quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Granulados e fluxo

 Muitos pós, devido a seu tamanho pequeno, forma irregular ou características de superfície, são muito aderentes (coesivos) e não permitem uma boa fluidez.
Baixa fluidez resultará, freqüentemente, numa variação de peso indesejável no produto final (influenciando a densidade aparente de prensagem).
 A segregação pode ocorrer devido a diferenças nos tamanhos de partículas ou densidades de componentes da mistura. Geralmente, partículas menores e/ou mais densas se concentram na base de um recipiente, sendo que as partículas maiores e/ou com menor densidade se concentram no topo desse mesmo recipiente.
Uma granulação ideal conterá todos os componentes da mistura na proporção correta em cada grânulo, dificultando a segregação dos ingredientes.
 Também é muito importante controlar a distribuição do tamanho dos grânulos, pois, embora os componentes individuais não apresen­tem segregação, se ocorrer uma larga distribuição granulométrica na massa granulada, pode ocorrer segregação.
Se isto acontecer nos equipamentos que fazem o enchimento de moldes para a prensagem de pisos cerâmicos, resultarão produtos com grandes variações de peso e espessura.
Isto porque estas máquinas são controladas e fazem o enchimento através de volume em lugar de peso. Se regiões diferentes no silo de armazenamento (ou no alimentador do equipamento) apresentarem grânulos de tamanhos diversos -provavelmente com densidades diferentes - um determinado volume em cada região vai conter um peso diferente de grânulos.
A granulação da mistura desses pós, em determinadas faixas granulométricas, permite uma melhoria significativa nas propriedades de fluidez desses materiais. Para formar grânulos, ligações devem ser estabelecidas entre as partículas (pó), de tal forma que essas ligações forneçam uma adesão, suficientemente forte, para prevenir a “quebra” ou o rom­pimento dos grânulos nas operações subsequentes do processo industrial.

Fonte: A Granulação de Materiais. Bernardes, L. J. L., GranTec Tecnologias Para Homogeneização e Granulação de Materiais Rua Serra Azul, 308, 13413-000, Piracicaba, São Paulo, Brasil

Diabetes Care: menos de meio litro de água ao dia pode aumentar a glicemia

Pessoas que bebem menos de 500 ml de água por dia podem ser mais propensas a desenvolver níveis glicêmicos mais altos, de acordo com estudo publicado pelo periódicoDiabetes Care. O estudo demonstra uma correlação entre a ingestão de água e os níveis de glicose no sangue, mas não prova a relação de causa e efeito entre eles. Suspeita-se de que o hormônio vasopressina possa estar envolvido.
Pesquisadores franceses descobriram que pessoas que tomam menos de 500 ml de água ao dia podem ter seus níveis glicêmicos aumentados. Estes achados foram publicados pelo periódicoDiabetes Care.
A ingestão de água altera os níveis de vasopressina, um hormônio antidiurético, no sangue. Pesquisadores franceses realizaram um estudo com 3.615 homens e mulheres de meia idade, com glicemia de jejum basal normal. O estudo teve nove anos de seguimento.
Durante o acompanhamento, houve 565 novos casos de hiperglicemia e 202 casos novos de diabetes mellitus. A ingestão de água foi inversamente e independentemente associada ao risco de desenvolver hiperglicemia.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Insônia crônica aumenta risco de ataque cardíaco, diz estudo

Houve controle do índice de massa corporal e pressão arterial

Pesquisadores noruegueses acompanharam, durante mais de 11 anos, um grupo formado por homens e mulheres para um estudo sobre a insônia crônica.

A apneia do sono não entrou na análise, uma vez que foi associada a doenças cardiovasculares. Mas houve controle do índice de massa corporal e pressão arterial, dois fatores altamente correlacionados ao transtorno.

Os 52.610 indivíduos responderam a questionários em que relatavam, entre outras abordagens, a dificuldade de cair no sono, a frequência que acordavam e não conseguiam voltar a dormir e a assiduidade com que acordavam com a sensação de terem dormido mal.

Após ajustar diversos fatores de saúde e estilo de vida, os cientistas descobriram que aqueles que descreveram problemas para adormecer mostraram um risco relativo 45% maior de sofrer um ataque cardíaco, em comparação com quem nunca apresentou problemas do gênero.

As pessoas com dificuldade para voltar a dormir tiveram um aumento de 30% no risco, enquanto que entre aquelas que acordavam se sentindo cansadas, a porcentagem foi de 27%.

"É apenas um único estudo", disse o autor principal, o médico Lars Laugsand, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. Ele acrescentou: "São necessários outros estudos para tentar explicar os mecanismos que estão por trás dessas associações, que ainda não estão claros."

A pesquisa está disponível na internet, no jornal "Circulation".


Fonte: New York Times

 

Organização Mundial da Saúde planeja reforma financeira


A Organização Mundial da Saúde planeja realizar reformas financeiras, com vistas a atender a cortes orçamentários, devido à crise econômica internacional, anunciou um alto funcionário da OMS.

As propostas incluem a redução do tamanho da sede da agência sanitária da ONU, em Genebra, com a transferência dos funcionários para trabalhar em áreas menos caras, disse a jornalistas o diretor estratégico da OMS, Daniel Lopez-Acuna.

O corpo executivo da organização anunciou, após uma sessão extraordinária, celebrada esta semana, que a organização planeja realizar "reformas ambiciosas com vistas a fortalecer as fundações de uma organização que já é robusta e dotá-la de capacidade de resposta aos desafios da saúde pública do século XXI".

Lopez-Acuna afirmou não esperar uma mudança do dia para a noite. As reformas na organização de 63 anos, com uma equipe de cerca de 8.500 funcionários ao redor do mundo será "um processo que levará algum tempo", acrescentou.

Em maio, os 193 países da OMS adotaram um orçamento de austeridade para 2012-2013 em face do déficit de cerca de US$ 300 milhões em contribuições de doadores, provocado pela crise.
Cerca de 300 funcionários da sede serão demitidos e serão necessárias reformas futuras.

Os recursos serão transferidos de forma crescente para programas internos, explicou Lopez-Acuna, e algumas atividades podem ser suspensas totalmente dependendo do financiamento e das prioridades.

O comunicado do conselho executivo se seguiu a uma reunião de três dias. A entidade voltará a se reunir em janeiro para examinar formas de "antecipar melhor e ser mais flexível em seu financiamento".

Neste ínterim, autorizou os líderes da OMS a tomar "medidas imediadas", concluiu o comunicado, sem dar maiores detalhes.


Fonte: AFP - R7

Campanha de conscientização para destinação correta de medicamentos ganha mais um aliado

Foi lançado no dia 04, na Câmara Municipal de Campo Grande, o Programa “Destino Consciente”, que busca conscientizar a população sobre os riscos de descartar os remédios de forma inadequada, poluindo o meio ambiente.
Para o presidente do CRF/MS, Dr. Ronaldo Abrão, a iniciativa vem agregar forças ao trabalho que já vem sendo desenvolvido pelo CRF/MS e pela Câmara Municipal de Campo Grande. “A Campanha para a destinação correta de medicamentos vencidos da Câmara Municipal já foi considerada pela categoria como uma grande vitória. Agora com o Programa Destino Consciente, temos a certeza de que a semente plantada pelo CRF/MS já está dando bons frutos”, ressaltou Abrão.
Em seu discurso, durante a solenidade de lançamento, Abrão falou sobre os riscos oferecidos a saúde humana e ao meio ambiente, pelo descarte inadequado dos medicamentos vencidos.
DESTINO CONSCIENTE
A iniciativa da Rede São Bento conta com o apoio do presidente da Casa de Leis, vereador Paulo Siufi, autor da Lei Complementar nº 168/10, que autoriza o Poder Executivo a implantar pontos de entrega voluntária de medicamentos vencidos e institui a política de informação sobre os riscos ambientais causados pelo descarte incorreto desses produtos, no âmbito do município de Campo Grande.
A Campanha “Destino Consciente” tem como objetivo proteger os consumidores e o meio ambiente dos riscos de medicamentos vencidos. “Criamos essa campanha porque sabemos que a maioria da população não tem noção do risco que é lançar os medicamentos vencidos no lixo ou em outro lugar qualquer. Os danos podem ser sérios para as pessoas e para o meio ambiente”, afirma Flávia Buainain, farmacêutica da Rede de Drogarias São Bento.
Além de evitar que os clientes mantenham medicamentos sem condições de uso em casa, o programa pretende fazer a triagem e levantamento de dados dos medicamentos vencidos com a parceria dos acadêmicos do Curso de Farmácia da Universidade Anhanguera-UNIDERP.


Fonte: CRF/MS com informações da Câmara Municipal

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

RDC 53/2011 institui a Câmara Técnica de Produtos Biológicos - Catebio

A avaliação de medicamentos biológicos pela Anvisa terá o reforço de uma câmara dedicada à análise destes produtos. A Anvisa instituiu a Câmara Técnica de Produtos Biológicos (Catebio). A resolução RDC nº 53/2011 que prevê seu funcionamento. O objetivo da Câmara será de prestar o assessoramento e consultoria em matérias relacionadas aos produtos biológicos novos e produtos biológicos em geral. A Câmara Técnica de Produtos Biológicos será formada por especialistas de notório saber na área clínica e de biotecnologia. É necessário que seus membros sejam isentos de qualquer conflito de interesse ético e profissional. Composta de sete membros titulares, e até três membros suplentes, nomeados pelo diretor-presidente da Anvisa, os participantes da Catebio se reunirão a cada três meses periodicamente, e extraordinariamente, em casos de urgência. A Câmara é uma instância vinculada tecnicamente à coordenação de Registros e Produtos Biológicos, da Gerência-Geral de Medicamentos da Anvisa. Para o diretor-presidente da Anvisa, este é mais um passo na estratégia do governo brasileiro de disponibilizar produtos biológicos com preços mais acessíveis, mas com a mesma eficácia e qualidade do medicamento original. A expectativa é pela ampliação do acesso a estes tratamentos. Como funciona a CATEBIO Os mandatos dos membros da Catebio terão duração de 2 (dois) anos, sendo possível uma recondução. Membros titulares e suplentes, assim como seus cônjuges e parentes de até terceiro grau, não podem possuir qualquer espécie de vínculo empregatício ou acionário com fabricantes ou distribuidores de produtos farmacêuticos. Os integrantes da Catebio podem ainda ser excluídos pelo diretor-presidente a pedido da comissão, a critério administrativo ou em decorrência de três faltas consecutivas, não justificadas. A organização e o funcionamento da Catebio serão estabelecidos em regimento próprio a ser publicado ainda no DOU.

Fonte: Pfarma 

Ministério da Saúde monta esquema para fiscalizar Programa Farmácia Popular

Em maio deste ano, o Ministério da Saúde passou a exigir dos estabelecimentos credenciados no Farmácia Popular que esses dados constem da nota fiscal eletrônica

A partir de dezembro, o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), ligado ao Ministério da Saúde, vai iniciar esquema de fiscalização das drogarias do Programa Farmácia Popular do Brasil. A ideia é auditar mensalmente um grupo de drogarias para evitar fraudes e irregularidades. No total, 20 mil farmácias integram o programa.

O projeto piloto começou na semana passada no Distrito Federal, onde dez farmácias serão fiscalizadas. Depois disso, os técnicos vão definir a fiscalização no restante do país.

Os fiscais vão avaliar, por exemplo, se constam da nota fiscal eletrônica emitida pelo estabelecimento o nome completo do beneficiário, CPF, CNPJ da empresa, o número do registro do médico, telefone da Ouvidoria do SUS, a data da próxima compra e a prescrição do medicamento, além de outras informações.

Em maio deste ano, o Ministério da Saúde passou a exigir dos estabelecimentos credenciados no Farmácia Popular que esses dados constem da nota fiscal eletrônica. Em caso de descumprimento das normas, a drogaria ou farmácia pode ser multada e descredenciada do programa.

Em novembro de 2010, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou irregularidades que ultrapassaram R$ 1,7 milhão no programa governamental. De 2006, ano de criação do programa, até fevereiro de 2010, mais de 57 mil vendas de medicamentos foram feitas com números de CPF de pessoas mortas.

Desde 2008, segundo o ministério, 289 empresas foram retiradas do programa e 1.308 saíram para regularizar a situação. Nesse período também foram aplicadas 318 multas.

O Farmácia Popular disponibiliza 24 tipos de medicamentos contra asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose, glaucoma e fraldas geriátricas. O governo paga até 90% do valor dos remédios. Desde o início do ano, os medicamentos para tratamento de hipertensão e diabetes são de graça.


Fonte: Agência Brasil

 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Isotretinoína

Acne é uma doença inflamatória crônica da unidade pilossebácea, geralmente autolimitada, de prevalência mais frequente em adolescentes. É caracterizada clinicamente pela formação de comedões, pápulas eritematosas, pústulas, e menos frequentemente por nódulos ou pseudocistos.1Os tratamentos convencionais tópicos e sistêmicos são eficazes e melhoram as lesões, mas a instituição do tratamento com isotretinoína oral revolucionou o manejo da acne severa e resistente, podendo levar à remissão longa e até a cura definitiva (BRITO et al., 2010).
Entre 1960 e 1990, produtos tópicos eficazes foram sendo introduzidos no tratamento da acne vulgar, tais como peróxido de benzoíla (1965), retinóides, representados pela tretinoína (1969), antibióticos, como a eritromicina e a clindamicina (1983) e ácido azeláico (1985). Aos tratamentos tópicos e/ou sistêmicos, associavam-se outros recursos, como extração de comedões, esfoliações ou peelings químicos, infiltração intralesional com corticóide nos nódulos inflamatórios e nas cicatrizes hipertróficas, crioterapia com gás carbônico (CO2) ou nitrogênio líquido, drenagem cirúrgica de cistos e abscessos, etc (SAMPAIO e BAGATIN, 2008).
De acordo com Sampaio e Bagatin (2008), a compreensão da etiopatogenia da acne ampliou-se de modo considerável. Além dos fatores já bem conhecidos, como a predisposição genética, o estímulo das glândulas sebáceas pelos andrógenos, com hipersecreção, a hiperqueratinização folicular, a colonização bacteriana dos folículos, principalmente pelo Propionibacterium acnes, desenvolveram- se muitas pesquisas sobre o papel da imunidade inata e adquirida, e da inflamação. Esses conhecimentos norteiam o tratamento, e todas as opções terapêuticas disponíveis, incluindo a isotretinoína oral, têm sido discutidas em reuniões periódicas de consenso entre experts do mundo todo, com as conclusões publicadas em seguida.
A isotretinoína é um tipo de retinoide e, desde sua introdução, há cerca de 25 anos, tem sido amplamente utilizado para o tratamento tópico e sistêmico de várias dermatoses: psoríase, desordens de queratinização, genodermatoses queratóticas e acne severa, além de tratamento e/ou quimioprevenção do câncer de pele e outras neoplasias. Os retinoides atuam no crescimento e diferenciação das células epidérmicas, assim como interferem na atividade da glândula sebácea e possuem propriedades imunomoduladoras e antiinflamatórias (BRITO et al., 2010).
Segundo Diniz et al (2002), os retinóides estão envolvidos na proliferação e diferenciação de vários tipos celulares durante o desenvolvimento fetal e também ao longo da vida, como resultado da ativação do complexo retinóide-receptor. Por outro lado, a ativação deste complexo pode bloquear a ação de outros fatores de transcrição como o AP1, cuja expressão mostra-se exacerbada em várias condições hiperproliferativas e inflamatórias.
Os retinoides são derivados sintéticos da vitamina A (retinol) e desenvolvem um papel fundamental, no tratamento da acne, porque agem na lesão primária: o microcomedo, além de seu importante papel na supressão sebácea (BRITO et al., 2010).
Entre os retinóides naturais e sintéticos avaliados para uso em humanos, somente a isotretinoína é capaz de promover significativa remissão da acne. O ácido todo-trans-retinóico também apresenta a capacidade de inibir a secreção sebácea e, embora seu uso via oral no tratamento da acne tenha demonstrado menor eficiência do que o tratamento com uso oral do ácido 13-cis-retinóico, seu emprego no tratamento tópico da acne é bastante difundido (DINIZ et al., 2002).
Sabe-se que o principal mecanismo de ação da isotretinoína ocorre na glândula sebácea, através da ligação a receptores para retinóides específicos, reduzindo sua atividade, seu tamanho e a quantidade de sebo produzida em 75% após quatro semanas de tratamento (SAMPAIO e BAGATIN, 2008).
As indicações convencionais do tratamento com isotretinoína oral são: acne nódulo-cística e acne resistente ao tratamento convencional. A dose diária é calculada de acordo com o peso do paciente e varia de 0,5 a 1,0 mg/kg. Para prevenir as recidivas, é recomendada uma dose cumulativa entre 100 e 150 mg/kg. O custo e o receio, em relação aos efeitos colaterais, são fatores que ainda limitam seu uso por parte dos médicos e pacientes (BRITO et al., 2010).
Os efeitos colaterais mais comuns e facilmente controláveis com medidas precocemente adotadas são: secura labial ou queilite; ressecamento da mucosa nasal podendo causar epitaxes; xeroftalmia, com risco de conjuntivite se não controlada, sobretudo em usuários de lentes de contato; secura da pele com descamação e prurido que pode ser mais intensa nos indivíduos atópicos, e discreta alopecia. Outras reações adversas já descritas mas raramente observadas são cefaléia, artralgias, dores musculares, principalmente em atletas, nervosismo, insônia, elevação do colesterol e triglicérides. Alguns eventos adversos relatados que os autores nunca observaram são pseudotumor cerebral, pelo uso concomitante das tetraciclinas; diminuição da visão noturna; opacidade da córnea; e hiperostose (SAMPAIO e BAGATIN, 2008).
Sampaio e Bagatin (2008) em seu estudo relatam que a contra-indicação absoluta para a prescrição da isotretinoína oral, já que o maior problema relacionado a essa droga é a teratogenicidade, é o risco de gravidez que sempre deve ser excluído antes de iniciar o tratamento e controlado pela administração de anticoncepcional oral, quando necessário, durante todo o tratamento e até 30 dias após a suspensão da droga. É importante aguardar a menstruação para iniciar o tratamento e enfatizar que não existem riscos para gestações futuras.
De acordo com Brito (2010) Para quadros de acne mais leves irresponsivos a terapias convencionais, a utilização isotretinoínaainda sofre resistência, por parte de alguns médicos, embora seja uma droga razoavelmente segura, em relação aos efeitos colaterais, quando o paciente é bem monitorado. Com este trabalho, temos o objetivo de avaliar a constãncia nas reações adversas clínicas, secundárias ao uso da isotretinoína, em pacientes com acne vulgar, assim como a gravidade e intensidade das mesmas, além de observar a frequência de alterações laboratoriais e o impacto dessas alterações no manejo dos pacientes.
Não há dúvidas de que a acne sempre deve ser tratada, o mais precocemente possível, independente da idade do doente, para evitar a evolução para as formas inflamatórias que podem deixar cicatrizes e desencadear repercussões psicossociais sérias, com impacto negativo na qualidade de vida desses indivíduos (SAMPAIO e BAGATIN, 2008). 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRITO, Maria de Fátima de Medeiros et al. Avaliação dos efeitos adversos clínicos e alterações laboratoriais em pacientes com acne vulgar tratados com isotretinoína oral. An. Bras. Dermatol. [online]. 2010, vol.85, n.3, pp. 331-337.
SAMPAIO, Sebastião de Almeida Prado  and  BAGATIN, Edileia. Experiência de 65 anos no tratamento da acne e de 26 anos com isotretinoína oral. An. Bras. Dermatol. [online]. 2008, vol.83, n.4, pp. 361-367.
DINIZ, Danielle Guimarães Almeida; LIMA, Eliana Martins  and  ANTONIOSI FILHO, Nelson Roberto. Isotretinoína: perfis farmacológico, farmacocinético e analítico. Rev. Bras. Cienc. Farm. [online]. 2002, vol.38, n.4, pp. 415-430.
 

Resistência dos Staphylococcus aureus

O Staphylococcus aureus é um coco gram positivo, considerado um patógeno humano oportunista e frequentemente está associado a infecções adquiridas na comunidade.

O Staphylococcus aureus é um coco gram positivo, considerado um patógeno humano oportunista e frequentemente  está associado a infecções adquiridas na comunidade e no ambiente hospitalar.
As infecções mais comuns desses microorganismos envolvem a pele (celulite, impetigo) e feridas em sitos diversos,podendo levar a episódios mais severos como bacteremia, pneumonia, osteomielite, endocardite, miocardite, pericardite, meningite, abcessos musculares e cerebrais.
Cada vez é mais comum a proporção de Staphylococcus aureus resistentes a várias drogas, principalmente entre os pacientes internados em UTI.
Dentre os mecanismos de resistência desse patógeno, é conhecida a resistência à Penicilina, a resistência à Oxacilina (MRSA) e também a resistência aos glicopeptídeos (GRSA).
O reconhecimento laboratorial dessas resistências e suas implicações clínicas tornam-se cada vez mais relevantes, com impacto assistencial e epidemiológico.
A primeira resistência descrita dos S.aureus foi em 1942, decorrente da produção de penicilinases, ou seja, produtoras das enzimas beta-lactamases, o que limitou o uso das penicilinas e seus derivados no decorrer dos anos subseqüentes.
Em 1960, a meticilina foi lançada no mercado como alternativa terapêutica para cepas produtoras de penicilinase, uma vez que essa droga não sofre ação dessa enzima.
Entretanto, já em 1961, já houve relatos de resistência  à meticilina, que passaram a ser descritos como Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA).
O mecanismo de resistência envolvido nos MRSA, está relacionado à alteração de proteínas ligadoras de penicilina (PBP) codificada pelo gene mecA e sem relação com a produção de beta-lactamases. A presença dessas proteínas nas bactérias faz com que a meticilina e os compostos penicilina-penicilinase resistente (PPR) tenha baixa afinidade pelo local de ligação, na parede celular bacteriana.
O grupo PPR é composto pelas drogas: Oxacilina, Meticilina, Nafcilina, Cloxacilina e Dicloxacilina, e constitui a classe de drogas de escolha para o tratamento de infecções por S.aureus produtores de penicilinase (beta lactamase positivo) que não apresentam alteração da PBP2a.
Oxacilina é a droga representante da classe das PPR, e a resistência a essa droga prediz resistência a todas as outras PPR e a todos os B-lactâmicos independente do resultado do antibiograma.
Há três mecanismos que conferem resistência do S.aureus para oxacilina: a resistência clássica, em que o gene Meca confere alteração nas PBP (PBP2a e PBP2’)  e dois outros tipos de resistência boderline em que há ausência do gene Meca, porém os pontos de coorte para oxacilina estão bem próximos daqueles que conferem resistência.
Para os MRSA, há como opção terapêutica clássica, os glicopeptídeos (vancomicina e teicoplamina), já que cepas MRSA são sempre resistentes a antibióticos beta-lactâmicos, a todas as cefalosporinas, assim como aos carbapenêmicos, independente do resultado do antibiograma.
Entretanto, desde 2001 já existem registros de resistência dos S.aureus à glicopeptídeos (VRSA), mediados pela presença do gen VanA, proveniente da transferência do material genético do Enterococcus faecalis para o S.aureus.
Para a identificação das resistências bacterianas é indispensável que os Laboratórios de Microbiologia, deflagrem a suspeita de resistência através de um método laboratorial adequado para fornecer ao clínico dados suficientes para uma terapêutica eficaz.
As recomendações do NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory Standards) para a detecção de resistência a oxacilina e vancomicina incluem: teste de sensibilidade por disco difusão, teste com ágar screening para oxacilina, teste com ágar screening para vancomicina e determinação do MIC (concentração inibitória mínima) por método de diluição.
Referência bibliográfica:
ROSSI F, ANDREAZZI, DB. Resistência Bacteriana: Interpretando o antibiograma. São Paulo.

Barbitúricos

Os barbitúricos são derivados substituídos do ácido barbitúrico (malonilureia). Foram hipnóticos e sedativos populares no século XX até a década de 60.

 
Os barbitúricos são derivados substituídos do ácido barbitúrico (malonilureia). Foram hipnóticos e sedativos populares no século XX até a década de 60, atualmente não são utilizados de modo preferencial.
Os barbitúricos são depressores gerais de todas as células excitáveis, sendo o SNC o mais sensível a sua ação. Uma dose hipnótica de 100-200 mg de um barbitúrico de ação curta reduz o tempo de latência para o sono e aumenta a duração do sono. O indivíduo pode despertar do sono e se sentir confuso e instável quando acordado precocemente. Pode ocorrer tontura, distorções do humor, irritabilidade e letargia pela manhã após uma dose noturna. A dose sedativa de um barbitúrico de ação mais longa produz sonolência, redução da ansiedade e da excitabilidade. Todavia, essa ação ansiolítica não se mostra seletiva.
O aprendizado, a memória em curto prazo e o raciocínio são influenciados com o tratamento com barbitúricos. Em doses hipnóticas os barbitúricos levam a ligeira redução da pressão arterial e da frequência cardíaca e redução do tônus e da motilidade do intestino. Em doses anestésicas, os barbitúricos reduzem a contração muscular, ao deprimir a excitabilidade da junção neuromuscular. Em doses tóxicas, a função respiratória é deprimida; queda acentuada da pressão arterial com depressão do centro vasomotor e bloqueio ganglionar; diminuição da contratilidade cardíaca; redução do fluxo urinário e oligúria.
Os barbitúricos atuam no receptor de GABA subtipo GABAA potencializando a ação GABAérgica aumentando o tempo de abertura do canal de cloreto induzida pelo GABA, exercendo ação alostérica. Dessa forma, inibem a liberação de neurotransmissores dependentes do cálcio; deprimem a despolarização neuronal induzida pelo glutamato por meio dos receptores AMPA. Em concentrações elevadas, são capazes de deprimir os canais de sódio e de potássio.
 

Barbitúrico
Ação
 
 
TIOPENTAL
ULTRACURTA
AMOBARBITAL
INTERMEDIÁRIA
FENOBARBITAL
PROLONGADA
PENTOBARBITAL
PROLONGADA
SECOBARBITAL
PROLONGADA
 
O uso dos barbitúricos é bastante limitado já que apresenta estreito índice terapêutico. O fenobarbital é utilizado no tratamento da epilepsia na dose de 30-60 mg/3x dia por via oral e o tiopental empregado na anestesia. Como agentes ansiolíticos e hipnóticos foram substituídos pelos benzodiazepínicos. O fenobarbital pode ainda ser utilizado para acelerar a resolução da icterícia hemolítica por melhorar o transporte hepático da bilirrubina nestes pacientes.
Em relação a sua farmacocinética, os barbitúricos são bem absorvidos pelo trato gastrintestinal e apresenta boa distribuição corporal. A penetração no SNC depende da lipossolubilidade da molécula, o tiopental é altamente lipossolúvel penetrando quase que imediatamente no SNC. A ligação às proteínas plasmáticas é bastante variável no grupo, o tiopental liga-se 75% enquanto o fenobarbital 20%. É importante destacar que a lipossolubilidade do tiopental, faz com que ocorra a redistribuição do fármaco, ou seja, após a administração o fármaco se acumula nos tecidos gordurosos prolongando seu efeito. Os barbitúricos induzem ao metabolismo de vários fármacos, como varfarina, anticoncepcionais, griseofulvina e teofilina, reduzindo a sua eficácia.
Alguns indivíduos tratados com barbitúricos apresentam excitação, sendo a ocorrência mais comum em pacientes idosos. A ocorrência de precipitação de porfiria em alguns indivíduos constitui uma idiosincrasia. Um quadro de hipersensibilidade, exantema, edema nas pálpebras e nos lábios é apresentado por alguns pacientes. Verifica-se o desenvolvimento de tolerância com doses repetidas de barbitúricos. Ocorre dependência física e psicológica, risco para o uso abusivo. Os sintomas de abstinência consistem em alucinação, convulsão, delírio, excitação e morte.

Consumo de antidepressivos aumentou

Relatório não demonstrou diferenças no uso dos medicamentos entre ricos e pobres

O consumo de antidepressivos aumentou 400% em 20 anos nos Estados Unidos e um em cada dez americanos começa a tomá-los aos 12 anos, revelou ontem (19) um relatório oficial de alcance nacional.

Os antidepressivos são o terceiro medicamento mais prescrito para os americanos de todas as idades e o primeiro entre pessoas entre os 18 e os 44 anos, informaram os autores do relatório, publicado pelos CDC (Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças).

No entanto, dois terços dos americanos que sofrem de depressão grave aparentemente não são tratados, destacou o informe, ressaltando ainda que mais de 8% daqueles que tomaram antidepressivos não têm sintomas da doença.

Este último grupo "poderia incluir aqueles que tomam antidepressivos por outras razões ou cujos sintomas depressivos desapareceram", destacou o documento, baseado em estatísticas entre 2005 e 2008, comparadas com as do período 1988-1994.

Cerca de um terço dos americanos maiores de 12 anos e com "sintomas depressivos graves" foram tratados com antidepressivos, afirmaram os autores do informe.

Os pesquisadores também constataram que as mulheres são duas vezes e meia mais propensas do que os homens a tomarem antidepressivos, independentemente da gravidade da doença.

Os brancos consomem mais antidepressivos do que qualquer outro grupo racial ou étnico nos Estados Unidos, e os maiores de 40 anos tomam mais do que aqueles que têm entre 12 e 39 anos, demonstraram as estatísticas, que confirmaram tendências já demonstradas em outros estudos. Ricos ou pobres, o relatório não demonstrou diferenças no uso de antidepressivos.


Fonte: R7 - AFP

 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Heroína

A heroína foi introduzida no mercado pela Bayer em 1898 como um medicamento, na esperança de que a forma diacetilada da morfina continuasse efetiva contra a tosse, sem os efeitos colaterais da morfina.

É autoadministrada por via intravenosa, porém vem ocorrendo uma gradual mudança na preferência dessa via de administração pela via intranasal e inalatória, ou seja, fumada. Isso provavelmente se deve a duas razões: a primeira, de ordem técnica, pois a heroína inalada oferece vantagens pela rápida liberação da droga no sítio de ação no cérebro sem passar pelo fígado. Além disso, fumar evita frequêntes superdoses, sequelas pelo uso de agulhas, infecções por vírus, etc. A outra razão é de ordem econômica. A DEA (Drug Enfforcement Administration) regristrou um incremento médio na pureza da heroína de 7,1% em 1982 para 27,6% em 1991. Em Nova Iorque aumentou no mesmo período de 3,8% para 48,4% com um decrécimo de custo de U$ o,75 a miligrama.

Devido a sua lipossolubilidade, a heroína é bem absorvida por todas as vias e pelas mucosas, deixando rapidamente a corrente sanguínea e atingindo seu sítio de ação no SNC. Estima-se que 11 segundos são o suficiente para que a heroína alcance seu sítio de ação no cérebro. Assim, o processo de fumar, que libera cerca de 89% de heroína intacta, resulta em efeito reforçador imediato que pode durar vários minutos.

Após a inalação da fumaça, a heroína apresenta um pico de concentração no sangue entre 2 a 5 minutos. Ela aprensenta uma meia vida no sangue extremamente curta, ao redor de 3,3 minutos, passando à morfina que apresenta uma meia vida de 18,8 minutos.

A heroína é talvez a segunda droga mais perigosa que existe sob ponto de vista de sua capacidade em provocar dependência. Atravessa facilmente a BP (barreira placentária), causando dependência nos bebês, que são tratados normalmente com clorpormazina e elixir paregórico (o tratamento pode durar 7 semanas ou mais).

O edema pulmonar é a complicação mais frequente por intoxicação por heroína. Pois a depressão respiratória leva a hipóxia, causando maior permeabilidade capilar e provocando extravasamento de fluído, que resulta finalmente em edema pulmonar (obs. é desconhecido o mecanismo pelo qual a heroína provoca morte).

Morfina

É o principal constituinte do ópio e sua concentração varia de 4 a 21%. É usada parenteralmente para produzir sedação como pré-anestésico, para alívio da dor do enfarto de miocárdio e no tratamento do edema pulmonar agudo. A morfina é o protótipo dos opiáceos.

A morfina é bem absorvida pelas mucosas e soluções de continuidade da pele. As injeções intramuscular e cutânea levam a absorção rápida. Após absorção, a morfina deixa rapidamente a corrente circulatória penetrando nos tecidos e orgãos como: rins, fígado, pulmões, baço, adrenal e tireóide, e em menor extensão nos músculos esqueléticos. Devido a proteção propiciada pela barreira hemato-encefálica, a concentração de morfina no cérebro é bem mais baixa. A morfina, como os outros analgésicos usados pelas gestantes, atravessa a barreira hematoencefálica (BHE) e causa depressão respiratória, miose e sindrome de abstinência em recémnascidos.

Após a absorção a morfina sofre biotransformação no fígado, sob ação do sistema enzimático do retículo endoplasmático. A via mais importante na excreção da morfina renal, sendo que de 54% a 74% é pela urina, de 7 a 10% pelas fezes e 3 a 6% pelo ar expirado.

Quanto à eliminação, a morfina apresenta meia vida de 1,9 a 3,1 horas; 80% é excretada em 6 horas, e quase totalmente em 24 horas.

O glicuronato de 6-morfina é um potente agonista do receptor mi produzindo efeto de 13 a 200 vezes mais potente que a morfina. Isso justifica, de certa forma, a maior sensibilidade de neonatos aos efeitos adversos da morfina, visto que os mesmos não conseguem conjugar a morfina com o ácido glicurônico.

A intoxicação  aguda pela morfina geralmente é resultado de doses clínicas excessivas, superdose acidental em farmacodependentes ou por tentativas suicidas. Por ação direta nos centros respiratórios no tronco cerebral, provoca depressão respiratória, fazendo com que a frequência caia para 2 a 4 vezes por minuto. Ainda por ação no SNC, provoca a hipotenção, liberação do hormônio antidiurético e oligúria. Quanto aos efeitos periféricos, provoca constricção brônquica, devido à liberação de histamina, além de dilatação dos vasos cutâneos com aumento da temperatura e transpiração. A tríade pupilas puntiformes, respiração deprimida e coma é um quadro sugestivo de intoxicação aguda por morfina ou outros opióides.

Na intoxicação crônica pode-se observar irregularidade no ciclo menstrual, com decrécimo do apetite sexual e diminuição da fertilidade, frequência respiratória abaixo do normal, geralmente com aumento da pulsação e temperatura, além dos fenômenos de tolerância e dependência já citados.

domingo, 2 de outubro de 2011

Drogas (toxicologia clínica)

Introdução
O uso da droga é milenar, e na atualidade é um grave problema de saúde pública em todo o mundo.
A toxicologia social é a área da toxicologia que estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico e nem terapêutico de fármacos e drogas, causando danos não somente ao indivíduo, mas também a sociedade.

O uso não médico refere-se ao uso de um fármaco prescrito de uma maneira e período diferente da informada na prescrição ou para pessoa cujo o fármaco não devia ser prescrito. É um termo genérico que engloba compostos lícitos e ilícitos e qualquer tipo de exposição, seja um uso ocasional, frequente, nocivo ou compulsivo.

As drogas usadas com fins recreativos são as psicotrópicas ou psicoativas ( alteram o humor, consciência, pensamento, etc.), e são usadas pela recompensa da sensação.

Antigamente as drogas apresentavam um uso religioso. 

O Santo Daime ou Hoasca é uma bebida feita com folhas do cipó "Banisteriopis caapi", (Cipó Banisterina caapi) rico no alcalóide "Harmina" misturado com as folhas da planta conhecida como Folha Rainha "Psicótria Vinilis".Entre os Incas a bebida era chamada de Hoasca que significa, "Vinho dos Deuses" ou "Vinho dos Espíritos".  Entre os índios brasileiros ela é conhecida como “Caapi”.

HOASCA era uma bebida secreta, tomada somente pelos membros da família real inca e pelos sacerdotes. Na época da  colonização espanhola existia dois príncipes; o Príncipe Ataulpam que se entregou aos espanhóis e o Príncipe Ayahuasca, que resistiu e acabou fugindo com alguns seguidores para a floresta amazônica. De onde passou disseminar o uso da bebida para os índios do Peru e  Bolívia. O Xamã ou pajé que fabricava a beberagem ficou conhecido como Ayuasqueiro, palavra derivada do Príncipe Ayahuasca.

Inicialmente Santo Daime era o nome da doutrina fundada pelo Seringueiro Raimundo Irineu Serra, um maranhense que residia no Acre. Formada pela mistura do sincretismo com cristianismo, espiritismo e cultos afro-brasileiros. Esta seita baseava-se na beberagem do Hoasca. Com o passar do tempo esta bebida acabou ficando conhecido como Santo Daime.

A beberagem apesar de ser um alucinógeno, não é considerada oficialmente como tal, pois não esta incluída na lista de psicotrópicos do Ministério da Saúde. Portanto não é crime sua utilização. Apesar de que as autoridades aconselhem seu uso restrito e fechado, em círculos e atividades de cunhos religiosos. Alguns médicos e terapeutas utilizam a beberagem como auxilio no tratamento de alcoolismo e dependentes de drogas.

No Rio de Janeiro esta seita tem uma ramificação chamada de "A Barquina".

As plantas utilizadas na preparação do Santo Daime são fáceis de serem achadas na floresta equatorial do acre, amazonas, Rondônia. E se adaptam muito bem ao clima do Rio de Janeiro e a zona costeira de São Paulo. Para seu plantio, basta o clima ser quente é úmido.

Efeitos colaterais; se a pessoa tem depressão, estado emocional abalado, é propensa a ser esquizofrênica... o caso se complica, pois já foi registrado surtos de esquizofrenia, e depressão profunda durante as sessões com beberagem.

A beberagem altera o estado de consciência,  dando a sensação de se estar sonhando acordado. Por este motivo nas sessões, as pessoas são guiadas e controladas pelo mestre da cerimônia. Ela tem o poder de aumenta a criatividade e a intuição, a veia artista pode aflora durante as sessões, as pessoas ficam inspiradas a compor músicas, poemas, histórias de ficção, e até em alguns casos , tem revelações sobre o futuro.

Definção

Droga é qualquer substância química capaz de modificar as funções dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. 
Psicotrópico significa atração pelo psiquísmo. 

Classificação:
De acordo com a: 
Atividade que exerce junto ao nosso cérebro: Depressores; Estimulantes; Perturbadores;
Efeito: Ocasional; Leve; Pesado;
Legislação: Lícitas e Ilíticas. 

Normalmente usa-se essa terminologia drogas de abuso para compostos ilícitos; no entanto, deve-se atentar que também as drogas e os farmácos lícitos (etanol, cafeína e tabaco) estão incluidos nessa classificação.A terminologia "Alcool e drogas", como são referidos muitas vezes, não é adequada, pois faz uma distinção entre substâncias lícitas e ilícitas; porém, ambas comportilham aa propriedade de induzir a dependência. Os termos psicotrópicos e substâncias psicoativas, etimologicamente significam que agem no SNC. No entanto, o ácido acetilsalicílico e os fenotiazínicos também agem nesse sistema e não são considerados farmácos de abuso. A característica comum a essas substâncias, ou seja, o que as diferenciam de outras eque justifica sua classificação em um grupo específico é o fato de todas apresentarem um potencial pra induzir dependência. 
Potêncial de abuso: é o poder que algumas drogas possuem de desencadear no indivíduo a autoadministração repetida, que geralmente resulta em tolerância, síndrome de abstinência e comportamento compulsivo de consumo. 

Certas características parecem ser comuns a todas as drogas que levam ao abuso.
• O desejo é similar para todas as que produzem dependência, embora diferentes grupos de drogas tenham diferenças no efeito fisiológico e comportamental.
• Fatores ambientais influenciam não somente o efeito agudo da droga, mas também a probabilidade de eventual dependência, bem como a sua recaída.
• Há uma predisposição genética para a dependência.
• Na contínua exposição à droga, o desejo de consumi-Ia aumenta, embora, em muitos casos, a capacidade da droga em produzir euforia apresente uma gradativa diminuição.
• Para muitas drogas, o desejo não ocorre durante a síndrome de abstinência, mas quando o efeito máximo da droga começa a declinar.

Pesquisadores demonstraram que diferentes classes de drogas psicoestimulantes e o abuso de drogas levam a um aumento da concentração extracelular de dopamina no núcleo accumbens, incluindo as drogas: cocaína, anfetamina, opiáceos, álcool, cafeína, barbitúrico e nicotina. Por outro lado, o stress – principalmente o crônico – contribui com a liberação intensa de glicocorticóides, que são conhecidos por aumentarem a sensibilidade do núcleo accumbens ao abuso de drogas, porque facilita a liberação da dopamina nesse núcleo.

Uso: uso de qualquer droga (substância);
Abuso: uso de uma droga ou farmaco, geralmente por altoadministração, de uma maneira que se desvie dos padrões mpedicos e socioculturais, "uso com problema noscivo".
Dependência: Síndrome comportamental, perda de controle (compulsão) sobre o uso da droga mesmo com grandes prejuízos individuais e sociais. Considerada uma doença crônica, incurável e sujeira a recaída mesmo após a abstinência, a síndrome de abstinência não é absoluta (apresenta diferenças quantitativas e qualitativas).
A síndrome de abstinência e tolerância tem uma variação de droga pra droga.


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DIU pode reduzir em cerca de 50% o risco de câncer de colo de útero, segundo artigo publicado no The Lancet Oncology


A utilização de um dispositivo contraceptivo intra-uterino (DIU) pode proteger contra o risco de desenvolver câncer cervical, embora não proteja contra a infecção cervical pelo papilomavírus humano (HPV), de acordo com estudo realizado pelo Instituto Catalão de Oncologia, na Espanha, publicado pelo The Lancet Oncology.
Uma análise combinada de 26 estudos epidemiológicos mostrou que o uso de dispositivo intra-uterino (DIU) pode reduzir o risco de desenvolver câncer cervical em cerca de 50%, mas não protege contra a infecção pelo vírus HPV.
Foi realizada uma análise combinada de dados individuais a partir de dois grandes estudos da International Agency for Research on Cancer e do Institut Català d'Oncologia – Barcelona, na Espanha. Um estudo incluiu dados de dez estudos caso-controle de câncer cervical feito em oito países e os outros dados incluídos vieram de 16 estudos de prevalência de HPV em mulheres da população geral em 14 países. Um total de 2.205 mulheres com câncer de colo do útero e 2.214 mulheres no grupo controle que não tinham câncer cervical foram incluídas a partir dos estudos de caso-controle e 15.272 mulheres saudáveis a partir de pesquisa com o HPV. Informações sobre o uso do DIU foram obtidas por entrevista pessoal. O HPV foi testado pela técnica de PCR.
Após o ajuste para covariáveis relevantes, foi encontrada uma forte associação inversa entre o uso de DIU e o câncer cervical, em relação aos tipos mais comuns do tumor – redução de probabilidade de desenvolvimento de carcinoma de células escamosas em 44% e adenocarcinoma ou carcinoma adenoescamoso em 54%. O DIU não afetou o risco de infecção pelo HIV. O período de tempo que as mulheres usavam o DIU não alterou significativamente o risco, uma vez que o risco foi reduzido quase pela metade no primeiro ano de utilização e o efeito protetor permaneceu significativamente o mesmo após 10 anos de uso do dispositivo.
Os dados sugerem que o uso de DIU pode agir como um cofator de proteção na carcinogênese cervical. Os cientistas, liderados pelo pesquisador Xavier Castellsague, acreditam que no processo de inserção ou remoção deste dispositivo as células pré-cancerosas possam ser destruídas ou que haja uma inflamação responsável por provocar aumento da imunidade celular. Estes podem ser alguns dos vários mecanismos que poderiam explicar os achados.
Fonte: The Lancet Oncology

Naproxeno e ibuprofeno são mais seguros em relação aos riscos cardiovasculares dos anti-inflamatórios, publicado pela revista PLoS Medicine

Ensaios clínicos randomizados têm destacado os riscos cardiovasculares do uso de anti-inflamatórios não hormonais (AINHs) em doses elevadas. O presente estudo, publicado pela revista PLoS Medicine, fornece estimativas de risco dos AINHs em doses individuais típicas em ambientes comunitários.
Uma revisão sistemática foi realizada envolvendo estudos observacionais controlados e realizados na comunidade. Os principais eventos cardiovasculares associados ao uso individual de AINHs, em diferentes doses e em populações de baixo e de alto risco para desenvolver eventos cardiovasculares, foram avaliados. Alguns pares de drogas foram comparados nas análises. Trinta estudos caso-controle incluindo 184.946 eventos cardiovasculares e 21 estudos de coorte descreveram os resultados observados em mais de 2,7 milhões de indivíduos expostos. Dos medicamentos amplamente estudados (dez ou mais estudos), os maiores riscos observados foram com o rofecoxibe e com o diclofenaco. Os menores riscos foram encontrados com o uso de ibuprofeno e naproxeno. Dos medicamentos menos estudados, o etoricoxibe, o etodolac e a indometacina tiveram os maiores riscos. Nas comparações por pares de medicamentos, o etoricoxib teve um risco relativo maior do que o ibuprofeno. O naproxeno apresentou risco significativamente menor do que o ibuprofeno.
Esta revisão sugere que, entre os AINHs amplamente utilizados, o naproxeno e o ibuprofeno em baixas doses são menos prováveis de aumentar o risco cardiovascular. O diclofenaco nas doses disponíveis para compra sem prescrição médica eleva o risco. Os dados para o etoricoxib foram escassos, mas em pares de comparações essa droga tinha um risco relativo significativamente maior do que o do naproxeno ou do ibuprofeno. A indometacina é uma droga mais antiga, mais tóxica e as evidências sobre o risco cardiovascular lançam dúvidas sobre seu uso clínico continuado.
Fonte: PLoS Medicine

Victoza (liraglutida): Anvisa esclarece sobre as indicações do medicamento

A Diretoria Colegiada da Anvisa faz esclarecimentos para veículos de imprensa e para instituições ligadas à saúde (como o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e Conselho Federal de Farmácia) sobre as indicações do medicamento Victoza (liraglutida), e afirma que a medicação é indicada para o tratamento de diabetes tipo 2 e não deve ser usada para emagrecimento.
Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclarece que o Victoza é um produto “biológico”. Ou seja, trata-se de uma molécula de alta complexidade, de uso injetável, contendo a substância liraglutida. O medicamento, fabricado pelo laboratório Novo Nordisk, foi aprovado pela Anvisa para comercialização no Brasil em março de 2010, com a finalidade de uso específico no tratamento de diabetes tipo 2. Portanto, seu uso não é indicado para emagrecimento.
A indicação de uso do medicamento aprovada pela Anvisa é como “adjuvante da dieta e atividade física para atingir o controle glicêmico em pacientes adultos com diabetes mellitus tipo 2, para administração uma vez ao dia como monoterapia ou como tratamento combinado com um ou mais antidiabéticos orais (metformina, sulfoniluréias ou uma tiazollidinediona), quando o tratamento anterior não proporciona um controle glicêmico adequado”.
A agência ainda esclarece que trata-se de um medicamento “biológico novo” e, embora pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos, que nesses casos devem ser informados ao médico.
Em estudos clínicos e nos relatórios apresentados à Anvisa foram relatados eventos adversos associados ao Victoza (liraglutida), sendo os mais frequentes: hipoglicemia, dores de cabeça, náusea e diarreia. Além destes eventos destacam-se outros riscos, tais como: pancreatite, desidratação e alteração da função renal e distúrbios da tireoide, como nódulos e casos de urticária.
Outra questão de risco associada aos produtos biológicos são as reações de imunogenicidade, que podem variar desde alergia e anafilaxia até efeitos inesperados mais graves. No caso da liraglutida, a mesma apresentou um perfil de imunogenicidade aceitável para a indicação como antidiabético.
Para o caso de inclusão de novas indicações terapêuticas deve-se apresentar estudo clínico Fase III comprovando a eficácia e segurança desta nova indicação.

Fonte: ANVISA

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Anfetaminas

Retirando um tempo pra dedicar a comentar sobre essa droga.O que são anfetaminas? Quais são? O que será que ela é capaz de fazer? Aspecto? Efeitos? Riscos? Aspectos positivos ( será que existem? )? 



As anfetaminas são drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas mais “acesas”, “ligadas” com “menos sono”, “elétricas”, etc. É chamada de rebite principalmente entre os motoristas que precisam dirigir durante várias horas seguidas sem descanso, a fim de cumprir prazos pré-determinados. Também é conhecida como bolinha por estudantes que passam noites inteiras estudando, ou por pessoas que costumam fazer regimes de emagrecimento sem o acompanhamento médico.
Nos USA, a metanfetamina (uma anfetamina) tem sido muito consumida na forma fumada em cachimbos, recebendo o nome de “ICE” C gelo).
Outra anfetamina, metilenodióximetanfetamina (MDMA), também conhecida pelo nome de “Êxtase”, tem sido uma das drogas com maior aceitação pela juventude inglesa e agora, também, com um consumo crescente nos USA.
As anfetaminas são drogas sintéticas, fabricadas em laboratório. Não são, portanto, produtos naturais. Existem várias drogas sintéticas que pertencem ao grupo das anfetaminas e como cada uma delas pode ser comercializada sob a forma de remédio, por vários laboratórios e com diferentes nomes de fantasia, temos um grande número destes medicamentos, conforme mostra a tabela.
Tabela – Nomes comerciais de alguns medicamentos à base de drogas do tipo anfetamina, vendidos no Brasil. Dados obtidos do Dicionário de Especialidades Farmacêuticas – DEF – ano 1996/1997.
Droga do tipo AnfetaminaProdutos (remédios comerciais) vendidos nas farmácias
Dietilpropiona ou AnfepramonaDualid S; Hipofagin S; Inibex S; Moderine
FenproporexDesobesi-M; Lipomax AP; Inobesin
MazindolDasten; Fagolipo; Absten-Plus; Diazinil; Dobesix
MetanfetaminaPervitin*
MetilfenidatoRitalina

Aspectos das Anfentaminas 


As anfetaminas são substâncias de origem sintética e com efeitos estimulantes. São freqüentemente chamadas de speed, cristal ou anfes. As anfetaminas, propriamente ditas, são a dextroanfetamina e a metanfetamina.
Quando estão em estado puro têm o aspecto de cristais amarelados com sabor amargo. No entanto podem também ser encontradas sob a forma de cápsulas, comprimidos, pó (geralmente branco, mas também pode ser amarelo ou rosa), tabletes ou líquido. As anfetaminas, quando vendidas ilegalmente, podem ser misturadas com outras substâncias, tornando-as bastante perigosas. São, por vezes, chamadas de droga “suja”, dado que o seu grau de pureza pode ser de apenas 5%.
São geralmente consumidas por via oral, intravenosa (diluídas em água), fumadas ou aspiradas (em pó). A forma menos prejudicial e consumir anfetaminas é engolindo-as (não misturadas com álcool). A inalação danifica as mucosas do nariz e injetar é a forma mais perigosa de usar esta ou qualquer outra droga, dado que aumenta o risco de overdose e de problemas físicos ou contágio de doenças.
As anfetaminas estimulam o Sistema Nervoso, atuando na noradrenalina, um neurotransmissor. Os sistemas dopaminérgicos e serotonérgicos são também afectados. Imitam os efeitos da adrenalina e noradrenalina – permitem ao corpo efetuar atividade físicas em situações de stress.
Têm sido principalmente utilizadas para tratamento da obesidade, uma vez que provocam perda de apetite. Foram também bastante utilizadas para tratar depressão, epilepsia, Parkinson, narcolepsia e danos cerebrais em crianças. Existem vários produtos à venda no mercado: Benzedrine, Bifetamina, Dexedrine, Dexamil, Methedrine, Desoxyn, Desbutal, Obedrin e Amphaplex.


Origem

Apesar da planta Éfedra ser utilizada na medicina chinesa, como anti-asmático, desde tempos remotos, a sua utilização na medicina ocidental era nula. O isolamento e estudo da efedrina por Chen e Schmidt surge apenas em 1926, abrindo as portas para a produção de anfetaminas. Os anos 30 foram particularmente ricos em ensaios clínicos neste âmbito, marcando-se em 1938 o início da comercialização da metanfetamina. Inicialmente as anfetaminas foram fármacos facilmente prescritos, utilizados para o tratamento da narcolepsia, obesidade, doença de Parkinson, asma, etc.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foram administradas de forma maciça aos soldados (tanto aliados como das potências do Eixo) para combater a fadiga, reforçar a resistência, elevar o moral e manter o estado de alerta. A produção de anfetaminas em série para dar resposta aos pilotos da Luftwaffe (a força aérea de Hitler), originou grandes excedentes que acabaram por provocar uma epidemia anfetamínica no Japão. A droga era cedida a operários fabris japoneses como forma de eliminar a sonolência e embalar o espírito, o que acaba por provocar um aumento de 500 000 viciados neste país no pós-guerra.
Finda a guerra, começaram a ser descobertas as conseqüências do consumo regular. Como conseqüência, iniciam-se as tentativas de restrição, nomeadamente no Japão, enquanto que outros países adoptam políticas de tolerância.
Na década de 50, os militares norte americanos em serviço no Japão e Coreia começam a utilizar uma mistura injetável de anfetamina e heroína, à qual chamam speedball.
Nos anos 60 verifica-se um aumento no consumo de anfetaminas, as quais, apesar de serem produzidas de forma legal, eram obtidas por meios menos lícitos. Em 1965, ocorre nova epidemia anfetamínica na Suécia concomitante com o fornecimento gratuito da droga pelo serviço nacional de saúde; ela foi tornada ilegal pouco tempo depois.
Quando era uma droga legal, tornou-se bastante popular entre os camionistas e entre o pessoal que trabalhava no negócio dos aprovisionamentos devido à suas propriedades estimulantes. Estes grupos que usavam anfetaminas para fins “profissionais”, isto é, com o objetivo de os ajudar a cumprir as suas tarefas, quer elas fossem conduzir muitas horas seguidas ou permanecer à noite sem dormir, conseguiam manter um rigoroso controlo em relação ao seu consumo. Nos anos 70 começaram a ser muito procurada pelas classes trabalhadoras mais jovens, tendo-se perdido um pouco do referido controlo. É nesta altura que surgem os chamados "speed freeks", indivíduos que ficam vários dias acordados sob o efeito de anfetaminas, mas com aspecto debilitado devido à redução do apetite.
Curiosamente, esta droga não foi muito bem acolhida entre os hippies como é visível em slogans como “speed kills”. O seu uso permaneceu restrito na Holanda, ao contrário do Japão ou Escandinávia.
No contexto do aumento do consumo desta substância, o turismo e a sua massificação desempenham um papel bastante importante, dado que facilitaram aos indivíduos do norte da Europa o acesso a esta droga, a qual era pouco controlada nos países do sul.
A Convenção de Viena em 1971 marcou o aumento do controlo das anfetaminas. Foi nesta altura que foram sendo retirados do mercado os produtos farmacêuticos que continham anfetaminas, chegando mesmo à sua supressão em alguns países. Conseqüentemente, nos anos 80 floresce o mercado negro de produção ilegal.
Em Portugal, alguns fármacos foram muito consumidos e objeto de abuso de natureza toxicómana, tendo estes sido retirados do mercado. Na segunda metade dos anos 80 e princípio dos anos 90, o Dinintel foi muito procurado, chegando alguns toxicodependentes a consumir mais de 50 cápsulas por dia; este fármaco foi reclassificado. No nosso país não existem atualmente anfetaminas puras no mercado lícito e são difíceis de encontrar no ilícito.
Nos últimos anos, o consumo de anfetaminas aumentou significativamente na Europa, principalmente associado à “dance culture”.

Efeitos

As anfetaminas agem de uma maneira ampla afetando vários comportamentos do ser humano. A pessoa sob sua ação tem insônia (isto é, fica com menos sono) inapetência (ou seja, perde o apetite), sente-se cheia de energia e fala mais rápido ficando “ligada”. Assim, o motorista que toma o “rebite” para não dormir, o estudante que ingere “bolinha” para varar a noite estudando, um gordinho que as engole regularmente para emagrecer ou ainda uma pessoa que se injeta com uma ampola de Pervitin ou com comprimidos dissolvidos em água para ficar “ligadão” ou ter um “baque” estão na realidade tomando drogas anfetamínicas.
A pessoa que toma anfetaminas é capaz de executar uma atividade qualquer por mais tempo, sentindo menos cansaço. Este só aparece horas mais tarde quando a droga já se foi do organismo; se nova dose é tomada as energias voltam embora com menos intensidade. De qualquer maneira as anfetaminas fazem com que um organismo reaja acima de suas capacidades exercendo esforços excessivos, o que logicamente é prejudicial para a saúde. E o pior é que a pessoa ao parar de tomar sente uma grande falta de energia (astenia) ficando bastante deprimida, o que também é prejudicial, pois não consegue nem realizar as tarefas que normalmente fazia antes do uso dessas drogas.
-Efeitos no resto do corpo
As anfetaminas não exercem somente efeitos no cérebro. Assim, agem na pupila dos nossos olhos produzindo uma dilatação (o que em medicina se chama midríase); este efeito é prejudicial para os motoristas, pois à noite ficam mais ofuscados pelos faróis dos carros em direção contrária. Elas também causam um aumento do número de batimentos do coração (o que se chama taquicardia) e um aumento da pressão sanguínea. Aqui também podem haver sérios prejuízos à saúde das pessoas que já têm problemas cardíacos ou de pressão, que façam uso prolongado dessas drogas sem o acompanhamento médico, ou ainda que se utilizarem de doses excessivas. 
Se uma pessoa exagera na dose (toma vários comprimidos de uma só vez) todos os efeitos acima descritos ficam mais acentuados e podem começar a aparecer comportamentos diferentes do normal: ela fica mais agressiva, irritadiça, começa a suspeitar de que outros estão tramando contra ela: é o chamado delírio persecutório. Dependendo do excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia e até alucinações. É a psicose anfetamínica. Os sinais físicos ficam também muito evidentes: midríase acentuada, pele pálida (devido à contração dos vasos sanguíneos) e taquicardia.
Essas intoxicações são graves e a pessoa geralmente precisa ser internada até a desintoxicação completa. Às vezes durante a intoxicação a temperatura aumenta muito e isto é bastante perigoso pois pode levar a convulsões.
Finalmente trabalhos recentes em animais de laboratório mostram que o uso continuado de anfetaminas pode levar à degeneração de determinadas células do cérebro. Este achado indica a possibilidade de o uso crônico de anfetaminas produzir lesões irreversíveis em pessoas que abusam destas drogas.



Riscos


O consumo de anfetaminas pode provocar sede, transpiração, desidratação, diarréia, taquicardia, aumento da tensão arterial, náuseas, má disposição, dor de cabeça, tonturas, vertigens, sono conturbado e pouco reparador. São frequentes tiques exagerados e anormais da mandíbula ou movimentos estereotipados. Nos casos de perda de apetite devido ao uso constante de anfetaminas, poderá ocorrer o risco de desenvolvimento de uma anorexia nervosa, desnutrição e até morte.
O consumo crônico pode conduzir a uma acentuada perda de peso e exaustão, redução da resistência às infecções, testículos volumosos e doridos, tremores, afasia, perturbações no ritmo cardíaco, dores nos músculos e nas articulações. Pode ainda ocorrer falha súbita no coração, por exemplo no caso de atletas dopados.
É possível a ocorrência de uma reação tóxica no organismo - psicose anfetamínica – com duração variável (até algumas semanas), a qual se caracteriza por irritabilidade, hiper-excitabilidade, insônia, tremores, alucinações e até a morte, em casos extremos. É confundida frequentemente com esquizofrenia.

A sobredosagem pode provocar inquietação, alucinações, aumento da temperatura corporal, taquicardia, náuseas, vômitos, cãibras no abdómen, fortes dores no peito, insuficiência respiratória e cianose, aumento da circulação sanguínea, dificuldade de micção, perda de consciência, convulsões e morte.
Pessoas com problemas cardíacos, tensão alta, doença mental, ansiedade e ataques de pânico ou que tomam drogas de prescrição médica como os IMO (inibidores das monoaminooxidases), betabloqueadores ou anti-depressivos, correm maiores riscos quando tomam anfetaminas.


Tolerância e Dependência


A tolerância pode ser rapidamente desenvolvida e é geralmente grande. Não ocorre uma real dependência física mas existe dependência psicológica. Nos casos de consumo continuado (speed run), que resultam em grande exaustão e depressão, estes efeitos poderão ser contrariados pela retoma do consumo, criando uma espécie de imitação de dependência física.


Síndrome de Abstinência


Os sintomas não são muito intensos. Poderá notar-se letargia, fadiga, apatia, sonolência, insônia ou hipersónia, depressão, dores musculares. A irritabilidade, alterações do sono e ideias suicidas, podem persistir durante meses.


Agora vocês podem me perguntar se existem aspectos positivos, será que existem mesmo? 



Quando sou solicitada a expressar minha opinião quanto ao tratamento de obesidade, abordo inicialmente a necessidade da mudança de perfil sedentário, acoplada a uma reorganização dietética. Porém, quando a questão básica é o tratamento farmacológico, nunca me esquivo. Em alguns casos é de suma importância pra própria saúde do paciente. Porém, existe todo um mundo de bioética envolvido em determinadas decisões.
Em contrapartida, existem casos extremos, mas é preferencial, que nesses casos, seja solicitado uma cirurgia.

É minha forma de pensar, e obviamente, cada um tem sua forma de analisar. Fica ao critério de quem ler o post.

Mas para não finalizar o post com um comentário unicamente meu, resolvi mostrar um comentário de um usuário de medicamento pra emagrecer. Sr. Eveline.

“Uso remédios para emagrecer há cerca de 17 anos (tenho 46 atualmente) com usos descontinuados com intervalos de 6 a 24 meses. Em todos os casos retornei ao peso anterior e cheguei a aumentar. Atualmente não sinto que estas drogas façam o mesmo efeito, mas sem elas o meu apetite aumenta e meu “vigor” diminui, visto que minhas atividades solicitam que eu tenha um “pique” bem intenso. E segue um círculo vicioso (nada virtuoso infelizmente). Já tive prescrição de fazer redução de estômago mas meu maior medo é o fato desta dependência. Intimamente nao sinto que, reduzindo o estomago, sentirei redução de apetite. Me sinto ma mulher esclarecida e inteligente (embora isto seja paradoxal em função de tomar estes “remédios”). Percebo nitidamente que minha memória está comprometida, embora não prejudique (ainda) minhas atividades. O Senhor poderia me dar alguma opinião, me sinto quase desesperada. sei que, como não sou sua paciente, fica dificil me apontar determinados caminhos, mas ficaria eternamente grata se tecesse comentários que me levem a repensar minhas atitudes e muda-las em meu benefício e também daqueles a quem amo.
Talvez seja interessante eu dizer que tenho lupus discoide diagnosticado há 20 anos e, por 4 X usei corticóides. Embora não possa colocar a responsabilidade nos corticoides do meu aumento de peso, pois tenho enorme predisposição hereditária.
Provavelmente o senhor nem lerá este email ou mesmo terá tempo de respondê-lo, mesmo assim anseio por uma resposta.
Meu nome de fato é Evelise mas por razões óbvias modifiquei meu sobrenome.”