segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Heroína

A heroína foi introduzida no mercado pela Bayer em 1898 como um medicamento, na esperança de que a forma diacetilada da morfina continuasse efetiva contra a tosse, sem os efeitos colaterais da morfina.

É autoadministrada por via intravenosa, porém vem ocorrendo uma gradual mudança na preferência dessa via de administração pela via intranasal e inalatória, ou seja, fumada. Isso provavelmente se deve a duas razões: a primeira, de ordem técnica, pois a heroína inalada oferece vantagens pela rápida liberação da droga no sítio de ação no cérebro sem passar pelo fígado. Além disso, fumar evita frequêntes superdoses, sequelas pelo uso de agulhas, infecções por vírus, etc. A outra razão é de ordem econômica. A DEA (Drug Enfforcement Administration) regristrou um incremento médio na pureza da heroína de 7,1% em 1982 para 27,6% em 1991. Em Nova Iorque aumentou no mesmo período de 3,8% para 48,4% com um decrécimo de custo de U$ o,75 a miligrama.

Devido a sua lipossolubilidade, a heroína é bem absorvida por todas as vias e pelas mucosas, deixando rapidamente a corrente sanguínea e atingindo seu sítio de ação no SNC. Estima-se que 11 segundos são o suficiente para que a heroína alcance seu sítio de ação no cérebro. Assim, o processo de fumar, que libera cerca de 89% de heroína intacta, resulta em efeito reforçador imediato que pode durar vários minutos.

Após a inalação da fumaça, a heroína apresenta um pico de concentração no sangue entre 2 a 5 minutos. Ela aprensenta uma meia vida no sangue extremamente curta, ao redor de 3,3 minutos, passando à morfina que apresenta uma meia vida de 18,8 minutos.

A heroína é talvez a segunda droga mais perigosa que existe sob ponto de vista de sua capacidade em provocar dependência. Atravessa facilmente a BP (barreira placentária), causando dependência nos bebês, que são tratados normalmente com clorpormazina e elixir paregórico (o tratamento pode durar 7 semanas ou mais).

O edema pulmonar é a complicação mais frequente por intoxicação por heroína. Pois a depressão respiratória leva a hipóxia, causando maior permeabilidade capilar e provocando extravasamento de fluído, que resulta finalmente em edema pulmonar (obs. é desconhecido o mecanismo pelo qual a heroína provoca morte).

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