quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Alecrim (Rosmarinus officinalis L.)


Os atributos do alecrim são tão importantes como os da aspérula-odorífera; datam do século XVII e vêm da europa central. Diz-se que a rainha Isabel da Hungria, septuagenária e depauperada pela doença, recuperou a saúde e rejuvenesceu graças ao alecrim. A receita da água da juventude água da rainha da Hungria, que ela própria preparava, está ao alcance de toda a gente, pois para obter basta juntar e misturar os alcoolatos de alfazema, alecrim e poejo. Como muitas outras labiadas, o alecrim actua sobre o sistema nervoso, pois estimula os asténicos, fortalece as memórias enfraquecidas e eleva o moral dos deprimidos. A sua acção terapêutica inicia-se com a colheita, que pode ser efectuada em qualquer época do ano nas colinas meridionais. O estado espontâneo e a liberdade da planta conferem-lhe vigor, mantém-se bonito, conserva as suas características aromáticas, mas é menos eficaz que o alecrim espontâneo. As abelhas que o visitam produzem um excelente mel, de gosto intenso, denominado mel de alecrim.
Família: Lamiáceas (Labiadas).
Componentes: Óleo essencial, ácidos orgânicos, heterósidos, saponósidos, colina.
Propriedades: Anti-espasmódico, anti-séptico, colagogo, diurético, estimulante, estomáquico, tónico e vulnerário.
Uso Tradicional: Asma, astenia, celulite, colesterol, convalescença, depressão, entorse, enxaqueca, memória, nervosismo, pele,
rugas, sono, torcicolo.
Produtos C.H.I. com Alecrim: Lecigluten Forte (Amp.), Lecigluten Forte (Cáp.), Lecigluten (Xar.), TopCerebral (Amp.).

Alcachofra (Cynara scolymus sin. Cynara Cardunculus L.)


Planta próxima do cardo-do-coalho, Cynara scolymus, das regiões mediterrânicas, a alcachofra é uma mera variedade não espinhosa dessa planta, que provavelmente surgiu por mutação nas culturas nos inícios do século XV. Considerada durante muito tempo uma hortaliça rara, é hoje abundantemente cultivada nas regiões atlânticas com invernos suaves. A alcachofra era já apreciada como diurético e afrodisíaco no século XVI e considerada em certos meios no século XVIII como tratamento específico da icterícia. No entanto, a sua fama terapêutica deve-se essencialmente aos trabalhos de vários médicos no início do século XX, os quais demonstraram a sua importância nas afecções hepatobiliares. Na planta deve distinguir-se a flor, parte edível, constituída por um capítulo de grandes dimensões, do qual se consome em culinária o reáculo carnudoácteas, denominadas impropriamente folhas, e a folha larga e muito recortada, unida ao caule, que é a parte utilizada em medicina.
Família: Asteráceas (Compostas).
Componentes: Mucilagem; pectina; tanino; ácidos orgânicos: mácico, glicérico e glicólico; componentes flavônicos glicosideos (cinarosídeo e scolimosídeo); cinaropicrina (principal constituinte amargo); enzimas; pró-vitamina A, entre outras vitaminas.

Propriedades: Antidiarreico, aperitivo, colagogo, colerético, depurativo, diurético, hipoglicemiante, tónico.
Uso Tradicional: Arteriosclerose, celulite, colesterol, diabetes, fígado, gota.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

AINE's

Os AINEs compõem um grupo heterogêneo de compostos, que consiste de um ou mais anéis aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional. São ácidos orgânicos fracos que atuam principalmente nos tecidos inflamados e se ligam, significativamente, à albumina plasmática. Pacientes com hipoalbuminemia têm maiores concentrações da forma livre da droga, que corresponde à sua forma ativa. Sua absorção é rápida e completa, depois de administração oral (exceto as preparações entéricas e de liberação lenta). Não atravessam imediatamente a barreira hematoencefálica e são metabolizados principalmente pelo fígado. A indometacina, o meclofenamato e o sulindac apresentam recirculação hepática. 
Sabemos que as PGs são produtos originados do ácido aracdônico, o qual é obtido da dieta ou do ácido linoléico, encontrando-se presentes em todos os tecidos animais exercendo várias funções. Quimicamente são parte de um grupo chamado eicosanóides, derivados do ácido aracdônico e liberado de fosfolipídeos de membrana de células lesadas, por ação catalítica da fosfolipase A2. As cicloxigenases (COX-1 e COX-2) e a hidroperoxidase catalisam as etapas seqüenciais de síntese dos prostanóides (prostaglandinas clássicas e tromboxanos) e as lipoxigenases transformam o ácido aracdônico em leucotrienos e outros compostos. 
O principal mecanismo de ação dos AINEs ocorre através da inibição específica da COX e conseqüente redução da conversão do ácido aracdônico ou araquidônico (AA) em prostaglandinas. Reações mediadas pelas COXs, a partir do AA produzem PGG2, que sob ação da peroxidase forma PGH2, sendo então convertidas às prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos (TXs). 
As prostaglandinas têm ação vasodilatadora. A PGD2 é liberada de mastócitos ativados por estímulos alérgicos ou outros. A PGE2 inibe a ação de linfócitos e outras células que participam das respostas alérgicas ou inflamatórias. Além de promoverem vasodilatação, sensibilizam os nociceptores (hiperalgesia) e estimulam os centros hipotalâmicos de termorregulação. A prostaglandina I2 (prostaciclina) predomina no endotélio vascular e atua causando vasodilatação e inibição da adesividade plaquetária. O TX, predominante nas plaquetas, causa efeitos contrários como vasoconstrição e agregação plaquetária. 
Os leucotrienos aumentam a permeabilidade vascular e atraem os leucócitos para o sítio da lesão. A histamina e a bradicinina aumentam a permeabilidade capilar e ativam os receptores nocigênicos. 
Existem pelo menos duas isoformas de COX que apresentam diferenças na sua regulação e expressão. A atividade de ambas as isoformas são inibidas por todos os AINEs em graus variáveis. A COX-1 e COX-2 possuem60% de homologia na sua seqüência de aminoácidos expressa em muitos tecidos .As COX-1, ditas como constitutivas, auxiliam na manutenção da integridade da mucosa gastroduodenal, homeostase vascular, agregação plaquetária e modulação do fluxo plasmático renal. 

A COX-2 é uma enzima indutível, geralmente indetectável na maioria dos tecidos, sua expressão é aumentada em processos inflamatórios. Ela é expressa constitutivamente no cérebro, rim, ossos e provavelmente no sistema reprodutor feminino. Sua atividade é importante na modulação do fluxo sangüíneo glomerular e balanço hidroeletrolítico. Sua expressão é inibida pelos glicocorticóides, o que explicaria os seus efeitos antiinflamatórios. 
Recentemente foi descoberta uma variante do gene da COX-1, descrito como COX-3. Essa parece ser expressa em altos níveis no sistema nervoso central e pode ser encontrada também no coração e na aorta. Essa enzima é seletivamente inibida por drogas analgésicas e antipiréticas, como paracetamol e dipirona, e é pontencialmente inibida por alguns AINEs. Essa inibição pode representar um mecanismo primário central pelo qual essas drogas diminuem a dor e possivelmente a febre. A relevância dessa isoforma ainda não está clara. 
A aspirina e os demais AINEs inibem a síntese de PG mediante a inativação da COX A aspirina acetila as isoenzimas (COX-1 e COX-2) covalentemente, inativando-as de forma irreversível e não seletiva. A maioria dos AINEs age de forma reversível e não seletiva sobre as mesmas enzimas. Convém salientar que tanto a aspirina quanto os outros AINEs não bloqueiam a via da lipoxigenase; não inibindo, desta forma, a produção de leucotrienos. Portanto, os AINEs reduzem, mas não eliminam completamente os sinais e sintomas inflamatórios. 
A inibição de PG é responsável por seus principais efeitos colaterais: gastrite, disfunção plaquetária, comprometimento renal e broncopespasmo. O efeito antitrombótico ocorre pelo bloqueio da COX-1, inibindo a produção do TX e ocasionando o predomínio da atividade de prostaciclina endotelial. 
Inibidores seletivos da COX-2

Os AINEs tradicionais existentes apresentavam sérios efeitos colaterais que limitavam a sua utilização, principalmente a médio e a longo prazo, em enfermidades reumáticas crônicas. Todos, de forma mais ou menos constante, traziam sérios transtornos gástricos e intestinais. Também nos rins as complicações eram tão sérias que os antigos a denominavam de nefropatia analgésica, caracterizada por necrose papilar, hipertensão arterial e, finalmente, insuficiência renal.

Essas complicações, freqüentemente observadas na primeira metade deste século, puseram em marcha uma busca incessante de novos medicamentos que fossem eficazes e tivessem maior margem de segurança com respeito aos inconvenientes mencionados.

O primeiro antiinflamatório lançado para comercialização a partir desse conceito foi o meloxicam, desenvolvido a partir de uma molécula que apresenta atuação inibindo preferencialmente a COX-2, mantendo um bloqueio parcial da COX-1. Outros AINEs já em uso, como o etodolaco e a nimesulida, também se mostraram inibidores preferenciais ou seletivos para COX-2. Atualmente dispomos de alguns inibidores seletivos da COX-2: celecoxibe, lumiracoxibe, etoricoxibe (Tabela 2).

Este grupo de medicamentos carece de um grupo carboxílico presente na maioria dos AINEs e, por isso, são capazes de orientar-se na enzima COX-2 de maneira seletiva, que difere daquela dos outros antiinflamatórios. Apresentam baixa hidrossolubilidade, o que dificulta a sua administração parenteral.

Perfil clínico dos AINEs e seus efeitos colaterais (Tabela 3)

Gastrointestinal

Todos AINEs convencionais têm a tendência de causar efeitos adversos gastrointestinais que podem variar de dispepsia a sangramentos de estômago e duodeno, ativar doenças inflamatórias intestinais quiescentes e causar dano tecidual (como úlceras) no trato gastrointestinal baixo, geralmente, após um longo período de uso.

Muitos AINEs são derivados do ácido carboxílico e se encontram na forma não ionizada no lúmen gástrico e, dessa maneira, podem ser absorvidos pela mucosa gástrica. Com a mudança de pH ácido para neutro, no interior da mucosa, a droga ionizada é armazenada temporariamente no interior das células epiteliais, o que causa dano às mesmas. Entretanto, esse dano "tópico" não parece ser de fundamental importância para a patogênese da sintomatologia ulcerosa. Essa última se deve principalmente a uma conseqüência da inibição sistêmica da atividade COX-1 da mucosa gastrointestinal (GI). Mesmo a administração intramuscular ou intravenosa de aspirina ou outros AINEs pode causar úlceras gástricas ou duodenais.

Por inibirem a COX-1, os AINEs impedem a síntese de prostaglandinas gástricas, especialmente PGI2 e PGE2, que servem como agentes citoprotetores da mucosa gástrica. Estes eicosanóides agem inibindo a secreção ácida pelo estômago, aumentando o fluxo sangüíneo na mucosa gástrica e promovendo a secreção de mucocitoprotetor. A inibição da sua síntese, portanto, acarreta ao estômago uma maior suscetibilidade às lesões; cujo aspecto característico, com infiltrado inflamatório, levou ao uso da denominação de gastropatia por AINE. Além disso, diminui a adesividade plaquetária, aumentando os riscos de sangramento. A indometacina, o sulindac e o meclofenamato sódico apresentam acentuada recirculação enteropática, o que aumenta os efeitos tóxicos destes fármacos.

A associação com o óxido nítrico
O óxido nítrico (ON) pode ter um papel intermediário na citoproteção da mucosa gástrica. Com papel similar a COX 1, a sintase constitutiva do óxido nítrico (sON) é importante na manutenção da integridade da mucosa gástrica. Duas enzimas contribuem para a atividade basal e constitutiva da sON: a sON neuronal (sONn, tipo 1) e SON endotelial (sONe, tipo 3).Os mecanismos citoprotetores do óxido nítrico são paralelos aos efeitos das PGs e incluem mediação da liberação do muco gástrico, manutenção da função da barreira epitelial e aumento do fluxo sangüíneo da mucosa. Existe ainda a sintase indutiva do óxido nítrico (sONi, tipo 2) que está associada com processos inflamatórios, similar a COX-2. Entretanto, a relação entre as várias enzimas COX e sON não foram completamente elucidadas. Muitos estudos mostram que ambas as enzimas estão envolvidas na manutenção da integridade da mucosa gástrica, assim como na restituição epitelial. AINEs associados ao ON têm sido desenvolvidos e estão sendo avaliados em estudos clínicos.

A maioria dos AINEs inibem a COX-1 e a COX-2 de forma não seletiva e assim diminuem a produção de PGs gástricas em pequenas concentrações (<1mM). Os inibidores seletivos da COX-2, assim como os inibidores da COX-3 (paracetamol) preservam a proteção mediada por PGs gástricas. Entretanto, os inibidores seletivos da COX-2 em altas doses podem perder sua especificidade e também bloquear a COX-1 no estômago e duodeno causando danos.

O FDA (Food and Drug Administration), agência norte-americana que controla o uso de medicamentos naquele país, estima que úlceras gastrointestinais, sangramentos e perfurações ocorrem em aproximadamente 1% a 2% dos pacientes usando AINEs por três meses e, aproximadamente, 2% a 5% naqueles usando por um ano. A maioria dessas complicações ocorrem em pacientes que não tinham história pregressa de eventos gastrointestinais.

Há um grande número de fatores que aumenta o risco de sangramento intestinal ou morte por causas gastrointestinais (GI). Os principais fatores de risco que estão relacionados com o desenvolvimento de úlceras gastroduodenais, causadas pelo uso de AINEs, são a idade avançada, sexo feminino, história de úlcera, uso concomitante de corticosteróide, altas doses de AINEs (incluindo o uso de mais de um) uso concomitante de anticoagulantes e a presença de doença sistêmica grave. Os possíveis fatores associados são a infecção concomitante com Helicobacter pylori, tabagismo e ingestão de álcool.

Aspirina em doses menores que 100 mg/dia pode inibir a geração de PGs e causar dano gástrico. Após parada do uso de doses baixas de aspirina (<100 mg/dia), o estômago necessita de cinco a oito dias para recuperar a atividade da COX-1 e a síntese das PGs protetoras. Estudos epidemiológicos placebos-controlado mostram que existe um risco elevado de eventos graves com o aumento da dose da aspirina.

Há controvérsias na literatura quanto à associação do H. pylori e os AINEs na patogênese da úlcera gástrica. Em metanálises recentes e revisão sistemática da literatura (um total de 21 estudos) se observaram que: o risco de úlcera péptica sem complicações em usuários de AINEs foi significativamente maior entre os pacientes com H. pylori positivo, comparados com os pacientes sem a bactéria; a doença ulcerosa péptica foi mais comum em pacientes com H. pylori positivo comparados com àqueles sem H. pylori, independente do uso de AINEs. A erradicação desta bactéria deve ser reservada aos pacientes com história de doença péptica.

Os sintomas pépticos, bem como a prevenção de úlceras gástricas são manejados com medidas gerais e a utilização de medicamentos. Cuidados simples como a administração com as refeições podem minimizar os sintomas. Os bloqueadores H2 se mostraram eficazes na prevenção da úlcera duodenal. Pode-se, ainda, considerar o uso profilático de antiulcerosos, sobretudo em pacientes de alto risco, como idosos, pacientes com história recente de ulceração péptica, os que recebem outras drogas ulcerogênicas e os que desenvolveram anemia quando previamente tratados com AINEs(16). Um estudo recente mostrou que o omeprazol foi superior à ranitidina em cicatrizar, prevenir úlceras e erosões gastroduodenais, bem como controlar sintomas dispépticos nos pacientes que faziam uso diário de AINEs(17). Torna-se necessário suspender, ou não iniciar, o uso destes antiinflamatórios quando os benefícios podem ser suplantados por efeitos gastrointestinais indesejáveis, cuja morbidade comprometa a qualidade de vida.

Estudos randomizados controlados têm comprovado a diminuição na incidência de úlceras e de suas complicações com uso de inibidores da COX-2(20-23).Em idosos a prevenção secundária de sangramento por úlceras induzidas por AINEs com uso de inibidores seletivos da COX-2 teve resultados equiparáveis ao uso de AINEs tradicionais com inibidores de bomba de prótons, embora o número de casos desse estudo tenha sido pequeno.

O Colégio Americano de Gastroenterologia recomenda a profilaxia medicamentosa nos pacientes com os seguintes fatores de risco: idade > 60 anos, história prévia de evento gastrointestinal (úlcera, hemorragia), uso de altas doses de AINEs, uso de glicocorticóides e uso associado de anticoagulantes.

Cardiovascular
Os inibidores seletivos da COX-2 (coxibes) vieram ao mercado com o objetivo de promover ação antiinflamatória e alívio de sintomas, assim como os AINEs tradicionais, porém com diminuição do risco de eventos gastrointestinais. No entanto, alguns estudos clínicos evidenciaram uma ocorrência elevada de eventos cardiovasculares e tromboembólicos em usuários crônicos da medicação.

Desde o lançamento dos coxibes (celecoxibe, rofecoxibe, valdecoxibe, parecoxibe, etoricoxibe e lumiracoxibe) se tem questionado se tais eventos estariam relacionados a eventos de classe e/ou relação dose-efeito, como também se a aspirina poderia interferir nesses eventos. Outra questão levantada foi se os AINEs tradicionais poderiam apresentar riscos semelhantes aos coxibes.

No aparelho cardiovascular se observam altas concentrações de COX-1 em plaquetas e células endoteliais vasculares. Essa enzima é responsável pela produção de tromboxane A2 (TX A2), resultando em potencial efeito pró-trombótico, promovendo o aumento na agregação e adesão plaquetária, estando ainda associada à vasoconstrição e ao remodelamento vascular.

A COX-2 resulta na formação de prostaciclinas, promovendo efeito antitrombótico, vasodilatação e redução da agregação e adesão de plaquetas. Mais recentemente se identificou a COX-2 em amostras obtidas de placas ateromatosas coronarianas e carotídeas, reforçando a participação dessa enzima no processo inflamatório aterosclerótico. Dessa maneira, esses sistemas enzimáticos mantêm um equilíbrio entre os processos hemorrágicos e a trombose.

Os inibidores da COX-2, reduzindo a produção de prostaciclina vascular, poderiam afetar o equilíbrio entre TX A2 e prostaciclinas, levando a um aumento de eventos trombóticos e cardiovasculares. Essas alterações da fisiologia da cascata do ácido aracdônico teoricamente explicam um aumento na ocorrência de eventos cardiovasculares associados ao uso de coxibes.

Grandes estudos clínicos prospectivos e observacionais apontam diferenças entre os coxibes e o risco cardiovascular. Tais diferenças não estão apenas associadas a eventos trombóticos, mas também à retenção de sódio e água, elevação da pressão arterial e ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, devido a alterações na formação de PGs alterando as trocas de sódio e água no nível tubular renal.

Grandes estudos clínicos prospectivos e observacionais apontam diferenças entre os coxibes e o risco cardiovascular. Tais diferenças não estão apenas associadas a eventos trombóticos, mas também à retenção de sódio e água, elevação da pressão arterial e ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, devido a alterações na formação de PGs alterando as trocas de sódio e água no nível tubular renal.

No ano 2000, o estudo VIGOR (Vioxx Gastrointestinal Outcomes Research), desenvolvido pela Merck Sharp & Doheme, ao comparar rofecoxibe com naproxeno em pacientes com artrite reumatóide (AR), observou um número maior de eventos adversos graves cardíacos e trombóticos com rofecoxibe. A incidência de infarto agudo miocárdio foi menor no grupo do naproxeno, 0,1% versus 0,4% do grupo rofecoxibe. O risco relativo cardiovascular foi de 1,1% no grupo do rofecoxibe versus 0,5% no grupo naproxeno. Os eventos cardiovasculares incluíram: infarto do miocárdio fatal/não fatal, angina instável, morte súbita de origem cardíaca, evento cerebrovasculares e eventos vasculares periféricos.

Por sua vez, o estudo CLASS (Celecoxib Longterm Arthritis Safety Study), coordenado pela Pfizer e publicado no mesmo ano, comparou celecoxibe com ibuprofeno e também com diclofenaco em pacientes com AR e osteoartrite (OA), observando-se também um aumento no número de eventos cardiovasculares, com risco relativo em 1,3% dos pacientes em uso do celecoxibe versus 1,2% com os demais AINEs.

Em 2004, dois estudos com o mesmo desenho, o TARGET (Therapeutic Arthritis Research and Gastrointestinal Event Trial), de responsabilidade da Novartis, compararam lumiracoxibe com naproxeno e com ibuprofeno no tratamento da OA. O segundo ensaio avaliou o papel do lumiracoxibe num desfecho composto (morte cardiovascular, infarto agudo do miocárdio silencioso e não fatal e acidente vascular cerebral). A incidência do infarto agudo do miocárdio (IAM) foi de 0,32% com lumiracoxibe versus 0,1% com naproxeno e 0,11% com lumiracoxibe versus 0,16% com ibuprofeno, durante um ano de seguimento. Outros estudos analisaram estes efeitos e são encontrados quando da revisão sistemática da literatura.

Por sua vez, o parecoxibe só é eficaz in vivo quando se converte em valdecoxibe. Esse, foi aprovado com base em estudos realizados em pacientes com pequeno risco cardiovascular. Em outubro de 2004, a Pfizer informou sobre sua potencial associação com reações cutâneas e aumento de eventos cardiovasculares.

Mandani e cols., em novo estudo, compararam os efeitos do celecoxibe, rofecoxibe e AINEs não seletivos, em relação a controles (não usuários de AINEs) sobre a hospitalização por ICC. Pacientes em uso de rofecoxibe e AINEs não seletivos tiveram risco aumentado de admissão por ICC. Celecoxibe não apresentou tal risco(42).

No primeiro fascículo do BMJ, em 2005, Gottlieb menciona o significativo aumento de risco de morte cardiovascular, IAM e doença cerebrovascular com celecoxibe, em estudo previsto para cinco anos de duração (2.026 pacientes) com objetivo de determinar sua eficácia na prevenção de câncer de cólon (Adenoma Prevention with Celecoxib - APC). Em doses de 400 a 800mg/dia, celecoxibe aumentou aquele risco em 2,5 e 3,4 vezes, respectivamente, em comparação a placebo (0,9%). Em dezembro de 2004 o estudo foi prematuramente suspenso pelo National Care Institute.

O laboratório Pfizer publicou, então, que os resultados de um ensaio patrocinado pela companhia em pacientes com câncer - estudo PreSAP (Prevention of Sporadical Adenomatous Polyps) - não evidenciaram maiores risco de eventos cardiovasculares com celecoxibe em relação ao placebo. Um terceiro estudo - Alzheimer Disease Antiinflammatory Prevention Trial - ADAPT -, realizado em cerca de 2.400 pacientes com alto risco de doença de Alzheimer, foi prematuramente suspenso em dezembro de 2004, até que se revissem os potenciais riscos cardiovasculares.

A segurança cardiovascular do etoricoxibe foi recentemente estudada no programa MEDAL (Multinational Etoricoxib and Diclofenac Arthritis Long-term), que foi uma análise de três estudos separados comparando o etoricoxib com diclofenaco. O risco de eventos trombóticos cardiovasculares por etoricoxib foi similar ao do diclofenaco. A interpretação desses resultados é problemática, já que se acredita que o diclofenaco está associado com um aumento do risco cardiovascular.

Acredita-se que diferenças na estrutura química dos coxibes sejam fatores determinantes do perfil farmacológico de cada um deles; entretanto, a relação entre doses e efeitos adversos têm mostrado linearidade comum a todos os coxibes. Questiona-se o papel dos coxibes na terapia antiinflamatória e analgésica, já que a eficácia é similar a dos AINEs não seletivos, a custo consideravelmente mais alto e menor segurança cardiovascular. Parece prudente adotar uma atitude de cautela em relação aos representantes que permanecem no mercado, evitando seu uso como medicamentos de primeira linha. A prescrição de coxibes deve ser reservada a pacientes com alto risco gastrointestinal, sendo contra-indicado na doença coronariana e cerebrovascular estabelecida.

Renal
Os AINEs podem induzir insuficiência renal aguda (IRA) de duas diferentes maneiras: hemodinamicamente-mediada ou por nefrite intersticial (freqüentemente acompanhada de síndrome nefrótica). Esses efeitos estão diretamente relacionados à redução da síntese de PGs induzida pelos AINEs.

Embora as PGs renais sejam primariamente vasodilatadoras, elas não apresentam papel principal na regulação da hemodinâmica renal, já que a síntese basal é relativamente baixa. Entretanto, a liberação desses hormônios (particularmente a prostaciclina e a PGE2) está aumentada em doenças glomerulares subjacentes, insuficiência renal, hipercalcemia e por substâncias vasoconstritoras (angiotensina II e norepinefrina). A secreção desses últimos hormônios é aumentada em estados de depleção de volume (como insuficiência cardíaca congestiva, cirrose e perda de água e sal pelo trato gastrointestinal ou renal). Nesses contextos, as PGs vasodilatadoras agem preservando o fluxo renal sangüíneo e a filtração glomerular por diminuição da resistência pré-glomerular. Isto é particularmente importante quando existe depleção de volume efetivo, situação em que as PGs antagonizam o efeito vasoconstritor da angiotensina II e da norepinefrina. Na doença glomerular, entretanto, o aumento na produção de PGs parece manter a taxa de filtração glomerular na presença de importante redução na permeabilidade do capilar glomerular.

Inibição da síntese de PGs por AINEs nesses pacientes pode levar a uma isquemia renal reversível, um declínio da pressão hidrostática glomerular e insuficiência renal aguda. O aumento da creatinina plasmática é visto durante os três a sete primeiros dias da terapia, tempo necessário para alcançar níveis estáveis da droga e máxima inibição da síntese de prostaglandinas.

Os inibidores seletivos da COX-2 também podem precipitar IRA em alguns pacientes. A freqüência relativa desta ocorrência, comparada com os AINEs não seletivos ainda é desconhecida.
Há evidências de que alguns AINEs não seletivos tenham um menor potencial nefrotóxico que os outros AINEs. Baixas doses de aspirina (40 mg/dia) e de ibuprofeno parecem ser seguras, pois inibem menos a síntese de PG renal.

A segunda forma de IRA induzida por AINEs tem dois componentes, um ou ambos podem estar presentes no mesmo paciente: uma nefrite intersticial aguda (NIA) (com um infiltrado intersticial composto primariamente por linfócitos T) e a síndrome nefrótica (SN), devido à liberação de linfocinas tóxicas por células T ativadas; e, a nefropatia membranosa que pode ser encontrada em muitos pacientes que foram tratados com AINEs.

Estas desordens ocorrem mais comumente com o fenoprofeno, mas provavelmente pode ser induzida por qualquer AINE não seletivo e inibidores da COX-2. Ainda não se conhece o mecanismo pelo qual os AINEs induzem NIA ou SN. É possível que a inibição da COX por AINEs resulte na conversão preferencial do ácido aracdônico em leucotrienos, que poderia então ativar células T helper.

Pacientes afetados podem apresentar hematúria, piúria, proteinúria e um aumento agudo na creatinina plasmática. Um quadro típico de reação alérgica (febre, rash, eosinifilia e eosinofilúria) está tipicamente ausente, mas um ou mais desses achados podem estar presentes. Recuperação espontânea geralmente ocorre durante semanas a poucos meses após o término do tratamento.

Não existe evidência que a terapia com corticóides seja benéfica nesse contexto. Entretanto, um curso de prednisona pode ser considerado em pacientes com insuficiência renal que persiste por mais de uma a duas semanas após a retirada do AINE. Esses pacientes devem evitar subseqüentes administrações de AINEs.
Tem sido proposto que o uso diário de AINE por um período prolongado pode estar associado com risco aumentado de doença renal crônica, provavelmente devido a necrose papilar, um mecanismo semelhante àquele visto com outros analgésicos.

Há evidências de que alguns AINEs não seletivos tenham um menor potencial nefrotóxico que os outros AINEs. Baixas doses de aspirina (40 mg/dia) e de ibuprofeno parecem ser seguras, pois inibem menos a síntese de PG renal.

Hepático
Elevações de transaminases são comumente associadas com o uso de AINEs; entretanto, insuficiência hepática é muito rara. Pacientes com AR quando comparados com pacientes com OA, ambos em uso de AINEs, têm um risco dez vezes maior de injúria hepática aguda. Exposição concomitante com outras medicações hepatotóxicas provavelmente aumentam o risco de dano hepático em pacientes com AR.

Hepatite tem sido relacionada ao uso do diclofenaco, incluindo também FAN positivo e evidência histológica de hepatite crônica ativa.

Recomenda-se a dosagem das enzimas e testes de função hepáticas oito semanas após o início da terapia crônica com AINE. A monitorização sintomática não é suficiente já que sintomas hepáticos são raros. Os AINEs devem ser suspensos nas seguintes situações: aumento das aminotransferases maior que três vezes o valor de normalidade, queda sérica da albumina (sugestivo de defeito de síntese induzido pela droga) ou se o tempo de protrombina estiver prolongado.

Pulmonar
Os AINEs raramente induzem problemas pulmonares, embora a atual incidência de eventos adversos seja desconhecida. As principais reações pulmonares que podem ocorrer incluem: broncoespasmo (em indivíduos sensíveis a aspirina) e infiltrados pulmonares com eosinofilia.

Os infiltrados pulmonares têm uma típica apresentação de: febre, tosse, dispnéia e eosinofilia periférica absoluta. Na avaliação patológica são encontrados granulomas mal definidos com infiltração eosinofílica. Glicocorticóides são necessários ao longo da interrupção da droga e para reversão do processo.

Hematológico
A neutropenia é uma complicação infreqüente com o uso de AINEs, ocorrendo em menos de 1% dos pacientes. Os AINEs devem ser evitados em pacientes com defeitos plaquetários prévios (secundários a uremia ou doença de von Willebrand) e naqueles com trombocitopenia (contagem < 50.000/µL). AINEs não acetilados ou inibidores seletivos da COX-2 são uma alternativa segura para esses pacientes. AINEs devem ser suspensos no período pré-operatório por um tempo equivalente a quatro a cinco vezes o tempo de meia-vida.

Sistema nervoso central
Os efeitos dos AINEs no sistema nervoso central (SNC) incluem meningite asséptica, psicose e disfunção cognitiva. Esses dois últimos são mais comuns em pacientes idosos, particularmente com o uso da indometacina. Meningite asséptica parece ser mais prevalente em paciente com lúpus eritematoso sistêmico em tratamento com AINEs (em geral, ibuprofeno e naproxeno).

Manifestações oculares por uso de AINEs não tem relevância clínica. Podem ocorrer deposição de cristais da droga na córnea e, raramente, desenvolvimento de edema de córnea. Esse último é reversível, embora possa afetar a visão.

Pele
Várias reações de pele podem ocorrer com o uso de AINEs. Reação severa como a síndrome de Steven-Johnson é incomum. Rash mobiliforme e urticária também são encontradas com o uso desta classe de drogas.



quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sibutramina é achada em composto alimentar

Perícia da Anvisa constatou a presença de sibutramina - uma droga controlada para controle da obesidade - em três produtos alimentícios de venda livre: Fibra Regi, Sliminus em cápsulas e Sliminus em comprimidos. Além de proibir a comercialização dos lotes irregulares, a agência interditou a fábrica de alimentos Ledal Química do Brasil, em Goiânia (GO). A empresa tem prazo de 90 dias para recorrer.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

História da farmacologia

As civilizações antigas usavam uma mistura de magia, religião e drogas para otratamento de doenças e as drogas freqüentemente eram tidas como mágicas, sendooriundas de plantas ou animais. Aquele que detinha o conhecimento sobre as drogase poções era respeitado e temido.
O conhecimento das drogas cresceu paralelamente ao conhecimento dasfunções orgânicas como anatomia, fisiologia, bioquímica, e ao desenvolvimento daquímica.
Farmacologia é a ciência voltada para o estudo das drogas sob todos osaspectos, desde as suas origens até os seus efeitos no homem. Atualmente,afarmacologia é estudada em seus aspectos de farmacodinâmica e farmacocinética.

 CONCEITOS
Fármaco – Uma substância definida, com propriedades ativas, produzindo
efeito terapêutico
Droga – Qualquer substância que interaja com o organismo produzindo algum
efeito.
Medicamento – É uma droga utilizada com fins terapêuticos ou de diagnóstico.
Muitas substâncias podem ser consideradas medicamentos ou não, depende da
finalidade com que foram usadas.
Por exemplo:
A vitamina C se for obtida por meio dos alimentos é considerada um nutriente,mas se for administrada na forma pura para correção de estados carenciais ou comoestimulante das defesas orgânicas é definida como um medicamento. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dica para os cabelos


Cabelos bonitos tem sido há muito associados com saúde e bem-estar. Segundo o Ayurveda, o cabelo é considerado um tecido secundário (upa dhatu) estreitamente ligado à medula óssea e ao sistema nervoso central. As plantas medicinais aplicadas a diversos tipos de tratamento não apenas podem produzir cabelos brilhantes e saudáveis, mas também ajudam a trazer serenidade para a mente. Acredita-se, nesta tradição, que cabelos longos e bem tratados, funcionam como um tipo de antena que “capta as energias sutis do corpo, controla os sentidos e prepara a mente para a meditação”.
A planta ayurvédica tradicionalmente conhecida como a “senhora ou rainha dos cabelos” é o bhringaraj (Eclipta alba), que tem sido usado há milênios para rejuvenescer não só os cabelos, mas também a pele. O bhringaraj, no Brasil conhecido com erva-botão, ajuda a acalmar e esfriar o calor de pitta, aumentando a resistência ao estresse. A perda e o embranquecimento prematuro de cabelos são considerados quadros de desequilíbrio de pitta. Entre as muitas propriedades terapêuticas do bhringaraj destacam-se: rejuvenescimento do fígado e dos rins, limpeza das impurezas, melhora da textura da pele e restauração da cor e do brilho dos cabelos.
Outra planta muito poderosa é o brahmi, também conhecida como gotu kola, que ajuda a equilibrar a mente e, ao mesmo tempo, a nutrir os cabelos e o couro cabeludo.
Com o objetivo de tratar os cabelos, são comuns as formulações fitoterápicas para uso interno onde se encontra uma mistura sinérgica das duas plantas citadas com o amalaki, uma erva desintoxicante para ajudar a limpar o excesso de pitta do corpo.
Topicamente, bhringaraje brahmi também são bons alimentos para o couro cabeludo quando utilizados na forma de óleo para massagem: o bhringaraj, numa base de óleo de gergelim, é para equilíbrio para todos os doshas; o brahmi, em uma base de óleo de coco, particularmente tem o potencial de esfriar a mente, pacificando pitta  e favorecendo a meditação. 
Como fazer: aplique óleo na cabeça e massageie suavemente o couro cabeludo com as pontas dos dedos.Deixe o óleo penetrar por uma hora (ou por mais tempo para ajudar a promover o sono profundo). Lavar normalmente. O óleo de massagem ajuda a melhorar a circulação do couro cabeludo, fortalecendo ao mesmo tempo as raízes do cabelo. Essa prática de massagem nutridora do couro cabeludo pode ser feita de uma a três vezes por semana, dependendo de cada caso.
Dicas úteis para ter cabelos bem cuidados
  • Dieta rica em cálcio e ferro, com verduras, sementes de gergelim, sementes de girassol, cenouras, beterrabas, tahini, leite, iogurte fresco, côco e frutas doces da estação.
  • Cozinhar com especiarias, como cominho, pimenta, açafrão, alimento para os cabelos. Refogar de ½  a ¼ de colher de chá de cada tempero em uma colher de chá de ghee ou óleo de gergelim e acrescentar aos legumes cozidos ou sopas. 
  • Evitar lavar os cabelos todos os dias, pois pode tirar sua proteção natural (oleosidade) e, ao longo do tempo, aumentar o ressecamento e a quebra dos fios.
  • Evitar shampoos que contenham produtos químicos agressivos. Escolha shampoos suaves e condicionadores naturais e nutritivos com base vegetal, como a babosa (Aloe vera), que devem ser usados sempre depois de lavar os cabelos para ajudar a selar a cutícula dos fios, mantendo sua umidade e protegendo contra os efeitos da exposição excessiva à luz solar e ao vento.
  • Escolha tintas a base de plantas para reforçar a cor do cabelo, como a henna.
  • Evite o excesso de secadores de cabelo.
  • Escove o cabelo regularmente em todas as direções com movimentos longos, do couro para as pontas dos fios.
  • Pratique técnicas de relaxamento, como yoga e meditação. O estresse excessivo é prejudicial ao cabelo e à saúde em geral.
  • Dê a si mesmo o descanso adequado a cada noite para permitir que o corpo tenha tempo para aêrestauração e renovação adequadas.

Estas recomendações ayurvédicas muito simples ajudam a embelezar e a promover a saúde dos cabelos, começando a partir de dentro. Nutrir os cabelos e o couro cabeludo com dieta, ervas e óleos ayurvédicos não só produzem um cabelo brilhante e saudável, mas também acalmam a mente, equilibram o sistema nervoso e facilitam a prática da meditação.

Medicamentos fitoterápicos no SUS

O Ministério da Saúde divulgou uma lista com 71 plantas medicinais que poderão ser usadas como medicamentos fitoterápicos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A ideia é que a relação sirva de base para uma ampliação do número de fitoterápicos que hoje são financiados com verba federal. Atualmente, só dois, feitos à base de guaco (para tosse) e espinheira-santa (para úlcera e gastrite), são bancados pela pasta. A previsão é chegar a oito até o final do ano.
Confira a relação abaixo:
Achillea millefolium
Nome popular: mil-folhas e dipirona.
Uso: combate úlceras, feridas e analgésica.

Allium sativum
Nome popular: alho.
Uso: antisséptico, anti-inflamatório e anti-hipertensivo.

Aloe spp (A. vera ou A. barbadensis)
Nome popular: babosa e aloés.
Uso: combate caspa, calvíce, antisséptico, tira lendia de piolhos e cicatrizante.

Alpinia spp (A. zerumbet ou A. speciosa)
Nome popular: colônia.
Uso: anti-hipertensivo.

Anacardium occidentale
Nome popular: caju.
Uso: antisséptico e cicatrizante.

Ananas comosus
Nome popular: abacaxi.
Uso: mucolítica, fluidificante das secreções e das vias aéreas superiores.

Apuleia ferrea (Caesalpinia ferrea)
Nome popular: jucá, pau-de-ferro e ibiraobi.
Uso: infecção catarral, garganta, gota e cicatrizante.

Arrabidaea chica
Nome popular: crajirú e carajiru.
Uso: afecções da pele em geral (impigens), feridas e antimicrobiano.

Artemisia absinthium
Nome popular: artemísia.
Uso: estômago, fígado, rins e verme (lombriga, oxiúru, giárdia e ameba).

Baccharis trimera
Nome popular: carqueja e carqueja-amargosa.
Uso: combate feridas e estomáquico.

Bauhinia spp (B. affinis ou B. forficata)
Nome popular: pata de vaca.

Bidens pilosa
Nome popular: picão.
Uso: combate úlceras.

Calendula officinalis
Nome popular: bonina, calêndula e malmequer.
Uso: feridas, úlceras e micoses.

Carapa guianensis
Nome popular: andiroba, angiroba e nandiroba.
Uso: combate úlceras, dermatoses e feridas.

Casearia sylvestris
Nome popular: guaçatonga, bugre branco e café-bravo.
Uso: combate úlceras, aftas e feridas na boca.

Chamomilla recutita (Matricaria chamomilla ou Matricaria recutita)
Nome popular: camomila.
Uso: combate dermatites e feridas banais.

Chenopodium ambrosioides
Nome popular: mastruz, erva-de-santa-maria, ambrosia, erva-de-bicho, mastruço e menstruz.
Uso: corrimento vaginal e antisséptico local.

Copaifera spp
Nome popular: copaíba.
Uso: anti-inflamatório.

Cordia spp (C. curassavica ou C. verbenacea)
Nome popular: erva-baleeira.
Uso: anti-inflamatória.

Costus spp (C. scaber ou C. spicatus)
Nome popular: cana-do-brejo.
Uso: combate leucorreia.

Croton spp (C. cajucara ou C. zehntneri)
Nome popular: alcanforeira, herva-mular e pé-de-perdiz.
Uso: combate feridas e úlceras.

Curcuma longa
Nome popular: açafrão.

Cynara scolymus
Nome popular: alcachofra.
Uso: combate ácido úrico.

Dalbergia subcymosa
Nome popular: verônica.
Uso: auxilia no tratamento de inflamações uterinas e anemia.

Eleutherine plicata
Nome popular: marupá e palmeirinha.
Uso: hemorróida e vermífugo.

Equisetum arvense
Nome popular: cavalinha.
Uso: diurético.

Erythrina mulungu
Nome popular: Mulungu.
Uso: sistema nervoso em geral.

Eucalyptus globulus
Nome popular: eucalipto.
Uso: combate leucorreia.

Eugenia uniflora (Myrtus brasiliana)
Nome popular: pitanga.
Uso: diarreia.

Foeniculum vulgare
Nome popular: funcho.
Uso: antisséptico.

Glycine max
Nome popular: soja.
Uso: sintomas da menopausa e oesteoporose.

Harpagophytum procumbens
Nome popular: garra-do-diabo.
Uso: artrite reumatoide.

Jatropha gossypiifolia
Nome popular: peão-roxo, jalopão e batata-de-téu.
Uso: antisséptico e feridas.

Justicia pectoralis
Nome popular: anador.
Uso: cortes, afecções nervosas e catarro bronquial.

Kalanchoe pinnata (Bryophyllum calycinum)
Nome popular: folha-da-fortuna.
Uso: furúnculos.

Lamium album
Nome popular: urtiga-branca.
Uso: leucorreia.

Lippia sidoides
Nome popular: estrepa cavalo, alecrim e alecrim pimenta.

Malva sylvestris
Nome popular: malva, malva-alta e malva-silvestre.
Uso: furúnculos.

Maytenus spp (M. aquifolium ou M. ilicifolia)
Nome popular: concorosa, combra-de-touro, espinheira-santa e concerosa.
Uso: antisséptica em feridas e úlceras.

Mentha pulegium
Nome popular: poejo.

Mentha spp (M. crispaM. piperita ou M. villosa)
Nome popular: hortelã-pimenta, hortelã e menta.

Mikania spp (M. glomerata ou M. laevigata)
Nome popular: guaco.
Uso: broncodilatador.

Momordica charantia
Nome popular: melão de São Caetano.

Morus sp
Nome popular: amora.

Ocimum gratissimum
Nome popular: alfavaca e alfavaca cravo.

Orbignya speciosa
Nome popular: babaçu.

Passiflora spp (P. alataP. edulis ou P. incarnata)
Nome popular: maracujá.
Uso: calmante.

Persea spp (P. gratissima ou P. americana)
Nome popular: abacate.
Uso: ácido úrico, prevene queda de cabelo e anticaspa.

Petroselinum sativum
Nome popular: falsa.

Phyllanthus spp (P. amarusP.niruriP. tenellus e P. urinaria)
Nome popular: erva-pombinha e quebra-pedra.

Plantago major
Nome popular: tanchagem e tancha.
Uso: feridas.

Plectranthus barbatus (Coleus barbatus)
Nome popular: boldo.

Polygonum spp (P. acre ou P. hydropiperoides)
Nome popular: erva-de-bicho.
Uso: corrimento.

Portulaca pilosa
Nome popular: amor-crescido.
Uso: feridas e úlceras.

Psidium guajava
Nome popular: goiaba
Uso: leucorreia, aftas, úlcera e irritação vaginal.

Punica granatum
Nome popular: romeira.
Uso: leucorreia.

Rhamnus purshiana
Nome popular: cáscara sagrada.

Ruta graveolens
Nome popular: arruda.

Salix alba
Nome popular: salgueiro-branco.

Schinus terebinthifolius (Schinus aroeira)
Nome popular: aroeira, aroeira-do-rio-grande-do-sul.
Uso: feridas e úlceras.

Solanum paniculatum
Nome popular: jurubeba.

Solidago microglossa
Nome popular: arnica.
Uso: contusões.

Stryphnodendron adstringens (Stryphnodendron barbatimam)
Nome popular: barbatimão, abaremotemo e casca-da-virgindade.
Uso: leucorreia, feridas, úlceras e corrimento vaginal.

Syzygium spp (S. jambolanum ou S. cumini)
Nome popular: jambolão.

Tabebuia avellanedeae
Nome popular: ipê-roxo.

Tagetes minuta
Nome popular: cravo-de-defunto.

Trifolium pratense
Nome popular: trevo-vermelho.

Uncaria tomentosa
Nome popular: unha-de-gato.
Uso: imunoestimulante e anti-inflamatório.

Vernonia condensata
Nome popular: boldo da Bahia.

Vernonia spp (V. ruficoma ou V. polyanthes)
Nome popular: assa-peixe.

Zingiber officinales
Nome popular: gengibre.
Uso: tosse.

Observações: a aplicação medicinal depende da parte da planta utilizada (caule, semente, fruto etc) e o modo de usar e produção deve ser feito por uma farmacêutico ou em consulta a farmacopéia. Fontes: Ministério da Saúde (para os nomes científicos), estudos e Secretaria Municipal de Cuiabá (para nomes populares e usos possíveis).

A milenar Ashwagandha: remédio contra o câncer no futuro??

Uma planta que tem sido utilizada há mais de 3 mil anos na medicina ayurvédica pode ser um aliado promissor na briga contra câncer. O extrato medicinal produzido a partir da planta conhecida como Ashwagandha (cereja de inverno) tem sido usado na Índia há milhares de anos como um tônico para doenças que incluem inflamação, insônia, infertilidade, ansiedade e desordens cognitivas. Seus defensores reivindicam que ela aumenta a energia, promove relaxamento, combate a tensão e melhora a memória... mas pode curar câncer?  

Ryan Falsey, da Faculdade de Medicina da Universidade do Arizona, tem explorado os efeitos de anti-câncer desta planta.  
“Os médicos ayurvédicos usaram cereja de inverno para tratar câncer durante anos, mas seu uso não é bem documentado", explica Falsey. “A maior parte das informações foram passadas de geração para geração, assim, nada foi documentado cientificamente.”  

Porém, o que foi documentado é a descoberta que o agente medicinal dentro de cereja de inverno - uma combinação conhecida como Withaferin A - é um withanolídeo poderoso. Withanolídeos são compostos farmacologicamente ativos presentes nas raízes e folhas da cereja de inverno. Foram realizados estudos prévios com o Withaferin A ao longo dos últimos anos, mas nenhum pôde identificar seu mecanismo de ação, o que faz Withaferin A tenha efeitos de anticâncer. E esta é a meta da pesquisa de Falsey: identificar o mecanismo de ação de Withaferin A e avaliar seu potencial terapêutico no tratamento de câncer.  

"Em nossa pesquisa, descobrimos que o Withaferin A demonstrou atividade anti-câncer significativa tanto no tubo de ensaio quanto em modelos animais”, diz Falsey. Como exemplo, ele explica que foram implantados células de tumores de sarcoma de Ewing em ratos, que foram tratados depois por 10 dias com Withaferin A. Depois de 10 dias houve uma 66% de inibição no crescimento nos tumores tratados com Withaferin A.  

"Agora nós sabemos que a Ashwagandha tem esta habilidade extraordinária para eliminar células cancerígenas e trabalhamos arduamente para identificar qual o mecanismo de ação", diz Falsey. O trabalho duro valeu. Sob orientação de Luke Whitesell, MD, Falsey e sua equipe de pesquisadores descobriram o mecanismo de ação para Withaferin A: este composto liga-se à Annexin 2, uma proteína que foi implicada no crescimento de câncer, formando uma combinação tóxica para as células de câncer, matando-as. 

 “O que é promissor sobre o Withaferin A", diz Falsey, “é que ela tem potencial para funcionar com uma quimioterapia menos tóxica. Se pudermos mostrar que esta combinação é mais efetiva e menos tóxica para pacientes com câncer, o Withaferin A será um forte candidato na terapia contra o câncer”.   

A menopausa e os fito-hormônios

Se por um lado, pesquisas mostram sérios entraves em relação à eficácia e segurança da terapia de reposição à base de hormônios sintéticos, ou derivados de urina de éguas, por outro lado temos um grande manancial de estudos científicos sobre os efeitos benéficos de hormônios derivados de plantas medicinais: os chamados fito-hormônios. Esses têm-se mostrado bastante eficazes e muito mais seguros do que os primeiros e já estão sendo prescritos no mundo todo por um grande número de médicos generalistas e ginecologistas. Os fito-hormônios mais conhecidos e estudados na atualidade são as Isoflavonas, presentes principalmente na soja (Glycine max) e no red clover (Trifolium pratense). As Isoflavonas têm efeitos semelhantes aos estrógenos naturais do corpo e são muito apreciados por terem ações seletivas sobre os receptores de estrógenos localizados no cérebro, nos ossos e no sistema cardio-vascular (coração e artérias). Por apresentarem uma ação quase nula sobre os receptores estrogênicos das mamas e do útero, é muito pequeno o risco de aí se desenvolverem os tumores que crescem pelo estímulo hormonal. Por outro lado, ao estimularem os receptores do estrogênicos do sistema cardiovascular, eles auxiliam no controle dos sintomas do climatério, tais como as ondas de calor, os calafrios e a transpiração excessiva. Tal ação vascular, associada à capacidade de aumentar o colesterol bom (HDL), proporciona uma redução no risco de doenças cardiovasculares em mulheres na menopausa. Por fim, o estímulo pelas Isoflavonas dos receptores estrogênicos dos ossos, reduz a taxa de perda óssea e protege as mulheres contra a osteoporose. Após vários testes de toxicidade em animais, as Isoflavonas foram consideradas de baixíssima toxicidade, mas convém lembrar que não existem medicamentos sem riscos ou potenciais tóxicos. Portanto, as Isoflavonas devem ser prescritas e acompanhadas por médicos. A literatura e a prática médicas registram muito pouco sobre seus efeitos tóxicos, mas eles não devem ser negligenciados, pois as Isoflavonas são compostos com ação hormonal no corpo e podem interferir com a função de diversos órgãos, como os ovários, a tiróide, etc.

Outras plantas medicinais que contêm fito-hormônios e que estão sendo cada vez mais usadas na clínica diária são o vitex (Vitex agnus castus), o yam mexicano (Dioscorea villosa) e o black cohosh (Cimicifuga racemosa). O black cohosh, talvez a planta mais largamente estudada para o tratamento dos sintomas relacionados à menopausa, contém também as Isoflavonas e a sua ação é basicamente estrogênica. Por outro lado, tanto o vitex quanto o yam mexicano apresentam uma ação estimulante da progesterona, o hormônio da gravidez ou da segunda metade do ciclo menstrual. Por esta razão, a indicação destas últimas se dá com maior sucesso no tratamento de sintomas da chamada tensão pré-menstrual e no tratamento das irregularidades do ciclo menstrual. O vitex apresenta ainda uma valiosa ação inibidora da secreção da prolactina, enquanto que o yam mexicano possui atividades anti-inflamatórias e anti-espasmódicas.

Outras plantas interessantes do ponto de vista da fisiologia feminina são o alcaçuz-da-Europa (Glycyrrhiza glabra), a semente da linhaça (Linnun usitatissimum) e o dong quai (Angelica sinensis). O dong quai, planta usada milenarmente pela medicina tradicional chinesa, contém esteróides a apresenta ações hormonais, anti-inflamatórias e anti-espasmódicas, além de ser considerado pelos chineses como um tônico geral, especialmente para as funções sexuais femininas. O alcaçuz-da-Europa, apesar do seu nome popular, é uma planta usada tradicionalmente pela medicina Ayurvédica e também pelos chineses. Sua composição inclui fito-estrógenos importantes, e ele apresenta ações hormonais, anti-inflamatórias, anti-alérgicas e protetora da mucosa gástrica. Para não fugir à regra, o alcaçuz é um bom exemplo de que as plantas medicinais não podem ser usadas indiscriminadamente, pois ele é comprovadamente contra-indicado para pacientes hipertensas ou edemaciadas.

Por fim, mencionamos as sementes de linhaça, que são ricas em lignanas (substâncias com ação direta sobre os receptores hormonais), além de serem levemente laxativas e de contribuem para a melhora das taxas de gorduras no sangue. Reforço que, na abordagem da fitoterapia, a menopausa não é considerada uma doença, mas uma fase de transição que costuma gerar sintomas de adaptação e promover alguns desequilíbrios secundários, sejam eles devidos biológicos (a queda das taxas hormonais, por exemplo), a fatores de ordem emocional, sócio-cultural ou outros fatores diversos. Uma abordagem integral da síndrome do climatério deve contemplar todos esses fatores, todavia dentro de uma filosofia na qual a mulher ocupa o centro da questão enquanto um Ser Humano, e não enquanto um estereótipo moldado por uma cultura consumista e competitiva, ou enquanto um protótipo do ideal ditado pelas normas frias da ciência, impostas por profissionais comodamente sentados atrás de suas mesas imponentes. Não é uma questão de se negar uma assistência à mulher na menopausa, pelo contrário; trata-se de prestar a ela uma atenção humanizada e individualizada, em busca do equilíbrio do seu Ser, em vez de uma mera elevação de taxas hormonais a custos altíssimos para sua saúde.

Os benefícios e riscos de cada tratamento devem ser medidos em cada caso e os fito-hormônios encontram espaço quando uma terapia menos tóxica pode mostrar-se eficaz. Ao me classificarem como médico naturista, muitas pessoas afirmam que eu, mesmo se precisasse, não poderia usar óculos, devendo permanecer um míope natural. Eu digo : os óculos são um método não invasivo e seguro; o máximo efeito colateral poderia ser um calinho na base do nariz. Usarei quando necessitar. Entretanto se eles fossem fatores de risco comprovados para desenvolvimento de um câncer no nariz, com possibilidade de metástase para as orelhas, aí então, minha amiga, eu preferiria fazer yoga-para-os-olhos e comprar livros com letras grandes.

Tabagismo



Os números do tabagismo no mundo são alarmantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, a cada dia, 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o planeta. Cerca de cinco milhões de pessoas morrem, por ano, vítimas do uso do tabaco. Caso as estimativas de aumento do consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos se confirmem, esse número aumentará para 10 milhões de mortes anuais por volta de 2030.
Ainda segundo a OMS, o fumo é uma das principais causas de morte evitável, hoje, no planeta. Um terço da população mundial adulta – cerca de 1,3 bilhão de pessoas – fuma: aproximadamente 47% da população masculina e 12% da população feminina fazem uso de produtos derivados do tabaco. Nos países em desenvolvimento, os fumantes somam 48% dos homens e 7% das mulheres, enquanto nos desenvolvidos, a participação do sexo feminino mais do que triplica, num total de 42% de homens e 24% de mulheres fumantes. 

No Brasil, pesquisa realizada recentemente pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), indica que 18,8% da população brasileira é fumante (22,7% dos homens e 16% das mulheres). Leia mais informações na página do Inca.



Você sabia?
• Que a fumaça do cigarro reúne, aproximadamente, 4,7 mil substâncias tóxicas diferentes e muitas delas são cancerígenas? 
• Que o tabagismo está ligado a 50 tipos de doenças como câncer de pulmão, de boca e de faringe, além de problemas cardíacos? 
• Que, no Brasil, 23 pessoas morrem por hora em virtude de doenças ligadas ao tabagismo? 
• Que crianças com sete anos de idade nascidas de mães que fumaram 10 ou mais cigarros por dia durante a gestação apresentam atraso no aprendizado quando comparadas a outras crianças? 



A luta contra o tabaco, hoje já visto como uma droga que causa dependência e graves transtornos a seus usuários, é dura. Sofisticadas e eficazes campanhas de marketing garantem à indústria do fumo sua expansão. No Brasil, o Ministério da Saúde busca apoio na sociedade para o projeto de Decreto Legislativo nº 602/04 que ratifica a Convenção-Quadro, documento internacional que propõe estratégias para controle do tabaco e derivados. No dia 31 de maio 2005, o Dia Mundial sem Tabaco, data instituída em 1987 e celebrada nos 192 países que compõem a OMS, o Ministério da Saúde enviou ao Senado Federal uma petição pública com 24 mil assinaturas solicitando que os senadores aprovem o projeto de decreto legislativo que ratifica a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, já validada pela Câmara dos Deputados em maio de 2004.

Em 1999, durante a 52ª Assembléia Mundial da Saúde, a OMS acordou junto a seus 192 estados-membros o início de um processo de elaboração da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, o primeiro tratado internacional de saúde pública da história da humanidade. Em 2003, durante a 56ª Assembléia Mundial da Saúde, o texto foi aprovado por unanimidade e todos os países se comprometeram a colocá-lo em prática. A Convenção-Quadro propõe padrões internacionais para o controle do tabaco, com providências relacionadas à propaganda e ao patrocínio, à política de impostos e preços, à rotulagem, ao comércio ilícito e ao tabagismo passivo, dentre outras medidas. Esse tratado não substitui as ações nacionais e locais para o controle do tabaco de nenhum país, mas estabelece padrões mínimos para essas ações. 

O Ministério da Saúde também lançou, em 31 de maio de 2004, uma campanha nacional contra o fumo com o slogan "O cigarro causa prejuízo para o Brasil". A iniciativa engloba distribuição de folhetos e cartazes em todo o País, além de informações por rádio e televisão. As mensagens falam sobre os riscos que o fumo traz ao usuário e sobre o gasto de dinheiro que poderia ser aplicado na alimentação, na educação e na saúde de quem mais precisa. A campanha também mostra que (a maioria d)as pessoas dos países em desenvolvimento são (mais) vulneráveis aos efeitos da propaganda, graças à grande desinformação sobre os riscos do cigarro - por isso, desde 2000 é proibida por lei federal a veiculação de propaganda de cigarros na mídia no Brasil. E avisa que câncer, enfisema pulmonar, hipertensão arterial, derrames e problemas cardíacos são algumas das doenças causadas pelo fumo e que vão dificultar ainda mais a vida dessas pessoas. Ao tirar a saúde e os alimentos de milhões de trabalhadores fumantes, o fumo também está reduzindo suas chances de trabalho. A campanha enfatiza, ainda, que o governo gasta bilhões de reais por ano no tratamento de doenças causadas pelo fumo.

Em termos de Promoção da Saúde, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo diversos projetos de controle do Tabagismo, envolvendo o Instituto Nacional de Câncer/Coordenação de Prevenção e Vigilância; Secretaria de Vigilância à Saúde/Coordenação de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Estas ações apóiam-se em atividades educativas para disseminar informações para a comunidade e promover ambientes livres de tabaco, além da mobilização de iniciativas legislativas e econômicas que contribuam para criar um macro ambiente social favorável à redução do consumo.

Dentre essas ações podemos destacar o Programa de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer,  (objetiva com) tem como objetivo que a população busque uma vida saudável - o que inclui, é claro, dizer "não" ao tabaco. Para isso, o (instituto) INCA tem parcerias com Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde em prol de uma educação contra o fumo, inclusive no sentido de evitar que jovens se iniciem no consumo e no tabagismo. Realizar congressos, seminários, divulgar os perigos do fumo nos meios de comunicação e capacitar líderes comunitários, estão entre as ações do programa, que tem sido referência em apoio técnico a processos e projetos de lei.

Em cumprimento à Lei 9294/96, Art. 2º, ainda foi instituído o programa "Ambientes Livres do Tabaco" que visa induzir, regular e certificar recintos coletivos, privados ou públicos que proíbam o uso de produtos fumígeros. Neste sentido, o Ministério da Saúde, por meio da SVS, irá repassar recursos (à) aos Estados para implementarem ações referentes ao controle do tabagismo. Este projeto envolve a Vigilância Sanitária, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, Secretaria de Vigilância à Saúde e o INCA.

Brasil Saudável - Orientações sobre o tabaco


Anticoncepcional, Gravidez, Fumo e Achados Citológicos : HPV

Na adolescência a atividade biológica cervical está em nível máximo. Nesta fase, a replicação celular e substâncias presentes no meio cervical facilitam a infecção por papilomavírus humano (HPV). Após a adolescência, a freqüência da infecção pelo HPV nas mulheres diminui com a idade.


gestação não aumenta a freqüência de infecção pelo HPV em adolescentes.


Em relação ao uso de métodos contraceptivos, houve um predomínio do uso de contraceptivos orais nas pacientes adolescentes com infecção pelo HPV em nossos resultados. Dados da literatura mostram que o uso de ACO é um fator de risco para a infecção por HPV. Outros autores sugerem que o ACO atuaria como co-fator, juntamente com alterações genéticas e alguns tipos de HPV, na transformação de células e na progressão das lesões de baixo para alto grau. Murta et al. e Moscicki et al. demonstraram que o uso deste método contraceptivo não é um fator para persistência dessa infecção. Outro questionamento é se as usuárias de ACO poderiam ter maior liberdade sexual com maior número de parceiros sexuais e isto poderia influenciar na maior incidência de infecção pelo HPV. No entanto, este não foi o objetivo deste trabalho, e é um dado que pode ser estudado futuramente.



1. Derchain SFM, Pinto Neto AM, Oliveira RLC, Santos CC, Pinto e Silva JLC. Infecção por papilomavírus humano e neoplasia intra-epitelial cervical em adolescentes. J Bras Ginecol 1991; 101:499-503.         [ Links ]
2. Morrison EA, Ho GY, Vermund SH, et al. Human papillomavirus infection and other risk factors for cervical neoplasia: a case control study. Int J Cancer 1991; 49:6-13.         [ Links ]
3.Pater A, Bayatpour M, Pater MM. Oncogenic transformation by human papillomavirus type 16 deoxyribonucleic acid in the presence of progesterone or progestins from oral contraceptives. Am J Obstet Gynecol 1990; 162:1099-103.         [ Links ]
4.Murta EFC, Souza MAH, Adad SJ, et al. Persistência da infecção por papilomavírus humano: análise da idade, sexarca, cor, hábito de fumar e método contraceptivo. J Bras Ginecol 1998;108:117-20.         [ Links ]
5.Moscicki AB, Palefsky J, Gonzales J, Schoolnik GK. Human papillomavirus infection in sexually active adolescent females: prevalence and risk factors. Pediatr Res 1990; 28:507-13.         [ Links ]