quarta-feira, 6 de julho de 2011

Insônia pode aumentar risco cardiovascular em pacientes com transtorno bipolar, diz pesquisa apresentada na reunião da Associated Professional Sleep Societies

Na última década tem havido crescente preocupação com a elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares no transtorno bipolar. Paralelamente a estes achados, evidências epidemiológicas sugerem que sintomas de insônia (dificuldades para começar a dormir ou se manter adormecido e acordar muito cedo) estão independentemente associados com maiores taxas de fatores de risco cardiovasculares na população geral.
O objetivo do estudo, apresentado na reunião anual da Associated Professional Sleep Societies, foi avaliar a associação entre sintomas de insônia e fatores de risco cardiovasculares em pessoas com transtorno bipolar, na National Comorbidity Survey - Replication (NCS-R).
prevalência dos fatores de risco como obesidadehipertensão arterial e diabetes/hiperglicemia foi comparada em 3 grupos de entrevistados com doença bipolar com base na presença de:
  1. Sintomas de insônia crônica.
  2. Sintomas de insônia aguda.
  3. Problemas de sono no ano passado.
As taxas de obesidade e de hipertensão arterial foram estatisticamente maiores em pacientes bipolares do grupo 1 (41,8% e 28,8%) e do grupo 2 (43,7% e 24,1%) em comparação com pacientes bipolares que não apresentavam alterações do sono (19,7% e 5,9%). Diabetes/hiperglicemia não diferiram significativamente entre os grupos.
Os resultados mostram que, na população estudada, os sintomas de insônia, especialmente aqueles que são de natureza crônica, podem conferir risco para a obesidade e para hipertensão arterial na doença bipolar.

Uso prematuro de metformina (idade 8-12 anos) em meninas com pubarca precoce pode prevenir ou retardar a síndrome dos ovários policísticos, segundo artigo do The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism

Meninas com história combinada de baixo peso ao nascer (BPN) e pubarca precoce (PP) têm alto risco de desenvolver a síndrome dos ovários policísticos (SOP). O objetivo do estudo espanhol, publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, foi comparar o uso precoce ou tardio da metformina na prevenção ou postergação dasíndrome dos ovários policísticos (SOP) em adolescentes predispostas.
O estudo randomizado foi realizado em um hospital universitário na Espanha e contou com a participação de trinta e oito meninas com BPN-PP que foram acompanhadas a partir da idade média de 8 anos até 15 anos de idade.
metformina precoce foi iniciada nas idades entre 8-12 anos versus metformina tardia nas idades entre 13-14 anos. As principais medidas de resultado consideradas foram altura, peso, escore de hirsutismo, ciclo menstrual, triagem endócrino-metabólica (em jejum e na fase folicular), proteína C-reativa, composição corporal, distribuição de gordura abdominal (ressonância magnética), morfologia ovariana (ultrasom) e SOP (definições propostas pelo National Institutes of Health e pela Androgen Excess Society).
Nenhuma das meninas abandonou o estudo. Na idade de 15 anos, aquelas que usaram a metforminaprecocemente estavam cerca de 4cm mais altas, apresentavam-se em um estado menos pró-inflamatório e tinham menos gordura abdominal, devido a reduções nas gorduras visceral e hepática. Hirsutismo, excesso de andrógenos, oligomenorreia e SOP eram de 2 a 8 vezes mais prevalentes nas que iniciaram a metforminatardiamente, quando comparadas às que iniciaram o uso em idade mais prematura.
Concluiu-se que em meninas com BPN-PP, o início precoce da metformina foi associado à prevenção e à postergação do desenvolvimento de hirsutismo, excesso de andrógenos, oligomenorreia e SOP em relação ao início tardio do uso desta medicação. No entanto, os cientistas alertam que uma das limitações do estudo é a pequena amostra de pacientes envolvida.