na subunidade 30s, a tetraciclina impede a ligação ao sitio A, logo, não ocorre formação  de proteína, impedindo o crescimento bacteriano.

A absorção das tetraciclinas são nas porções iniciais do intestino, logo, a alimentação diminui a absorção ( podem modificar a flora intestinal ). 
Quando ingerido em conjunto com alimentos que apresentam íons bivalentes ( ca²+), ocorre pigmentação óssea e dentária, além de uma possível fotossensibilidade, pois formam-se quelatos que se depositam nas superfícies dos ossos e dentes em formação. 

Clorofenicol
Era muito usado, mas depois que foi descoberto sua ação na depressão da medula óssea e os casos de anemia aplásica, foi substituída pela penicilina. 
O clorofenicol se liga a subunidade 50s do ribossomo da bactéria, no sítio que se posiciona o RNAt contendo o aminoácido. Impedindo o posicionamento correto do RNAt e havendo a adição do aminoácido a cadeia polipeptídica. 

Mecanismo de resistência - impermeabilidade da bactéria ao fármaco e produção de acetiltranferase, pois a bactéria tende a impedir a entrada do fármaco. 

Os bebês não apresentam capacidade metabólica no fígado do metabolismo do ácido glicurônico, acumulando nos tecidos, causando a síndrome do bebê cinzento. 

Macrolídeos
Apresentam lactonas - de dose menor e alto espectro de ação ( geralmente ). 

Azitromicina, claritromicina e eritromicina. 

Ligam-se a subunidade A impedindo a translocação e o crescimento da cadeia polipeptídica conseqüentemente.

Resistências - bombas de efluxo, modificam o sítio de ligação ( metiltransferase ) e inativam os macrolídeos. 
> não se usa com omeprazol
> Usado nas infecções respiratórias.

Aminoglicosídeo 

Atravessa as porinas, posteriormente passa por transporte ativo dependente de o2,  fixa-se a subunidade 30s e interferem na incorporação de aminoácidos, induzindo a leitura errada do RNAm, produzindo proteínas afuncionais, que formam poros, promovendo uma maior quantidade de aminoglicosídeo atuando atpe impedir completamente a produção de proteínas. 

Apresenta sinergismo com os betalactâmicos. 

Sulfonamidas, sulfametoxazol - trimetoprima e quinolonas

As sulfonamidas são um pró-fármaco, no qual o grupo SO2NH2 tem a capacidade de impedir o crescimento microbiano, sendo um dos primeiros agentes quimioterápicos eficazes.
A sua atividade é devido a posição N-N que é semelhante ao do PABA ( ácido para- aminobenzóico ), que ao ser metabolizado deixa um grupo amino livre.

Apresentam efeito bacteriostático ( inibe o crescimento da bactéria ), com amplo espectro de ação ( tanto para as gram negativas quanto para as gram positivas ). 

O mecanismo de ação : Atuam como inibidores competitivos da diidropteroato sintase ( inibidor reversível - se houver aumento do PABA ocorre reversão do processo ), ativando como falso substrato. A enzima diidropteroato sintase converte o PABA em ácido diidropteróico. Ela se liga no sítio de ligação do PABA, por isso a necessidade da posição "para" igual ao do PABA. 

Existem algumas cepas bacterianas que não produzem ácido fólico através do PABA, essas cepas são resistentes as sulfonamidas. 

Mecanismo de resistência: 
1) Alteram em algum ponto a estrutura da enzima diidropteroato sintase, diminuindo a afinidade das sulfas. 
2) Diminuindo a permeabilidade da bactéria, não possibilitando a interação com o PABA ( pode ser nas suas membranas ). 
3) Outra forma de produzir o ácido fólico ( por uma via metabólica alternativa ). 

Sulfonamidas de absorção e eliminação rápidas

Sulfametoxazol sofre cristalização devido a acetilação sofrida no fígado durante a biotransformação de cristais insolúveis na urina, potanto, é necessário maior administração de água para solubilização dos cristais. 

Sulfas pouco absorvidas 
a) Uso tópico : sulfadiazina de prata; 
b) De ação prolongada : usada na terapia sempre em combinação com a sulfadoxina. 

Sulfametoxazol - trimetoprima 

São usadas em combinação porque enquanto o sulfametoxazol inibe a diidropteroato sintase a trimetoprima inibe a diidrofolato redutase. 
A trimetoprima tem 100 vezes mais afinidade pela célula bacteriana do que pela célula humana ( toxicidade seletiva ) para ter ação na célula humana, seria necessário uma dose 1000 vezes maior. 

Quinolonas 
Foi feita na década de 60 o ácido nalidíxico, nas décadas posteriores modificaram um átomo de fluor no núcleo piperazínico, aumentando a potência e o espectro de ação. 
São eles o Norfloxacino, levofloxacino e ciprofloxacino. 
CIM - concentração inibitória mínima

1ª geração - precisavam de altas doses para exercer seu efeito
2ª geração - Norflox e ciproxacio tinham já uma maior penetração
3ª geração - ativos para gram positivas e negativas
4ª geração - trovafloxacino e clinafloxacino

Obs.: Um antibiótico não é melhor que o outro, depende do tipo de infecção! 

O alvo das quinolonas é o DNA girase - Gram negativas, e Topoisomerase IV - Gram positivas. Interferem na atividade, se ligando a subunidade 2A da DNA girase. 

Toxicidade seletiva - Só atinge as bactérias, pois não temos uma topoisomerase semelhante a da bactéria, são de estrutura e função diferentes. A humana possui duas subunidades e a da bactéria são 4. 

Mecanismos de resistências são as bombas de efluxo que jogam o fármaco para fora da bactéria e mutação nos genes que codificam o DNA girase. 


Cefalosporinas

O mecanismo de ação das cefalosporinas é semelhante ao das penicilinas. Inibem a transpeptidase ao se ligar a PBP, que não produz as ligações cruzadas da Ala - Gli , não formando a parede celular, logo a bactéria perde estabilidade e proteção, morrendo.

Classificação:
1ª geração - cefalexina tem ação melhor em gram positivas que nas negativas
2ª geração - cefaclor tem ação maior em gram negativas
3ª geração - cefotaxima tem maior ação nas gram negativas
4ª geração - cefepima é de amplo espectro

Foi observado que as cefalosporinas conseguem penetrar no liquido cefalorraquidiano, portanto são usadas para tratamento de meningite.

Carbapenéns

Apresentam um espectro de ação mais amplo que a maioria dos outros betalactâmicos. É bactericida!

Usa-se o Imipeném com cilastatina, diminuindo a nefrotoxicidade e também inibe a enzima que degrada o imipeném.

Penicilinas

As penicilinas são um antimicrobiano que atua na parede celular bacteriana.

Para compreendermos :

Nas bactérias existe uma parede celular que é formada por uma série de peptideoglicanos unidos por ligações cruzadas. 
A penicilina age se ligando a PBP que inibe a transpeptidase ( enzima responsável pela formação da ligação cruzada ), não formando as ligações cruzadas entre os resíduos de Glicina e Alanina. Como consequência a bactéria perde a proteção e a estabilidade, se tornando um fácil alvo para as defesas do organismo humano que logo as destrói. 

As bactérias criaram mecanismos de resistência para as penicilinas. Modificaram a proteina PBP, diminuindo a afinidade da penicilina com a mesma; começaram a produzir as betalactamases; produção de bombas de efluxo. 

As bactérias gram-negativas possuem uma membrana externa, que impede o antimicrobiano de atingir a parede, tornando o medicamento ineficaz. 

Classificação das penicilinas de acordo com o espectro de atividade antimicrobiana:
1) Penicilinas sensíveis a penicilinases;
2) Penicilinas Resistentes as penicilinases;
3) Penicilinas de espectro aumentado ( aminopenicilinas );
4) Penicilinas antipseudomonas.

A penicilinas G, chamada de benzilpenicilina e a penicilina V sofrem interferência com alimento. 
Quando feito o uso em conjunto com a probenecida, se obtém um efeito prolongado da penicilina, porque a probenecida inibe a secreção das penicilinas nos túbulos renais ( 90% ). 

As penicilinas resistentes à penicilinase apresentam uso restrito por infecções de estafilococos, pois eles produzem a enzima penicilinase. São menos ativos que a penicilina G contra outros microorganismos sensíveis  as penicilinas. Não se ligam com afinidade a PBP da bactéria. 

Aminopenicilinas - algumas dessas penicilinas resistentes a penicilinase são destruídas pelas betalactamases, logo são usadas em conjunto com um inibidor de betalactamase. O clavulanato inibe a penicilinase e deixa a bactéria propícia a ação da amoxicilina. 

Ampicilina diminui a absorção em presença de alimento e tem alta incidência de diarréias. 

Amoxicilina absorção mais rápida em meio ácido, e a presença de alimento não interfere na absorção. 

Para tratamento da meningite usa-se ampicilina, amoxicilina e cefalosporina. 

As penicilinas antipseudomonas se dividem em duas, as carboxipenicilinas ( carbenicilina ) e as ureidopenicilinas ( piperacilina ). 



Antimicrobianos : Antibióticos e Quimioterápicos

Antimicrobianos : São substancias naturais, produzidas por um organismo vivo, com propriedade de destruir microorganismos vivos.

Podem ser quimioterápicos ( substancia produzida por síntese laboratorial ), sintobióticos ( antibióticos sintéticos ) ou fitobióticos ( produzida por vegetais ).

Os antimicrobianos atuam:
- Parede celular da bactéria;
- Na membrana da bactéria;
- Síntese protéica;
- Ácido nucléico;
- No metabolismo intermediário.

Como o nosso organismo apresenta uma flora normal de bactérias, os antibióticos podem modificar essa flora normal, logo não é ativo apenas para bactérias patogênicas.