quinta-feira, 22 de março de 2012

Remédio contra a Aids voltado para crianças será testado no Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começará a testar em seres humanos um remédio desenvolvido especialmente para tratar a Aids em crianças.

O medicamento desenvolvido pela Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos) é um antirretroviral, que tem como objetivos suprimir a carga viral, restaurar o sistema imune e, assim, retardar a progressão da doença.

Os testes terão início ainda no segundo semestre de 2012, em seis centros de pesquisa em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Se eles tiverem sucesso, o remédio estará disponível no mercado em três anos, de acordo com os cientistas dessa instituição pública.

Os pesquisadores reuniram em um único comprimido os princípios ativos lamivudina, zidovudina e nevirapina, usados normalmente no combate contra a Aids. Ao todo, há 16 substâncias que são usadas nesse tratamento, mas a maioria delas não pode ser aplicada em crianças.

Esse comprimido contém doses adequadas para crianças e foi adoçado com outros componentes com o objetivo de tornar o sabor mais agradável. Com as mudanças, os cientistas esperam melhorar a adesão dos mais jovens ao tratamento.

Pelos dados oficiais, entre 1980 e 2010 foram registrados no Brasil 14 mil casos de Aids em crianças menores de 13 anos, que em sua maioria herdaram a doença de suas mães durante a gravidez ou contraíram no momento do parto.

Droga contra câncer ativa memória de ratos com Alzheimer, diz pesquisa

Cientistas americanos afirmaram nesta terça-feira (13) que um remédio contra o câncer melhorou a memória de ratos mais velhos que sofrem de Alzheimer. A descoberta, publicada no periódico "Journal of Neuroscience", representaria um avanço na busca de tratamento a doença.

Segundo a pesquisa, a droga epotilona, ou EpoD, parece estabilizar microtúbulos que transportam nutrientes nas células nervosas. O rompimento destes túbulos provoca "emaranhados" nas células nervosas.

Estudo anterior realizado pelos mesmos cientistas havia mostrado que o EpoD pode para evitar o declínio cognitivo em roedores jovens, criados para apresentar sintomas como os do Alzheimer.

"A EpoD entra rapidamente no cérebro, onde parece persistir por muito mais tempo do que no sangue. Isso pode explicar porque pequenas doses se mostraram eficazes e seguras no modelo do mal de Alzheimer em ratos", explicou o autor que chefiou as pesquisas, Kurt Brunden.

Humanos
Os ratos foram tratados por apenas três meses. Provavelmente, os humanos teriam que ser tratados por muito mais tempo porque o Alzheimer é uma doença degenerativa crônica. Portanto, mais pesquisas precisam ser feitas para verificar se um tratamento mais longo seria nocivo.

No mês passado, cientistas também reportaram que outro medicamento contra o câncer, o bexaroteno, conseguiu reverter o Alzheimer em ratos. Roedores tratados com essa droga ficaram rapidamente mais espertos. A placa em seus cérebros que provocava o Alzheimer começou a sumir em questão de horas, destacou a pesquisa, publicada na revista científica americana "Science".

Mas especialistas alertam que os modelos em ratos nem sempre são traduzidos com sucesso nos testes com pessoas.