sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Eficácia e segurança da linagliptina em comparação à glimepirida em diabéticos tipo 2 inadequadamente controlados com metformina foram demonstradas em estudo divulgado pelo The Lancet


A adição de uma sulfonilureia à metformina melhora o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2, mas está associada àhipoglicemia e ao ganho de peso. O objetivo do ensaio clínico de não-inferioridade, randomizado, duplo-cego, foi comparar um inibidor da dipeptidil peptidase-4 (linagliptina) à uma sulfonilureia comumente usada (glimepirida) em pacientes com diabetes tipo 2inadequadamente controlados com a metformina. O presente estudo mostrou dois anos de eficácia e segurança da linagliptina em comparação à glimepirida.
Pacientes com diabetes tipo 2 e hemoglobina glicosilada A1c (HbA1c) variando entre 6,5 a 10%, em uso estável de monoterapia com metformina ou metformina associada a outro antidiabético oral (retirado durante a triagem clínica), foram distribuídos aleatoriamente para receber linagliptina (5 mg) ou glimepirida (1-4 mg), por via oral, uma vez ao dia. O desfecho primário foi a mudança na HbA1c basal em relação à 104° semana de tratamento no estudo.
Um total de 777 pacientes foi aleatoriamente designado para o uso de linagliptina e 775 para o uso de glimepirida. Na análise do desfecho primário foram incluídos 764 pacientes do primeiro grupo e 755 do segundo. A redução média da HbA1c basal foi semelhante em ambos os grupos, usando linagliptina ou glimepirida. Menor número de participantes apresentou hipoglicemia ouhipoglicemia grave quando em uso de linagliptina em comparação ao uso de glimepirida. A linagliptina foi significativamente associada a menos eventos cardiovasculares.
Os resultados deste estudo de longo prazo colaboram para as evidências clínicas e bases de eficácia comparativa para as opções de tratamento disponíveis para pacientes com diabetes mellitus tipo 2. As descobertas podem melhorar a tomada de decisão para o tratamento clínico, quando a metformina por si só não for suficiente para o controle glicêmico.

Medicamentos contra ressaca


Os analgésicos geralmente são utilizados para o alívio de dores moderadas, como a dor de cabeça por exemplo.


Quem costuma estar em baladas ou micaretas sabem que no outro dia alguns sintomas como dores, enjoos e desconfortos, sendo esses fatores os responsáveis pela automedicação contra a ressaca. Antiácidos, analgésicos e medicamentos para mal estar e enjoos são os mais comprados nas farmácias.

Depoimento A: “Quando a gente ia para períodos de férias levávamos uma caixinha com todos os remédios, tanto pra curar como pra aumentar o efeito do álcool.” (Sim, isso é um absurdo).

É importante lembrar que consumir medicamento sem prescrição ou nenhuma orientação (como nesse caso) pode ser perigoso, fato é que numa dessas viagens, aconteceu de uma das pessoas do grupo entrar em coma alcoólico.

A Coordenadora Farmacêutica da Rede Farmais, Dafne Estevão, deu uma algumas explicações importantes sobre os perigos e a correta utilização de alguns tipos de medicamentos para controlar os efeitos indesejáveis da ressaca. Confira e cure a sua de forma consciente!

Os analgésicos geralmente são utilizados para o alívio de dores moderadas, como a dor de cabeça, por exemplo. A combinação desses medicamentos com outras drogas pode ser perigosa.

Nunca se deve tomar uma dose maior do que a recomendada, achando que o medicamento irá resolver o problema mais rapidamente, isso é prejudicial ao organismo.

O uso desses medicamentos juntamente com o álcool pode causar tontura, perda da coordenação motora e redução dos reflexos, o que piora ainda mais a situação do motorista embriagado.
O ácido acetilsalicílico, encontrado na Aspirina e em outros analgésicos, se combinado com álcool, pode causar irritação na mucosa gástrica e aumentar o risco de hemorragia gastrintestinal.

Já na interação de álcool com Paracetamol, outro princípio, que é encontrado em medicamentos como o Tylenol, por exemplo, o risco de causar danos ao fígado é grande.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Glicocorticoides

Os glicocorticóides são definidos como agentes esteroides possuindo ação antiinflamatória e imunossupressora, que podem ser utilizados em inúmeras doenças na prática médica diária.
O glicocorticoide em seres humanos é o cortisol, o qual é usado como referência padrão. Os maiores níveis ocorrem durante o sono antes de acordar, e os menores níveis à noite, antes do inicio do sono.
O cortisol é secretado intermitentemente através do dia por períodos que duram somente uns poucos minutos. Entre estes pulsos de secreção, o córtex adrenal pode não secretar qualquer cortisol por minuto a horas. A maior parte do cortisol (75%) é transportada no sangue por uma globulina ligadora do cortisl (CBG); 15% é ligado à albumina e os restantes 10% são de cortisol livre.
Algumas situações como a gravidez, uso de pílula anticoncepcional ou tratamento com estrógeno estimulam a produção de CBG pelo fígado, resultando em altas concentrações plasmáticas de cortisol sem hipercorticalismo funcional.
O cortisol é metabolizado no fígado, sendo que apenas 1% do cortisol é excretado na urina na forma ativa.
Através da introdução de um grupo metila, hidroxila, ou flúor na posição 9 alfa da cortisona pode-se produzir por meios sintéticos corticoides com diferentes potências anti-inflamatórias e retentoras de sódio.
Devido ao maior uso do corticoide pra doenças, foi conveniente produzir corticosteroides com grande potência anti-inflamatória e menor atividade mineralocorticoide.


Principais efeitos do corticoide: 

Metabolismo dos carboidratos: Os corticosteroides produzem uma tendência à huperglicemia principalmente devido ao aumento da gliconeogênese hepática e antagonismo periférico à ação da insulina resultando no músculo e tecido gorduroso.
Classicamente os glicocorticoides podem induzir o aparecimento de diabetes, que é considerado moderado, estável, usualmente sem cetose, relacionado com a dose e a duração da administração. O diabetes na maioria das vezes é reversível com a parada da administração do corticoide, embora os indivíduos com predisposição genética possam permanecer diabéticos.
Metabolismo protéico: O corticoide produz redução da massa muscular por inibição da síntese protéica e aumento do catabolismo com balanço nitrogenado negativo.
Metabolismo lipídico: Terapêutica com altas doses de corticoide podem provocar aumento de VLDL e LDL.
Efeitos no crescimento: Crianças que recebem excesso de corticosteroide exibem atraso no crescimento. Isto ocorre por efeito direto no esqueleto, diminuição da absorção de cálcio no intestino e efeito antianabólico e catabólico nas proteínas dos tecidos periféricos. Além disso, os corticoides interferem com a secreção de GH e podem antagonizar diretamente algumas de suas ações periféricas.
Efeito no metabolismo da água: Os corticosteroides promovem aumento da reabsorção de sódio e excreção de potássio pelo rim. Altas doses por tempo prolongado podem produzir alcalose metabólica hipocalêmica. Aumentam o “clearance” de água livre devido a um efeito direto no túbulo renal e a um aumento da taca de filtração glomerular. Os corticoides podem também inibir a secreção de hormônio antidiurético (ADH), mas não se sabe se diretamente ou por algum mecanismo indireto.
Efeito no metabolismo de Cálcio: Os corticosteroides são potentes agentes antiinflamatórios e isto se deve principalmente ao efeito de estabilização na membrana do lisossomo, inibição da formação de cininas que causam vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar e dor (as cininas tem origem a partir do cininogênio por ação da enzima calicreína.), os corticoides parecem atuar inibindo a calicreína, inibem a proliferação de fibroblastos e reduzem a produção de colágeno.
Efeito corticoide no Eixo hipotálamo – pituitária- Adrenal (HPA): A duração da inibição do eixo HPA depende da preparação do esteroide usado, da dose administrada, do tempo de ingestão e se o corticoide é dado em uma ou duas doses diárias.
Há uma correlação direta entre a potência anti-inflamatória e o grau de inibição produzido pelo esteroide. Neste sentido, o poder de inibição do eixo HPA segua a sequencia: Dexametasona > prednisona > hidrocortisona.
A administração de doses terapêuticas de glicocorticoides leva à atrofia adrenocortical dentro de uma semana. A dose supressora do ACTH é qualquer dose maior do que a quantidade de secreção diária normal de cortial (30 mg/dia) que é o equivalente a 7,5 mg de prednisona. Se esta dose de corticoide é dada VO ou EV, a supressão do ACTH dura somente algumas horas porque o cortisol é rapidamente metabolizado. Se no entanto esta mesma dose é feita intra-articular e ocorre liberação lenta do hormônio, a supressão pode durar muitos dias.
A supressão do eixo HPA é maior quando além da dose da manhã o paciente fez uso de uma dosa à noite, que exerce ação supressora do ACTH. Com doses menores do que 7,5mg de prednisona/dia a grande maioria dos pacientes mantém o eixo HPA responsivo. 


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Identificação de substância que causa degradação em Cloridrato de Doxorrubicina

Os experimentos utilizaram o antineoplásico Cloridrato de Doxorrubicina, empregado no tratamento do câncer

Um medicamento, mesmo dentro do prazo de validade, pode formar produtos de degradação tóxicos para os seres humanos. Na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, pesquisadores desenvolvem métodos para identificar e quantificar os produtos de degradação, assim como os fatores que contribuem com seu processo de formação. Com esses estudos, as indústrias poderão fazer modificações na composição, embalagem e transporte dos medicamentos para evitar o aparecimento de compostos nocivos à saúde.



Os experimentos utilizaram o antineoplásico Cloridrato de Doxorrubicina, empregado no tratamento do câncer. “Como o fármaco é injetável, caso haja qualquer produto de degradação, este estará 100% biodisponível na circulação do paciente”, conta a pesquisadora Mariah Ultramari, que realizou os testes. “O medicamento foi exposto à luz e ao calor, submetido à hidrólise ácida e básica e a processos de oxidação, para verificar quais os possíveis produtos que podem se formar durante sua vida útil”.

A pesquisa já identificou quatro possíveis produtos de degradação presentes no medicamento. “Até o momento foram realizados testes qualitativos, sem medir as quantidades de cada produto”, diz Mariah. “Também é preciso realizar avaliações específicas de toxicidade”. Quanto aos fatores que levam a degradação, foram identificados preliminarmente a ação da luz, o meio básico (pH superior a 7) e o oxidativo”.

Uma vez identificadas as vias da formação dos produtos de degradação, é possível fazer modificações nos medicamentos. “Um fármaco muito sensível a luz pode ter sua embalagem trocada por um modelo menos transparente, ou no caso de um comprimido, por exemplo, pode ter seu revestimento alterado”, diz a pesquisadora. “Se há problemas de oxidação, um antioxidante pode ser incluído como excipiente, ou seja, toda substância que faz parte do medicamento sem ser seu princípio ativo”, ressalta o professor Ernani Pinto, da FCF, que coordena a pesquisa.

Testes
“Todo medicamento sofre degradação, por isso sempre é estipulado um prazo de validade pelas indústrias farmacêuticas. Ao longo desse período, alguns fármacos formam produtos de degradação que podem ser tóxicos e comprometer sua segurança”, aponta o professor. Fatores como transporte e armazenamento podem favorecer a degradação. “No exterior, há algum tempo, já são exigidos estes testes para identificar esses produtos. No Brasil, este tema é muito recente e ainda não foi publicada uma regulamentação específica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está em fase de elaboração, sem data para ser divulgada”.

A pesquisa com o Cloridrato de Doxorrubicina, que faz parte do doutorado de Mariah, irá detalhar a identificação e quantificação dos produtos de degradação mais importantes do fármaco. Os estudos de degradação forçada (também chamados de estudos de estresse) servirão para desenvolver um método indicativo de estabilidade que servirá especificamente para encontrar produtos de degradação em medicamentos.

“Atualmente, todas as indústrias realizam estudos de estabilidade para estipular o prazo de validade de seus medicamentos”, conta a pesquisadora. ”O método seria aplicado em amostras originárias desses estudos, para descobrir se há produtos de degradação, em que quantidade se encontram e se estão dentro dos limites a serem estabelecidos pela Anvisa”. Conforme a dosagem, a presença dos produtos deverá ser notificada (em caso de baixas concentrações), suas moléculas ativas identificadas (concentrações médias) e a toxicidade demonstrada (concentrações mais altas dosagens).

De acordo com o professor da FCF, embora a Anvisa ainda não tenha publicado nenhuma resolução específica sobre produtos de degradação, ela já exige testes para novos medicamentos, como forma de preparar as indústrias para a aplicação da norma. “Este é um grande desafio para os fabricantes nacionais, pois a identificação exige equipamentos sofisticados, de custo elevado, que só existem na academia”, afirma. “Por isso, as empresas tem procurado as universidades para desenvolver essa metodologia”.

Fonte: www.cfmv.org.br

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Hemograma e diagnóstico


Hemograma completo

Contagem de hemácias e índices hematimétricos
Este teste, também chamado de contagem de eritrócitos, é parte de uma contagem completa de sangue. É também usado para detectar a quantidade de hemácias em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. Os índices hematimétricos fornecem importantes informações sobre o tamanho, concentração de hemoglobina e peso da hemoglobina de uma hemácia média.
Objetivos
Fornecer dados para o cálculo do volume corpuscular médio e da hemoglobina corpuscular média, que revelam o tamanho da hemácia e o conteúdo de hemoglobina.
Dar suporte a outros testes hematológicos para o diagnóstico ou monitoração de anemia ou policitemia.
Auxiliar no diagnóstico e classificação das anemias.
Preparação do paciente
Jejum de 4 horas.
Valores de referência
Método: automatizado com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.
Os valores normais de hemácias variam, dependendo do tipo de amostra e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:
Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Crianças: 3,8 a 5,5 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Bebês a termo: 4,4 a 5,8 milhões de hemácias/ml de sangue capilar ao nascimento, diminuindo para 3,8 milhões de hemácias/ml na idade de 2 meses, e aumentando lentamente daí em diante.
Os índices hematimétricos testados incluem volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM).
VCM: 84 a 99mm3.
HCM: 26 a 32 pg.
CHCM: 31 a 36 g/dl.
Achados anormais
Uma contagem elevada de hemácias pode indicar policitemia absoluta ou relativa. Uma contagem deprimida de hemácias pode indicar anemia, sobrecarga de líquido ou hemorragia além de 24 horas. Teste adicionais, como, por exemplo, exame de célula colorida, hematócritos, hemoglobina, índices hematimétricos e estudos de glóbulos brancos são necessários para confirmar o diagnóstico.
Baixos VCM e CHCM indicam anemias microcíticas hipocrômicas causadas por anemia por deficiência de ferro, anemia sideroblástica ou talassemia. Um VCM alto sugere anemias macrocíticas causadas por anemias megaloblásticas, devido à deficiência de ácido fólico ou vitamina B12, desordens congênitas de DNA ou reticulocitose. Em razão do VCM refletir volume médio de muitas células, um valor dentro da faixa normal pode ocorrer em pacientes cujo tamanho de glóbulos vermelhos varia, e inclui células microcíticas e macrocíticas.
Hemoglobina Total
Este teste é usado para medir a quantidade de hemoglobina (Hb) encontrada em um decilitro (100 ml) de sangue total. Usualmente ele é parte de um hemograma completo.
A concentração de hemoglobina correlaciona-se estreitamente com a contagem de hemácias.
Objetivos
Medir a gravidade de anemia ou policitemia e monitorar a resposta à terapia.
Obter dados para o cálculo da hemoglobina corpuscular média e concentração de hemoglobina corpuscular média.
Valores de referência
Método: automatizado
As concentrações de Hb variam, dependendo do tipo de amostra retirada (amostras de sangue capilar para bebês e amostras de sangue venoso para todos os demais) e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:
Recém-nascidos: 14 a 20 g/dl
1 semana de idade: 15 a 23 g/dl
6 meses de idade: 11 a 14 g/dl
Crianças de 6 meses a 18 anos: 12 a 16 g/dl
Homens: 14 a 18 g/dl
Mulheres: 12 a 16 g/dl.
Achados anormais
Baixas concentrações de Hb podem indicar anemia, hemorragia recente ou retenção de líquido causando hemodiluição.
Hb elevada sugere hemoconcentração originária de policitemia ou desidratação.
Hematócrito
O exame de hematócrito (Ht) pode ser efetuado separadamente ou como parte de um hemograma completo. Ele mede a porcentagem por volume de hemácias contidas em uma amostra de sangue total – por exemplo, 40% de Ht indica 40 ml de hemácias contidas em uma amostra de 100ml. Essa concentração é obtida centrifugando-se o sangue total anti-coagulado em um tubo capilar, de forma que as hemácias sejam firmemente concentradas sem hemólise.
Objetivos
Auxiliar no diagnóstico de policitemia, anemia ou estados anormais de hidratação.
Auxiliar no cálculo de dois índices de hemácias: VCM e CHCM
Valores de referência
Método: automatizado.
O Ht é normalmente medido eletronicamente. Os resultados são até 3% mais baixos do que as medições manuais, que aprisionam o plasma na coluna de hemácias concentradas. Os valores de referência variam dependendo do tipo de amostra, do laboratório que estiver efetuando o teste e do sexo e idade do paciente, como segue:
Recém-nascidos: 42% a 60% de Ht
1 semana de idade: 47% a 65% de Ht
6 meses de idade: 33% a 39% de Ht
Crianças de 6 meses a 18 anos: 35% a 45% de Ht
Homens: 42% a 54% de Ht
Mulheres: 36% a 46% de Ht.
Achados anormais
Um Ht baixo sugere anemia, hemodiluição ou uma perda maciça de sangue. Um Ht alto indica policitemia ou hemoconcentração devido à perda sangüínea ou desidratação.
Contagem de Leucócitos
Uma contagem de glóbulos brancos, também chamada de contagem de leucócitos, é parte de uma contagem completa de sangue. Ela indica a quantidade de leucócitos em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. As contagens de leucócitos podem variar até em 2.000, em qualquer dia em particular, em função de exercício desgastante, tensão ou digestão. A contagem de leucócitos pode aumentar ou diminuir significativamente em determinadas doenças, porém é diagnosticamente útil somente quando o diferencial de glóbulos brancos e o estado clínico do paciente são levados em consideração.
Objetivos
Determinar infecção ou inflamação.
Determinar a necessidade de testes adicionais, como, por exemplo, o diferencial de leucócitos ou a biópsia de medula óssea.
Monitorar a resposta à quimioterapia, radioterapia ou outros tipos de terapia.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.
A contagem de leucócitos varia de 4.000 a 10.000/ml.
Achados anormais
Uma contagem elevada de leucócitos (leucocitose) com freqüência assinala uma infecção, como, por exemplo, um abscesso, meningite, apendicite ou amigdalite. Uma contagem alta de leucócitos pode também resultar de leucemia e necrose tecidual devido à queimaduras, infarto do miocárdio ou gangrena.
Uma contagem diminuída de leucócitos (leucopenia) indica depressão da medula óssea, que pode resultar de infecções virais ou de reações tóxicas, como, por exemplo, as que acompanham o tratamento com antineoplásicos, ingestão de mercúrio ou outros metais pesados, ou exposição ao benzeno ou arsênicos. A leucopenia caracteristicamente acompanha influenza, febre tifóide, sarampo, hepatite infecciosa, mononucleose e rubéola.
Diferencial de Leucócitos
O diferencial de leucócitos é usado para avaliar a distribuição e morfologia dos glóbulos brancos, fornecendo informação mais específica sobre o sistema imune do paciente do que a contagem de leucócitos isoladamente.
Os glóbulos brancos são classificados de acordo com os cinco tipos principais – neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos – sendo determinada a porcentagem de cada tipo. A contagem diferencial é o valor percentual de cada tipo de glóbulo branco no sangue. O número absoluto de cada tipo de glóbulo branco é obtido por meio da multiplicação do valor percentual de cada tipo pela contagem total de glóbulos brancos.
Os altos níveis desses glóbulos brancos estão associados com diversas respostas imunes e anormalidades. Algumas vezes é solicitada uma contagem de eosinófilos como um teste de acompanhamento, quando é relatado um nível elevado ou deprimido de eosinófilos.
Objetivos
Avaliar a capacidade para resistir e superar infecções.
Detectar e identificar diversos tipos de leucemia.
Determinar o estágio e gravidade de uma infecção.
Detectar reações alérgicas.
Avaliar a gravidade de reações alérgicas (contagem de eosinófilos).
Detectar infecções parasíticas.
Servir de suporte para o diagnóstico de outras doenças.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.
De forma a assegurar um diagnóstico preciso, os resultados de testes diferenciais devem ser interpretados em relação à contagem de glóbulos brancos totais (4.000 a 10.000/ml). Para adultos, os valores absolutos e porcentagens normais incluem o seguinte:
Basófilos: 0 a 200/ml; 0 a 2%
Eosinófilos: 40 a 500/ml; 1 a 5%
Linfócitos: 880 a 4.000/ml; 22 a 40%
Monócitos: 120 a 1.000/ml; 3 a 10%
Neutrófilos: 1.800 a 7.500/ml; 45 a 75%.
Para crianças, os valores absolutos e porcentagens normais podem diferir. As porcentagens são as seguintes:
Basófilos: 0 a 2%
Eosinófilos: 1 a 5%
Linfócitos: 45 a 75%
Monócitos: 3 a 10%
Neutrófilos: 22 a 40%.
Achados anormais
Os padrões diferenciais anormais fornecem evidência para uma ampla faixa de estados de doença e outras condições.
Contagem de Plaquetas
As plaquetas ou trombócitos, promovem a coagulação, ou seja, a formação de um coágulo hemostático em locais de comprometimento vascular.
A contagem de plaquetas é o mais importante teste de rastreamento da função plaquetária. As contagens precisas são vitais.
Objetivos
 Avaliar a produção ou utilização de plaquetas.
 Avaliar os efeitos da quimioterapia ou radioterapia na produção de plaquetas.
 Diagnosticar ou monitorar trombocitose ou trombocitopenia.
 Confirmar uma estimativa visual da quantidade e morfologia da plaqueta a partir de um filme sangüíneo colorido.
Valores de referência
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico com esfregaços corados.
As contagens normais de plaquetas variam entre 130.000 a 370.000/ml.
Achados anormais
Uma contagem diminuída de plaquetas (trombocitopenia) pode resultar de medula óssea aplástica ou hipoplástica; uma doença infiltrativa de medula óssea, como, por exemplo, carcinoma ou leucemia; hipoplasia megacariocítica; trombopoiese infecciosa proveniente de deficiência de ácido fólico ou vitamina B12; acúmulo de plaquetas em um baço aumentado; destruição aumentada de plaquetas devido à drogas ou desordens imunes; coagulação intravascular disseminada; síndrome de Bernard-Soulier; ou lesões mecânicas às plaquetas.
Uma contagem aumentada de plaquetas (trombocitose) pode resultar de hemorragias, desordens infecciosas; câncer; anemia por deficiência de ferro; cirurgia recente, gravidez, ou esplenectomia e desordens inflamatórias. Em tais casos, a contagem de plaquetas retorna ao normal após o paciente recuperar-se da desordem primária. Todavia, a contagem permanece elevada em trombocitemia primária, mielofibrose com metaplasia mielóide, policitemia vera e leucemia mielóide crônica. Em tais desordens, as plaquetas podem estar disfuncionais, resultando em sangramento.
Exames correlatos (ao hemograma completo)
VHS, reticulócitos, mielograma, etc.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Remédio contra a Aids voltado para crianças será testado no Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começará a testar em seres humanos um remédio desenvolvido especialmente para tratar a Aids em crianças.

O medicamento desenvolvido pela Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos) é um antirretroviral, que tem como objetivos suprimir a carga viral, restaurar o sistema imune e, assim, retardar a progressão da doença.

Os testes terão início ainda no segundo semestre de 2012, em seis centros de pesquisa em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Se eles tiverem sucesso, o remédio estará disponível no mercado em três anos, de acordo com os cientistas dessa instituição pública.

Os pesquisadores reuniram em um único comprimido os princípios ativos lamivudina, zidovudina e nevirapina, usados normalmente no combate contra a Aids. Ao todo, há 16 substâncias que são usadas nesse tratamento, mas a maioria delas não pode ser aplicada em crianças.

Esse comprimido contém doses adequadas para crianças e foi adoçado com outros componentes com o objetivo de tornar o sabor mais agradável. Com as mudanças, os cientistas esperam melhorar a adesão dos mais jovens ao tratamento.

Pelos dados oficiais, entre 1980 e 2010 foram registrados no Brasil 14 mil casos de Aids em crianças menores de 13 anos, que em sua maioria herdaram a doença de suas mães durante a gravidez ou contraíram no momento do parto.

Droga contra câncer ativa memória de ratos com Alzheimer, diz pesquisa

Cientistas americanos afirmaram nesta terça-feira (13) que um remédio contra o câncer melhorou a memória de ratos mais velhos que sofrem de Alzheimer. A descoberta, publicada no periódico "Journal of Neuroscience", representaria um avanço na busca de tratamento a doença.

Segundo a pesquisa, a droga epotilona, ou EpoD, parece estabilizar microtúbulos que transportam nutrientes nas células nervosas. O rompimento destes túbulos provoca "emaranhados" nas células nervosas.

Estudo anterior realizado pelos mesmos cientistas havia mostrado que o EpoD pode para evitar o declínio cognitivo em roedores jovens, criados para apresentar sintomas como os do Alzheimer.

"A EpoD entra rapidamente no cérebro, onde parece persistir por muito mais tempo do que no sangue. Isso pode explicar porque pequenas doses se mostraram eficazes e seguras no modelo do mal de Alzheimer em ratos", explicou o autor que chefiou as pesquisas, Kurt Brunden.

Humanos
Os ratos foram tratados por apenas três meses. Provavelmente, os humanos teriam que ser tratados por muito mais tempo porque o Alzheimer é uma doença degenerativa crônica. Portanto, mais pesquisas precisam ser feitas para verificar se um tratamento mais longo seria nocivo.

No mês passado, cientistas também reportaram que outro medicamento contra o câncer, o bexaroteno, conseguiu reverter o Alzheimer em ratos. Roedores tratados com essa droga ficaram rapidamente mais espertos. A placa em seus cérebros que provocava o Alzheimer começou a sumir em questão de horas, destacou a pesquisa, publicada na revista científica americana "Science".

Mas especialistas alertam que os modelos em ratos nem sempre são traduzidos com sucesso nos testes com pessoas.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Medicamentos comuns são os maiores causadores de hospitalizações por efeitos adversos graves

Com base nos 5.077 casos identificados, fez-se uma estimativa de 99.628 hospitalizações de emergência por eventos adversos a medicamentos





Eventos adversos a medicamentos são importantes causas evitáveis de hospitalização em idosos. No entanto, dados representativos de eventos adversos a medicamentos que resultam em hospitalização dessa população têm sido limitados.

Pesquisadores da Emory University School of Medicine estimaram a frequência e as taxas de hospitalização após atendimentos de emergência por eventos adversos a medicamentos em idosos e avaliaram a contribuição de medicamentos específicos, incluindo aqueles identificados como de alto risco ou potencialmente inadequados. O estudo foi publicado na revista The New England Journal of Medicine.

Com base nos 5.077 casos identificados, fez-se uma estimativa de 99.628 hospitalizações de emergência por eventos adversos a medicamentos em idosos nos EUA a cada ano, de 2007 até 2009. Quase metade dessas internações foi entre idosos com 80 anos de idade ou mais. Quase dois terços das internações foram devido a overdoses acidentais.

Quatro medicamentos ou classes de medicamentos foram implicados sozinhos, ou em combinação, em 67,0% das internações: varfarina (33,3%), insulina (13,9%), agentes antiplaquetários orais (13,3%) e hipoglicemiantes orais (10,7%). Medicamentos de alto risco foram implicados em apenas 1,2% das internações.
Os autores concluíram que hospitalizações de emergência por eventos adversos a medicamentos em idosos resultaram de alguns medicamentoscomumente usados, e relativamente poucas resultaram de medicamentos normalmente designados como de alto risco ou impróprios.
Fonte: boasaude.uol.com.br

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Processo de partir remédio é inadequado

Remédio pode não ter mesma concentração nas duas metades.


Você costuma partir os remédios ou abrir as cápsulas antes de engolir? Cuidado. Quando um remédio é cortado, amassado ou triturado, a dosagem pode ser alterada e também a maneira como o organismo absorve o medicamento. Por isso, a recomendação é que o remédio seja consumido da maneira que vem na embalagem.

“Se você fizer uma partição no medicamento, isso pode ter uma dosagem a mais ou a menos. Isso é prejudicial ao paciente”, diz o presidente do Conselho Regional de Farmácia, Carlos Bragança. “Já existem alguns estudos que mostram que quando você corta um comprimido ao meio, ele não necessariamente tem a mesma concentração nas duas metades, podendo ter uma variação muito grande, e consequentemente o efeito vai variar muito”, diz o farmacêutico Helder Mauad.

O professor da Universidade Federal do Espírito Santo diz também que é perigoso quando o remédio é triturado ou quando a substância é retirada da cápsula. Isso muda a maneira como o organismo absorve o medicamento. Alguns remédios são feitos para agir aos poucos, mas quando são triturados, vai tudo de uma vez para o organismo.

“Então isso pode acarretar obviamente a uma overdose, trazendo uma série de efeitos colaterais, e não é atingido o objetivo do tratamento inicial. É muito perigoso”, diz o professor.

Por isso, a orientação é só alterar o remédio se o médico indicar. O professor explica o que fazer se o comprimido for muito grande, difícil mesmo de engolir: “Essas pessoas devem retornar ao médico e ele vai orientar a substituir a apresentação de um comprimido por uma forma líquida”, explica.

Fonte: G1- globo.com


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Associação alerta diabéticos sobre cuidados com os pés

O problema que leva a esse tipo de cirurgia é conhecido entre os especialistas como pé de diabético. A doença pode afetar nervos e a circulação sanguínea e é caracterizada por feridas que não curam.

Rio de Janeiro – Cerca de 20% dos casos de feridas nos pés de pessoas diabéticas podem evoluir para a amputação, segundo dados da Associação Médica de Podiatria Americana. A estimativa é que, anualmente, 42 mil pessoas nessas condições têm os membros inferiores amputados.
O problema que leva a esse tipo de cirurgia é conhecido entre os especialistas como pé de diabético. A doença pode afetar nervos e a circulação sanguínea e é caracterizada por feridas que não curam, inchaço local, dormência, falta de sensibilidade, ressecamento e cor azulada.
O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Guilherme Pitta, informou que o Brasil mantém as mesmas médias mundiais. Segundo ele, muitos casos de amputação poderiam ser evitados com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
“Cerca de 50% dos diabéticos não são diagnosticados, prejudicando a prevenção das consequências da doença que englobam o pé diabético, a insuficiência renal com hemodiálise, um risco maior de infarto e até mesmo a cegueira”, alertou o especialista.
Desde o mês passado, a SBACV mantém em sua página na internet um link com um manual de atenção integral ao pé diabético. O texto, distribuído em 40 páginas, também foi entregue a profissionais envolvidos com o tratamento da doença, mas pode ser acessado por qualquer pessoa no endereço www.sbacv.com.br. O manual explica como prevenir lesões e orienta sobre exames e sintomas que devem ser considerados, como a perda da sensibilidade nos pés.
A entidade também está mantendo diálogo com o governo, por meio do Ministério da Saúde, para tentar implantar em toda a rede pública de saúde um programa de profilaxia da doença.
Levantamento apresentado por médicos da instituição mostrou que, no Rio de Janeiro, um programa semelhante, que funcionou entre 2002 e 2003, resultou na redução de 50% das amputações de coxas e pernas.

Estudo mostra ligação entre asma nas crianças com uso de paracetamol

Alguns pesquisadores notaram que a epidemia de asma aumentou rapidamente nos anos 80, aproximadamente na mesma época em que a aspirina foi associada à síndrome de Reye nas crianças.
Uso do paracetamol pode causar asma em crianças. Foto: Divulgação 
Nova York - O aumento acentuado da asma infantil em todo o mundo nas últimas três décadas deixa os pesquisadores perplexos há bastante tempo. Eles vêm considerando explicações tão diversas quanto uma melhor higiene e as imunizações. Contudo, um novo conceito apareceu na última década
.

Alguns pesquisadores notaram que a epidemia de asma aumentou rapidamente nos anos 80, aproximadamente na mesma época em que a aspirina foi associada à síndrome de Reye nas crianças. Os médicos pararam de receitar aspirina para as crianças com febre, optando pelo paracetamol.

Em um artigo publicado em 1992 no The Annals of Allergy and Asthma Immunology, Arthur Varner, então membro do programa de treinamento em imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Wisconsin, afirmou que a mudança para o paracetamol pode ter estimulado o aumento da asma. Desde então, mais de 20 estudos produziram resultados que apoiam essa teoria, incluindo uma extensa análise de dados de mais de 200 mil crianças que descobriu um aumento do risco de contrair asma entre aquelas que haviam tomado paracetamol.

O Dr. John T. McBride, pediatra do Hospital Infantil Akron de Ohio, publicou em novembro um artigo na revista Pediatrics no qual ele argumenta que as provas da associação entre paracetamol e asma são fortes o suficiente para que os médicos recomendem que se evite sua ingestão por bebês e crianças com asma, ou sob risco de contrair a doença.

Enzima

McBride baseou a sua declaração em diversas linhas de evidência. Ele afirma que, além do período de ocorrência da epidemia de asma, agora há uma explicação plausível para a forma como o paracetamol pode provocar ou piorar essa doença pulmonar inflamatória crônica. Os pesquisadores descobriram que mesmo uma única dose de paracetamol pode reduzir os níveis de glutationa do corpo. A glutationa é uma enzima que ajuda a reparar os danos oxidativos que podem levar à inflamação das vias aéreas.

"Quase todo estudo que procurou, descobriu uma relação dose/resposta entre o uso do paracetamol e a asma", afirmou McBride. "A associação entre idade, geografia e cultura é muito consistente", afirma.
A correlação estatística entre o paracetamol e a asma apareceu em estudos de bebês, crianças e adultos. Os estudos também descobriram um aumento no risco de contrair asma nas crianças cujas mães tomaram paracetamol durante a gestação.

Por exemplo, um estudo publicado em 2008 na revista The Lancet examinou informações sobre mais 205.000 crianças de 31 países, coletadas como parte de um Estudo Internacional sobre Asma e Alergias na Infância, conhecido como Isaac. A análise de 2008 concluiu que, nas crianças que receberam paracetamol com o intuito de baixar a febre no primeiro ano de vida, o risco de desenvolver os sintomas da asma era 50 por cento maior do que nas crianças que não haviam tomado o medicamento. O risco aumentava com o aumento do uso: o risco de apresentar os sintomas triplicou nas crianças que haviam tomado paracetamol ao menos uma vez a cada mês.

No estudo publicado em 2000 por pesquisadores britânicos, no qual foram usados dados do Isaac, descobriu-se que a prevalência da asma aumentava ao mesmo tempo que as vendas de paracetamol nos 36 países analisados. Quanto maior era o consumo de paracetamol de um país, tanto maior era a prevalência da asma.

A meta-análise publicada em 2009 avaliou que, nas crianças que haviam tomado paracetamol no ano anterior, o risco de sofrer de respiração ofegante duplicava quando comparado ao risco nas crianças que não haviam tomado o medicamento.

Infecção viral

"Nós sabemos que o paracetamol pode levar ao aumento da constrição brônquica e da respiração ofegante", afirmou Mahyar Etminan, farmacoepidemiologista da Universidade de Colúmbia Britânica e principal autor do estudo.

Contudo, Etminan afirma que ainda não está claro se o paracetamol em si é o responsável pelo aumento da prevalência de asma.

"As crianças geralmente recebem paracetamol para controle da febre, e ficam com febre devido a infecções virais, as quais estão associadas ao desenvolvimento da asma em uma idade mais avançada", afirmou Etminan. "É difícil elucidar se é o medicamento ou a infecção viral", afirma.

Outro problema potencial consiste no fato de que, em muitos estudos, os pais precisavam se lembrar com exatidão a quantidade de paracetamol oferecida à criança e a frequência. Os pais cujos filhos têm asma estão propensos as investigar os eventos que precedem o ataque, portanto, é maior a possibilidade de se lembrarem de ter oferecido o remédio a criança.

Apenas um estudo controlado aleatório investigou essa relação até o momento. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston designaram 1.879 crianças com asma aleatoriamente a tomarem paracetamol ou ibuprofeno se tivessem febre. Os resultados, publicados em 2002, mostraram que as crianças que tomaram paracetamol para combater a febre estavam duas vezes mais propensas a procurar ajuda médica mais tarde para tratar os sintomas da asma do que as que tomaram ibuprofeno.

Outros estudos fazem parte dos trabalhos. Richard Beasley, professor de medicina do Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia, esta finalizando um estudo aleatório controlado de 12 semanas sobre o paracetamol para verificar se a droga provoca ou piora a asma de pessoas adultas. Os resultados do estudo estarão prontos no ano que vem. Segundo Beasley, a principal prioridade agora são estudos rigorosos para verificar se o uso do paracetamol por crianças aumenta o risco de desenvolver a asma.

"Não posso dizer com total certeza se o paracetamol agrava a asma, mas posso dizer que, se eu tivesse um filho ou filha com asma, eu daria a ele ou ela ibuprofeno a partir de agora", afirmou McBride. "O ônus da prova agora é mostrar que ele é seguro", afirma.

Nem todos os especialistas concordam com isso.

"Neste momento, eu não sinto que seja possível recomendar um em substituição ao outro", afirmou Stanley Szefler, chefe de farmacologia clínica pediátrica do National Jewish Health, em Denver. "Os dois possuem vantagens e inconvenientes", afirmou.

Moderação

A aspirina e outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, incluindo o ibuprofeno, são conhecidos por provocar ataques de asma em algumas pessoas, afirmou Beasley. Ele sugeriu aos pais um meio-termo: usar o paracetamol apenas moderadamente.

"Nós devemos reservar o paracetamol para tratar febres muito altas ou aliviar dores fortes, afirmou. "Sabemos que o paracetamol é usado bem mais amplamente: quando a criança está um pouco irritada ou começando a ter dentes ou sendo imunizada".

Foi demonstrado que o paracetamol reduz a resposta dos anticorpos à imunização, por isso, ele não deve ser administrado antes da vacinação de crianças, observou Beasley.

Szefler e seus colegas estão realizando um estudo que analisa as intervenções antecipadas para a asma e que também irá acompanhar os padrões da doença nas crianças que tomam paracetamol ou ibuprofeno para combater a febre. Os dados não irão responder a todas as perguntas, mas devem fornecer orientação adicional para pais e pediatras, afirmou Szefler.

McBride, por exemplo, não irá esperar pelos resultados.

"Se os estudos comprovarem que o paracetamol agrava a asma, não consigo me imaginar contando aos pacientes que eu sabia do fato há cinco anos, mas não tinha certeza e por isso não comentei", afirma.

Fonte: http://www.d24am.com/noticias/saude/