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quinta-feira, 10 de abril de 2025
Resistência a agentes antimicrobianos
Para que um antibiótico seja eficaz, ele deve atingir o alvo e se ligar a ele. As bactérias podem ser resistentes a um agente antimicrobiano porque (1) o fármaco não atinge seu alvo; (2) o fármaco é inativado; ou (3) o alvo é alterado. Algumas bactérias produzem enzimas que residem na superfície celular ou dentro dela e inativam o fármaco. Outras possuem membrana celular impermeável que impede o influxo do fármaco. Antibióticos hidrofílicos atravessam a membrana externa das células microbianas por meio de canais aquosos compostos por proteínas específicas. Bactérias deficientes nesses canais podem ser resistentes a esses fármacos. Outras ainda não possuem os sistemas de transporte necessários para a entrada do fármaco na célula bacteriana. Como muitos antibióticos são ácidos orgânicos, a penetração pode ser dependente do pH; além disso, a permeação pode ser alterada pela osmolalidade ou por vários cátions no meio externo. O mecanismo de transporte de certos fármacos depende de energia e não funciona em um ambiente anaeróbico. Uma vez que o fármaco tenha alcançado o sítio-alvo, ele deve exercer um efeito deletério ao microrganismo. Variações naturais ou alterações adquiridas no sítio-alvo que impeçam a fixação ou ação do fármaco podem levar à resistência.
A resistência pode ser adquirida por mutação e transmitida verticalmente por seleção para a célula-filha. Mais comumente, a resistência é adquirida por transferência horizontal de espécies resistentes, por transformação, transdução ou conjugação.
domingo, 16 de julho de 2017
Farmacocinética - Parte 01
A farmacocinética estuda
o que o organismo faz com o fármaco, ao passo que a farmacodinâmica descreve o que
o fármaco faz no organismo. A principal importância de estudar as variáveis
farmacocinéticas é que elas permitem elaborar e otimizar a terapia, através da
escolha adequada da via de administração de cada fármaco, à quantidade e à
frequência de cada dose e a duração do tratamento. Após a administração do
fármaco por uma das várias vias disponíveis, quatro propriedades
farmacocinéticas determinam a velocidade do início da ação, a intensidade do
efeito e a duração da ação do fármaco:
• Absorção: primeiro, a
absorção do fármaco desde o local de administração (absorção) permite o acesso
do agente terapêutico (seja direta ou indiretamente) no plasma.
• Distribuição: segundo,
o fármaco pode, então, reversivelmente, sair da circulação sanguínea e
distribuir-se nos líquidos intersticial e intracelular.
• Biotransformação ou
metabolismo: terceiro, o fármaco pode ser biotransformado no fígado ou em
outros tecidos.
• Eliminação: finalmente,
o fármaco e seus metabólitos são eliminados do organismo na urina, na bile ou
nas fezes.
É fundamental conhecer a
via de administração mais adequada para o fármaco, pois essa é determinada
primariamente pelas propriedades do fármaco (p. ex., hidra ou
lipossolubilidade, ionização) e pelos objetivos terapêuticos (p. ex., a
necessidade de um início rápido de ação, a necessidade de tratamento por longo
tempo, ou a restrição de acesso a um local específico).
Absorção
Absorção é a
transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente
sanguínea por meio de um dos vários mecanismos (quando um fármaco é intravenoso
considera-se que a absorção é completa). A velocidade e a eficiência da
absorção dependem de dois fatores: fatores moleculares e da via de
administração (o que influencia sua biodisponibilidade).
Mecanismos
de absorção de fármacos a partir do TGI
Dependendo das
propriedades químicas da molécula, os fármacos podem ser absorvidos do TGI por
difusão passiva, difusão facilitada, transporte ativo ou por endocitose.
1. Difusão passiva: o fármaco se move da região com concentração
elevada para a que tem baixa concentração. A difusão passiva não envolve
transportador, não é saturável e apresenta baixa especificidade estrutural. A
grande maioria dos fármacos tem acesso ao organismo por esse mecanismo.
Fármacos hidrossolúveis atravessam as membranas celulares através de canais ou
poros aquosos, e os lipossolúveis movem-se facilmente através da maioria das
membranas biológicas devido à sua solubilidade na bicamada lipídica.
2. Difusão facilitada: outros fármacos podem entrar na célula por meio
de proteínas transportadoras transmembrana especializadas que facilitam a
passagem de grandes moléculas. Essas proteínas transportadoras sofrem
alterações conformacionais, permitindo a passagem de fármacos ou moléculas
endógenas para o interior da célula, movendo-os de áreas de alta concentração
para áreas de baixa concentração. Esse processo é denominado difusão
facilitada. Ele não requer energia, pode ser saturado e inibido por compostos
que competem pelo transportador.
3. Transporte ativo: essa forma de entrada de fármacos também envolve
transportadores proteicos específicos que atravessam a membrana. Poucos
fármacos cujas estruturas se assemelham às de metabólitos de ocorrência natural
são transportados através da membrana celular usando esses transportadores
proteicos específicos. O transporte ativo dependente de energia é movido pela
hidrólise de trifosfato de adenosina. Ele é capaz de mover fármacos contra um
gradiente de concentração - ou seja, de uma região com baixa concentração de
fármaco para uma com concentração mais elevada. O processo tem cinética de
saturação para o transportador que muito se assemelha à apresentada pela reação
enzima-substrato, que mostra velocidade máxima em níveis elevados de substrato
quando todos os locais ativos estão ligados com substrato. Os sistemas de
transporte ativo são seletivos e podem ser inibidos competitivamente por outras
substâncias cotransportadas.
Fatores
que influenciam a absorção
1.
Efeito do pH na absorção de fármacos. A
maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca. Fármacos ácidos (HA) liberam
um próton (H+) causando a formação de um ânion (A-).
2.
As bases fracas (H+) também podem liberar
um H+. Contudo, a forma protonada dos fármacos básicos, em geral, é carregada,
e a perda do próton produz a base não ionizada.
Um fármaco atravessa a membrana mais facilmente se ele
estiver não ionizado. Assim, para os ácidos fracos, a forma HA não ionizada
consegue permear através das membranas, mas o A- não consegue. Para a base
fraca, a forma não ionizada consegue penetrar através das membranas celulares,
contudo os hidrogênios protonados não conseguem. Por isso, a concentração
efetiva da forma permeável de cada fármaco no seu local de absorção é
determinada pelas concentrações relativas entre as formas ionizada e não
ionizada. A relação entre as duas formas é, por sua vez, determinada pelo pH no
local de absorção e pela força do ácido ou base fracos, que é representada pela
constante de ionização, o pKª.
Os fatores seguintes estão relacionados, então é
preciso enxerga-los em conjunto.
Fluxo
de sangue no local de absorção.
Como o fluxo de sangue no intestino é muito maior do
que o fluxo no estômago, a absorção no intestino é maior do que no estômago.
Área
ou superfície disponível para absorção.
Com uma superfície rica em bordas de escova contendo
microvilosidades, o intestino tem uma superfície cerca de 1.000 vezes maior do
que a do estômago, tornando a absorção de fármacos pelo intestino mais
eficiente.
Tempo
de contato com a superfície de absorção.
Se um fármaco se desloca muito rápido ao longo do TGI,
como pode ocorrer em uma diarreia intensa, ele não é bem absorvido (obs.: por
esse motivo, em diarreias e vômitos incoercíveis é indicado que o paciente use
medicamentos IV). Contudo, qualquer retardo no transporte do fármaco do
estômago para o intestino reduz a sua velocidade de absorção. (obs.: o tônus
parassimpático acelera o esvaziamento gástrico, e o tônus simpático [p. ex.,
causado pelo exercício ou por emoções estressantes] e os anticolinérgicos [p.
ex., diciclomina] o retarda. Assim, a presença de alimento no estômago dilui o
fármaco e retarda o esvaziamento gástrico. Portanto, quando um fármaco é
ingerido com o alimento, em geral, será absorvido mais lentamente.)
Expressão
da glicoproteína-P.
A glicoproteína P é uma proteína transportadora
transmembrana para vários fármacos, sendo responsável pelo transporte de várias
moléculas, incluindo fármacos, através da membrana celular. É expressa por todo
o organismo e suas funções incluem:
• No fígado: transportar fármacos para a bile visando
à sua eliminação
• Nos rins: bombear fármacos para a urina visando à
excreção
• Na placenta: transportar fármacos de volta para o
sangue materno, reduzindo, assim, a exposição do feto aos fármacos
• No intestino: transportar fármacos para o lúmen
intestinal e reduzir a absorção
• Nos capilares do cérebro: bombear os fármacos de
volta ao sangue, limitando seu acesso ao cérebro Assim, nas áreas de expressão
elevada, a glicoproteína-P diminui a absorção de fármacos. Além de transportar
vários fármacos para fora das células, ela também está associada com a
resistência a vários fármacos.
Biodisponibilidade
Biodisponibilidade é a
fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica. Por exemplo,
se 100 mg de um fármaco forem administrados por via oral e 70 mg desse fármaco
forem absorvidos inalterados, a biodisponibilidade será 0,7 ou 70°/o .
Determinar a biodisponibilidade é importante para calcular a dosagem de fármaco
para vias de administração não IV. A via de administração do fármaco, bem como
as suas propriedades físicas e químicas afetam sua biodisponibilidade.
Determinação
de biodisponibilidade. A biodisponibilidade é determinada
pela comparação dos níveis plasmáticos do fármaco depois de uma via particular
de administração (p. ex., administração oral) com os níveis plasmáticos do
fármaco obtidos por injeção IV, na qual todo o fármaco entra na circulação
rapidamente. Quando o fármaco é administrado por via oral, somente parte da
dose aparece no plasma. Lançando a concentração plasmática do fármaco contra o
tempo, pode-se mensurar a área sob a curva (ASC). Essa curva reflete a extensão
da absorção do fármaco.
Fatores
que influenciam a biodisponibilidade.
Em contraste com a administração IV, que confere
100°/o de biodisponibilidade, a administração oral de um fármaco envolve
frequentemente metabolismo de primeira passagem. Esta biotransformação, além
das características físicas e químicas do fármaco, determina a quantidade de
fármaco que alcança a circulação e a que velocidade.
Biotransformação
hepática de primeira passagem.
Quando um fármaco é absorvido a partir do TGI,
primeiro ele entra na circulação portal antes de entrar na circulação sistêmica.
Se o fármaco é rapidamente biotransformado no fígado ou na parede intestinal
durante esta passagem inicial, a quantidade de fármaco inalterado que tem
acesso à circulação sistêmica diminui. Fármacos que sofrem biotransformação de
primeira passagem elevada devem ser administrados em quantidade suficiente para
assegurar que fármaco ativo suficiente alcance a concentração desejada.
Solubilidade
do fármaco.
Fármacos muito hidrofílicos são pouco absorvidos
devido à sua inabilidade em atravessar as membranas celulares ricas em
lipídeos. Fármacos extremamente hidrofóbicos são também pouco absorvidos, pois
são totalmente insolúveis nos líquidos aquosos do organismo e, portanto, não
têm acesso à superfície das células. Para que um fármaco seja bem absorvido,
ele deve ser basicamente hidrofóbico, mas ter alguma solubilidade em soluções
aquosas. Essa é uma das razões pelas quais vários fármacos são ácidos fracos ou
bases fracas.
Instabilidade
química.
Alguns fármacos, como a
benzi/penicilina, são instáveis no pH gástrico. Outros, como a insulina, são
destruídos no TGI pelas enzimas.
Natureza
da formulação do fármaco.
A absorção do fármaco
pode ser alterada por fatores não relacionados com a sua estrutura química. Por
exemplo, o tamanho da partícula, o tipo de sal, o polimorfismo cristalino, o
revestimento entérico e a presença de excipientes (como os agentes aglutinantes
e dispersantes) podem influenciar a facilidade da dissolução e, por isso,
alterar a velocidade de absorção.
BIOEQUIVALÊNCIA:
Duas preparações de fármacos relacionados são bioequivalentes se eles
apresentam biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para alcançar o
pico de concentração plasmática.
EQUIVALÊNCIA TERAPÊUTICA: Dois
medicamentos são terapeuticamente iguais se eles são farmaceuticamente
equivalentes com perfis clínicos e de segurança similares. (Nota: a eficácia
clínica com frequência depende da concentração sérica máxima e do tempo
necessário [após a administração] para alcançar o pico de concentração.
Portanto, dois fármacos que são bioequivalentes podem não ser equivalentes
terapeuticamente.).
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Diuréticos osmóticos, Diuréticos de Alça, Inibidores de Anidrase Carbônica, Diuréticos Tiazídicos, Inibidores competitivos da aldosterona
1. INTRODUÇÃO
Diuréticos são fármacos que aumentam a eliminação de eletrólitos (especialmente sódio e íons cloreto) e água. Esses fármacos são utilizados no tratamento de edemas resultantes de uma variedade de causas, como por exemplo insuficiência cardíaca congestiva, síndrome nefrótica, doenças crônicas do fígado, em associação à hipertensão, hipercalcemia, diabetes, glaucoma, entre outros.
2. CLASSIFICAÇÃO
Podem ser assim classificados:
1) Diuréticos de
alta eficácia (> 15%) ou potentes, com ação na porção espessa
ascendente na alça de Henle, como furosemida e bumetanida;
2) Diuréticos de eficácia média (5% a 10%), com ação na porção
inicial do túbulo distal: tiazídicos e correlatos − clorotiazida,
hidroclorotiazida, clortalidona e indapamida;
3) Diuréticos fracos
ou adjuntivos (≤ 5%), em geral poupadores de potássio, com
ação na porção final do túbulo distal (troca de Na+, K+/H+) −
amilorida, triantereno e espironolactona, este último antagonista
competitivo da aldosterona.
3. FISIOLOGIA RENAL
Os rins desempenham duas funções
primordiais no organismo: 1º) eliminação
de produtos terminais do
metabolismo orgânico, como uréia,
creatinina e ácido úrico e, 2º) controle
das concentrações da água e da maioria
dos constituintes dos líquidos do
organismo, tais como sódio, potássio,
cloro, bicarbonato e fosfatos.
Cerca de 25% do débito cardíaco é enviado aos rins, com sua quase totalidade reabsorvida (cerca de 99%). A taxa de filtração glomerular é de 120mL por minuto. E cerca de 1,5L de urina são eliminados diariamente, dependendo do tamanho corporal, idade, capacidade de filtração e de reabsorção renal do paciente.
Os principais mecanismos através os
quais os rins exercem as suas funções
são a filtração glomerular, a reabsorção tubular
e a secreção tubular de diversas substâncias.
O processo de transporte de substâncias através dos rins são:
1) Transporte passivo;
2) Difusão simples;
3) Difusão facilitada (uniporte);
4) Transporte Ativo - Usam energia da hidrólise de ATP
5) Simporte (co-transporte);
6) Antiporte (Contra-transporte).
Para uma melhor compreensão das principais funções renais, segue abaixo:
A) FILTRAÇÃO GLOMERULAR
A filtração do plasma nos glomérulos,
obedece às diferenças de
pressão existentes no glomérulo. A
pressão nas artérias arqueadas é de
aproximadamente 100mmHg. As duas
principais áreas de resistência ao fluxo
renal através do néfron são as arteríolas
aferente e eferente. A pressão de
100mmHg na arteríola aferente, cái para
uma pressão média de 60mmHg nos
capilares do glomérulo, sendo esta a
pressão que favorece a saída do flitrado
do plasma para a cápsula de Bowman.
A pressão no interior da cápsula de
Bowman é de cerca de 18mmHg. Como
nos capilares glomerulares 1/5 do plasma filtra para o interior da cápsula,
a concentração de proteinas aumenta
cerca de 20% à medida que o sangue
passa pelos capilares do glomérulo,
fazendo com que a pressão coloidoosmótica
do plasma se eleve de 28 para
36mmHg, com um valor médio de
32mmHg, nos capilares glomerulares.
A pressão no interior da cápsula de
Bowman e a pressão coloido-osmótica
das proteinas do plasma são as forças que
tendem a dificultar a filtração do plasma
nos capilares glomerulares. Dessa forma
a pressão efetiva de filtração nos capilares
glomerulares é de apenas 10mmHg,
ou seja, a diferença entre a pressão
arterial média nos capilares (60mmHg)
e a soma da pressão da cápsula de
Bowman com a pressão coloido-osmó-
tica do plasma.
B) REABSORÇÃO TUBULAR
O filtrado glomerular que alcança os
túbulos do néfron flui através do túbulo
proximal, alça de Henle, túbulo distal e
canal coletor, até atingir a pelve renal.
Ao longo desse trajeto mais de 99% da
água filtrada no glomérulo é reabsorvida,
e o líquido que penetra na
pelve renal constitui a urina propriamente
dita. O túbulo proximal é
responsável pela reabsorção de cerca de
65% da quantidade de água filtrada nos
capilares glomerulares, sendo o restante
reabsorvido na alça de Henle e no
túbulo distal. A glicose e os aminoácidos
são quase inteiramente reabsorvidos
com a água enquanto outras substâncias,
por não serem reabsorvidos no túbulos,
tem a sua concentração no líquido
tubular aumentada em cerca de 99
vêzes.
A reabsorção da glicose exemplifica
bem os mecanismos de reabsorção de
determinadas substâncias dentro dos
túbulos renais. Normalmente não existe
glicose na urina ou no máximo, existem
apenas ligeiros traços daquela substância,
enquanto no plasma a sua
concentração oscila entre 80 e 120mg%.
Toda a glicose filtrada é ràpidamente
reabsorvida nos túbulos. À medida que
a concentração plasmática de glicose se
aproxima dos 200mg%, o mecanismo reabsortivo é acelerado até atingir o
ponto máximo, em que a reabsorção se
torna constante, não podendo ser mais
aumentada. Esse ponto é chamado
limiar de reabsorção da glicose. Acima
do valor plasmático de 340mg%, a
glicose deixa de ser completamente
absorvida no sistema tubular e passa para
a urina, podendo ser facilmente detectada
pelos testes de glicosúria.
Os produtos terminais do metabolismo,
como a uréia, creatinina e uratos
tem outro tratamento nos túbulos
renais. Apenas quantidades moderadas
de uréia, aproximadamente 50% do total
filtrado, são reabsorvidos nos túbulos
enquanto a creatinina não é reabsorvida.
Os uratos são reabsorvidos em cerca de
85%, da mesma forma que diversos
sulfatos, fosfatos e nitratos. Como todos
são reabsorvidos em muito menor
proporção que a água, a sua concentração
aumenta significativamente na
urina formada.
A reabsorção nos túbulos renais
obedece à diferença de concentração das
substâncias entre o espaço intersticial
peri-tubular e os vasos retos peritubulares.
A reabsorção de água é dependente
da reabsorção de íon sódio, que é o
soluto mais reabsorvido nos túbulos
renais.
Existem ainda dois mecanismos de
intercâmbio muito importantes. O
primeiro se refere à troca de íon sódio
(Na+) pelo íon hidrogênio (H+), nos
túbulos, como parte dos mecanismos de
regulação renal do equilíbrio ácidobásico.
Quando há necessidade de
eliminar íon hidrogênio, os túbulos
secretam ativamente o hidrogênio para
a luz, dentro do filtrado e, em troca, para
manter o equilíbrio iônico absorvem o
íon sódio. O outro mecanismo de
intercâmbio corresponde à reabsorção
de íons cloreto (Cl-
) quando há necessidade
de se eliminar ácidos orgânicos
pelo mecanismo de secreção tubular.
Os mecanismos de transporte na
reabsorção tubular podem ser ativos ou
passivos, dependendo da necessidade de
utilizar energia celular para a sua
realização. O sódio, a glicose, os fosfatos
e os aminoácidos estão entre as substâncias
cujo transporte é feito com
utilização de energia celular, transporte
ativo, enquanto o transporte da água,
uréia e cloretos não necessita consumir
a energia das células (transporte passivo).
C) SECREÇÃO TUBULAR
A secreção tubular atua em direção
oposta à reabsorção. As substâncias são
transportadas do interior dos capilares
para a luz dos túbulos, de onde são
eliminadas pela urina. Os mecanismos
de secreção tubular, à semelhança dos
mecanismos de reabsorção, podem ser
ativos ou passivos, quando incluem a
utilização de energia pela célula para a
sua execução ou não. Os processos de
secreção mais importantes estão relacionados
à secreção tubular de íon hidrogênio, potássio e amônia. Determinadas
substâncias são eliminadas do
organismo pelos mecanismos de secreção tubular, após metabolização no
fígado.
4) CLASSES E MECANISMOS DE AÇÃO:
Os diuréticos são substâncias que
aumentam a formação de urina e sua
principal aplicação é reduzir a quantidade
total de líquidos no organismo.
Durante a circulação extracorpórea
alguns diuréticos podem ser utilizados,
com aquele objetivo. As diversas substâncias
com efeitos diuréticos tem
mecanismos de ação diferentes.
Ao se administrar um diurético,
ocorre a eliminação associada de sódio
e água. Se o diurético eliminasse apenas
a água dos líquidos orgânicos, haveria
um aumento da concentração de sódio
nos líquidos, que se tornariam hipertônicos
e provocariam uma resposta dos
receptores osmóticos, seguida de aumento
da secreção do hormônio antidiurético.
O excesso desse hormônio
promoveria a reabsorção de grande
quantidade de água nos túbulos, anulando
os efeitos do diurético. Quando
o sódio é eliminado junto com a água, a
concentração iônica dos líquidos se
mantém e não há estimulação antidiurética.
A) Diuréticos osmóticos
O manitol é uma substância que
quando injetada na circulação, pode
atravessar facilmente os poros da
membrana glomerular, sendo inteiramente
filtrada pelos glomérulos. Suas
moléculas, contudo, não são reabsorvidas
nos túbulos renais e a sua presença
no líquido dos túbulos gera uma
sobrecarga osmótica importante. Essa
pressão osmótica elevada no interior dos
túbulos impede a reabsorção da água,
fazendo com que grandes quantidades
de filtrado glomerular atravessem os túbulos e sejam eliminados como urina.
Níveis muito elevados de glicose no
sangue produzem uma diurese osmótica
semelhante à do manitol.
Obs.: O manitol também é utilizado via oral devido a propriedade osmótica, geralmente indicado para exames de colonoscopia - concentração 20%.
B)Diuréticos de Alça
São substâncias capazes de reduzir os
sistemas transportadores nas células
tubulares, diminuindo a reabsorção
ativa dos solutos tubulares e, portanto,
aumentando a pressão osmótica no
interior dos túbulos, propiciando
grande aumento da eliminação de urina.
Os principais diuréticos desse tipo são
a furosemida e o ácido etacrínico.
A furosemida bloqueia a reabsorção
ativa do íon cloro na porção ascendente
da alça de Henle e no segmento restante
do túbulo distal. Como os íons cloro
não são reabsorvidos, os íons positivos
absorvidos em conjunto, principalmente
o sódio também não são absorvidos.
O bloqueio da reabsorção de
cloro e sódio determina diurese, porque
permite que grandes quantidades de
solutos sejam levadas até os túbulos
distais onde atuam como agentes
osmóticos e impedem a reabsorção da
água. Além disso, a incapacidade de
reabsorver íons cloro e sódio pela alça
de Henle para o interstício medular,
diminui a concentração daqueles íons
no líquido intersticial medular e a
capacidade de concentrar urina fica
muito reduzida. Esses dois mecanismos
tornam a furosemida um diurético
muito eficiente.
Existem outros diuréticos que atuam
por mecanismos diferentes, mas não são
aplicados nas situações agudas, como na
circulação extracorpórea.
C) Inibidores de Anidrase Carbônica
A anidrase carbônica está presente em vários pontos do néfron, incluindo membranas luminal e basolateral, no citoplasma das células epiteliais e nas hemácias da circulação renal. Contudo, a predominância dessa enzima é na membrana luminal do túbulo proximal, catalizando a desidratação do H2SO3. Os inibidores de anidrase bloqueiam a reabsorção do bicarbonato de sódio no túbulo proximal, gerando diurese de NaHCO3 e diminuição das reservas corporais totais de bicarbonato. A anidrase também está envolvida na secreção de prótons no ducto coletar, portanto, este se torna um local secundário para a ação do fármaco.
D) Diuréticos Tiazídicos
Os diuréticos
tiazídicos foram os primeiros anti-hipertensivos
disponíveis para uso em larga escala. Lançados em
meados dos anos 50, continuam a ser administrados,
isolados ou em associação, a milhões de hipertensos
em todo o mundo. Foi com essa classe de drogas
que se demonstrou redução da morbimortalidade
com o tratamento anti-hipertensivo.
Os derivados tiazídicos, como a clortalidona
e hidroclorotiazida, atuam basicamente na parte
proximal dos túbulos contorcidos distais, bloqueando
o cotransportador de sódio-cloreto na membrana
luminal das células tubulares. Sob
condições favoráveis, esses agentes fazem com que de
5% a 10% do filtrado glomerular passe para a urina.
E) Inibidores competitivos da aldosterona
Temos como antagonistas da aldosterona a
espironolactona e esplerenona, que competem com
esse hormônio pelos sítios receptores nas células
epiteliais do túbulo coletor cortical, reduzindo a
absorção de sódio e secreção de potássio nesse
segmento tubular. Consequentemente, o
sódio permanece no túbulo agindo como diurético
osmótico e causando aumento da excreção de água e
sódio. Na medida em que esses fármacos bloqueiam
os efeitos da aldosterona de promover a secreção de
potássio pelos túbulos, eles diminuem a excreção
desse íon, aumentando sua concentração no líquido
extracelular, e por isso são referidos como diuréticos
poupadores de potássio.
Um estudo sobre os diferentes tipos de reações adversas: Reações adversas dos diuréticos
terça-feira, 5 de maio de 2015
Ecotoxicologia
INTRODUÇÃO
O mundo busca por perspectivas de modificações no
âmbito dos ecossistemas e suas interações, pois é conhecido a necessidade
de desenvolvimento sustentável e de práticas de produção denominadas “práticas
verdes”, que resultem em menos resíduos ou desperdícios. As práticas industriais
visam a fabricação de produtos de maneiras menos agressivas para o meio
ambiente.
A sustentabilidade ganha destaque a partir da década de
1980 com o Relatório de Brundtland (ONU, 1987), onde a Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento possui uma visão crítica sobre o
modelo de desenvolvimento utilizado pelas indústrias, ressaltando assim um
risco grande sobre o uso excessivo dos recursos naturais sem levar em
conta o ecossistema. Outro fator importantíssimo é o rápido crescimento populacional
que acabou gerando uma grande dependência humana de energia fóssil, o que
agride e muito o meio ambiente de tal forma que os impactos causados por
ações antrópicas ao longo dos anos são praticamente irremediáveis na
atualidade. O meio ambiente necessita que possamos começar a criar ou adotar
boas práticas para atender as necessidades de uma forma sustentável, uma
boa prática que pode ser discutida é a inclusão digital, que já é corrente
em diversos países, pois equipamentos que ao invés de serem descartados,
são repassados e reaproveitados, prolongando o tempo de uso do equipamento
e ajudando não só o meio ambiente, mas também ajudando a sociedade. A
sustentabilidade também faz uma comparação contextual ecológica de um passado,
presente e futuro. O primeiro serve como parâmetros de sustentabilidade,
enquanto que o último requer a definição do estado desejável na sociedade
no futuro. Experiências políticas passadas, que tentaram impor às gerações
presentes os sacrifícios necessários para construir o futuro revelam o
relacionamento conflituoso e complexo subjacente a um problema
aparentemente simples conceitual ou taxonômico. Enquanto as práticas dominantes
na sociedade seja ela política, econômica e cultural, que são determinadas
pelas elites de poder, essas mesmas elites são também as principais
referências para a produção e disseminação de ideias, valores e representações
coletivas (PEREIRA et al, 2013).
A ecotoxicologia pode ser definida como a caracterização,
entendimento e prognóstico dos efeitos deletérios de produtos químicos ou
misturas de substâncias de origem antropogênicas, produzidos pelo ser humano no
meio ambiente.
A ecotoxicologia é o estudo dos efeitos tóxicos de
substâncias químicas e efluentes industriais em uma população, na comunidade e
também no ecossistema, bem como das medidas necessárias para prever, conter ou
tratar danos causados.
Dentre as classes dos poluentes de origem antropogênica
mais comuns, podem destacar-se os agrotóxicos, herbicidas, inseticidas,
fungicidas, entre outros.
Para análise do efeito e determinação de seus mecanismos de
ação, do risco e das prevenções necessárias, e gerenciamento de poluentes, além
do entendimento da toxicologia sobre os diferentes níveis organizacionais da
ecologia.
O termo ecotoxicologia compreende, ainda, o estudo da
influência de fatores bióticos e abióticos sobre as respostas aos poluentes.
Bióticos: incluem os tipos de organismos vivos e suas
características intrínsecas (tamanho, fase de desenvolvimento, sazonalidade,
estado nutricional, entre outros) e da biotransformações decorrentes.
Abióticos: correspondem as características do ambiente (ar,
água, e ambiente) como temperatura, pH, oxigenação, além das transformações
físico-químicas.
DISTRIBUIÇÃO, BIOACUMULAÇÃO E BIOMAGNIFICAÇÃO DE POLUENTES
NO MEIO AMBIENTE
O termo distribuição (em ecotoxicologia) refere-se ao local
onde se encontra determinado poluente, uma mistura de poluentes, bem como seus
derivados ou produtos de biotransformação, o que inclui o ambiente externo e os
organismos. Também se considera, no termo distribuição, a localização final de
uma substância em um organismo após sua dispersão no meio.
O termo bioacumulação, por sua vez, é geral e relacionado
ao maior acúmulo, em relação a eliminação da substância tóxica. O processo de
acumulação está diretamente relacionado a via em que as substâncias usam para
serem absorvidas.
O processo de absorção é que define se um organismo vai
apresentar concentração mais alta de um composto do que o meio onde se encontra.
A bioacumulação depende da velocidade da absorção, da via
de absorção e da velocidade em que a substância é eliminada.
Como regra geral, quanto maior for a hidrofobicidade de uma
substância, maior serão sua capacidade em se bioacumular.
Outro ponto para correlacionar a bioacumulação de um
composto é pelo Koctanol/água. Quando maior o Ko/a indica alta hidrofobicidade
e também sugere alta capacidade de se bioacumular.
A bioacumulação pode acontecer de forma direta, pelo
ambiente que envolve os organismos, ou ainda, indiretamente, pela alimentação.
A biomagnificação, por sua vez, é o acúmulo de um poluente
e/ou seus derivados, nos diferentes níveis tróficos, pela transferência via
organismos menores, que são fontes de alimentos para organismos maiores.
Geralmente envolve uma sequência de etapas de bioacumulação que ocorrem na
cadeia alimentar, resultando no aumento da concentração de um poluentes em
organismos do topo da cadeira (ou topo do nível trófico).
MECANISMOS DE BIOTRANSFORMAÇÃO E DEGRADAÇÃO MOLECULAR DE
POLUENTES
A biotransformação de poluentes utiliza também enzimas
específicas presentes nas mais variadas espécies, para a conversão desses
metabólitos em produtos de biotransformação.
A metabolização dos compostos xenobióticos ocorre em três
fases: as fases I e II correspondem a biotransformação desses compostos e a
fase III corresponde à excreção dos produtos resultantes da biotransformação
(VAN DER OOST, BAYER, VERMEULEN, 2003).
Se um composto tóxico é rapidamente metabolizado,
resultando em moléculas não tóxicas no ambiente, provavelmente o composto não
apresentará riscos expressivos a um ecossistema. Porém, se os metabólitos
formados forem mais tóxicos que o precursor, a compreensão do processo
metabólico de biotransformação, em seus vários estágios, é essencial para a
avaliação de risco e remediação do ambiente.
RESPOSTAS BIOQUÍMICAS E FISIOLÓGICAS DE ORGANISMOS EXPOSTOS
A POLUENTES E SEUS EFEITOS NAS POPULAÇÕES, COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS
As estratégias adaptativas que conferem resistência aos
organismos frente as adversidades do ambiente. A capacidade intrínseca de
percepção, sinalização e resposta às variáveis ambientais é uma característica
comum a todos os organismos, importante na manutenção de seus processos vitais
durante as situações de estresse ambiental.
Os organismos respondem ao estresse induzido por poluentes
para se protegerem, ou seja, prevenindo ou diminuindo a interação dos
componentes celulares, ou ainda recuperando-se de danos já causados.
As células constituem o sítio primário de interação entre
os poluentes e os sistemas biológicos.
São preditivos para análise da relação entre exposição,
efeitos primários e consequências ecológicas, bem como sobre mudanças
provocadas quando acionadas os mecanismos de proteção celular, e os possíveis
mecanismos de ação, que é fundamental na extrapolação e predição de outros
efeitos.
Algumas respostas celulares facilitam a identificação de
uma toxicidade específica. Essas alterações genéticas podem gerar mudanças
ecológicas. Uma dessas mudanças são alterações disparadas por poluentes
ambientais, denominada "microevolução devido a poluição", podendo ser
observado no decorrer de algumas gerações.
Essas mudanças ocorrem mediante danos genéticos diretos ou
indiretos. Sendo eles:
I) Danos diretos: estão relacionados ao dano que a
substância exerce sobre o código genético (mutações puntuais, rearranjos,
depleções, etc).
II) Danos indiretos: são resultados de alterações na variabilidade
genética de uma população, induzido por poluição.
Na busca por evitar danos maiores, as células possuem
mecanismos de defesa e reparo. Os processos incluem respostas celulares de
longo e curto prazos, dentro de limites geneticamente estabelecidos, que
envolvem reorganização de vias bioquímicas e ativação de proteínas de
defesa.
Essa capacidade de adaptação bioquímica é, portanto, uma
importante propriedade encontrada em todos os seres vivos, e é responsável pela
ampliação dos seus limites de resistência as adversidades do meio.
O fato de alterações na estrutura celular e fisiologia
resultarem ou não em efeitos tóxicos dependerá de vários parâmetros, como
respostas adaptativas envolvidas. As mudanças celulares provocadas ingluenciam
em parâmetros populacionais importantes, como seu crescimento, desenvolvimento,
reprodução e saúde.
A toxicidade dos poluentes varia em função do tempo e
de suas concentrações, podendo ser dividida em efeitos agudos e crônicos:
I) Efeitos agudos: causados por rápidas exposições e altas
concentrações de poluentes. São efeitos mais perigosos, podendo causar graves
desordens fisiológicas até a morte por envenenamento.
II) Efeitos crônicos: estão relacionados com a exposição
prolongada de concentrações baicas, o que resulta em efeitos por acumulação,
são os principais focos de estudos em ecotoxicologia.
A ação das substâncias tóxicas é condicionada a vários
fatores ecológicos, instrínsecos e extrínsecos, peculiares a cada sistema
ecológico:
I)Fatores intrínsecos: referem-se as características da
espécie estudada, como sua genética, estado fisiológico, ciclo de vida, entre
outros.
II) Fatores extrínsecos: referem-se aos fatores ambientais
(temperatura, pH, salinidade, dureza da água, características físico-químicas
do solo, entre outros).
Esses fatores podem modificar quimicamente as substâncias
tóxicas, tornando-as mais ou menos tóxicas, afetando sua disponibilidade e
alterando a tolerância dos organismos ao mesmo.
AVALIAÇAO DE RISCO ECOTOXICOLÓGICO
Um dos objetivos desse teste é fornecer dados científicos
que possam ser utilizados para a avaliação do risco da presença de substâncias
químicas no meio ambiente e na dinâmica populacional, assim como estabelecer
limites de segurança nos mais diversos ecossistemas, pela comparação de
substâncias e predição dos efeitos ambientais.
O Risco Ecotoxicológico pode ser expresso de várias
maneiras. Enquanto algumas avaliações provêm uma estimativa probabilística de
efeitos adversos e exposição a certos elementos, outras podem ser deterministas
ou nivelar qualitativamente através de coletas. Nestes casos, a probabilidade
de efeitos adversos é expressa através de comparações semiquantitativas ou
qualitativas de efeitos a exposição.
BIOMARCADORES DE AMBIENTES POLUÍDOS
Como o estudo ecotoxicológico apresenta uma complexidade a
nível de ecossistema, o monitoramento e avaliação do risco dos ambientes
impactados não podem ser baseados exclusicamente em análises químicas de
amostras ambientais. Desta forma, para avaliar os impactos dos poluentes na
qualidade ambiental é pertinente que sejam mensurados os efeitos que estas
substâncias causam nos organismos vivos destes ecossistemas. Nesse contexto, um
grupo apropriado para respostas biológicas são os biomarcadores.
Os biomarcadores produzem uma resposta biológica a um ou mais
compostos químicos que fornecem dados sobre exposição e, algumas vezes, sobre
efeitos tóxicos em nível de suborganismos ou organismos.
O uso de biomarcadores medidos ao nível celular ou molecular
tem sido proposto como uma ferramenta sensível de alerta para os efeitos
biológicos medidos em avaliações de qualidade ambiental. Uma das
características mais importantes dos biomarcadores é que sia avaliação antecipa
mudanças nos altos níveis de organização biológica, isto é, população,
comunidade ou ecossistema. Outra característica importante dos biomarcadores é
que estes podem detectar os efeitos tóxicos mediante exposição dos compostos
tóxicos e seus metabólitos, que em alguns casos são rapidamente metabolizados e
eliminados do organismo, como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs)
e os organofosforados (OPs).
É importante que a escolha do biomarcador seja realizada
com cuidado, sendo realizada de acordo com a espécie mais apropriada indicadora
da qualidade do ambiente em estudo. Valendo ressaltar que o uso de
biomarcadores no monitoramento ambiental exige um profundo conhecimento das
funções biológicas dos organismos utilizados. Além de identificar todas as
possíveis variações que possam influenciar essas respostas, para padronizar o
processo analítico. Avaliar a influência exercida pelas variações naturais
causadas por fatores intrínsecos e extrínsecos, para diferenciar os efeitos
da poluição da influência de outros fatores ambientais e das
variações fisiológicas sazonais normais de um possível biomarcador.
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS TÓXICOS
Os resíduos tóxicos podem ser considerados como um subgrupo
de resíduos perigosos. Sendo analisados de acordo com os riscos potenciais à
saúde pública e ao meio ambiente, para que possam ser gerenciados
adequadamente. São classificados como perigosos e não perigosos.
A classificação de um resíduo como tóxico, segundo as
normas da ABNT 10004, se dá em função de parâmetros como:
– Ensaios de lixiviação;
– Natureza e concentração AT;
– Potencial de migração para o
meio ambiente;
– Persistência e potencial de
degradação para constituintes não perigosos;
– Potencial de
bioacumulação ou do produto de degradação;
– Efeitos nocivos pela
presença de agente teratogênico, mutagênico, carcinogênico ou ecotóxico;
– DL50 ou CL50 em cobaias.
Essas atividades de gerenciamento
de resíduos, a NBR 10.004 é uma ferramenta imprescindível, sendo aplicada por
instituições e órgãos fiscalizadores. A partir da classificação estipulada pela
Norma, o gerador de um resíduo pode facilmente identificar o potencial de risco
do mesmo, bem como identificar as melhores alternativas para destinação final
e/ou reciclagem. Esta nova versão classifica os resíduos em três classes
distintas: classe I (perigosos), classe II (não-inertes) e classe III (inertes).
Classe 1 - Resíduos perigosos: são aqueles que apresentam
riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição
especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Classe 2 - Resíduos não-inertes: são os resíduos que não
apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais
como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São
basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe 3 - Resíduos inertes: são aqueles que, ao serem
submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de
seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de
potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em
contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos
não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito
lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição,
pedras e areias retirados de escavações. O quadro 1 mostra a origem, classes e
responsável pelos resíduos.
REMEDIAÇÃO E BIORREMEDIAÇÃO
A disposição inadequada de resíduos
domésticos e industriais, principalmente resíduos perigosos, implica na
contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos superficiais e
subterrâneos, sendo necessário, assim, a providência de medidas de remediação.
As tecnologias de remediação
pertencem a três categorias: retenção e imobilização, mobilização e
destruição.
A biorremediação é realizada
mediante utilização de seres vivos ou de
seus componentes na
eliminação ou redução de
poluentes no ambiente. Geralmente são processos que empregam microrganismos ou
suas enzimas para degradar compostos poluentes.
domingo, 4 de maio de 2014
Modelando e finalizando - Maio
Maio,
tradicionalmente o mês das noivas, chegou. Uma época que
pede penteados elaborados. Fora os casamentos, as festas em geral
exigem looks intactos por horas a fio. E, sim, isto é possível.
Selecionei produtos indispensáveis para os profissionais modelarem os
fios e evitarem o frizz. Anote e APOSTE!
1 – Spray Oil Mix, Nuno Cosméticos.
Formulado com um mix de óleos nutritivos, como os de ojon, macadâmia e
cálamo, o produto é um finalizador que pode ser aplicado em cabelos
secos, do comprimento às pontas. (Preço médio de r$ 28,50)
2 – Selante Reparador, Maxiline. Combate
as pontas duplas e sela cutículas capilares. O produto possui ação
condicionante e silicontes especiais em sua fórmula, que blindam os fios
das agressões térmicas. (preço R$ 32,90)
3 – Pomada Antifrizz, Mutari.
Com lanolina e manteiga de karité, o produto tem ação antifrizz para
alinhar os fios esvoaçantes. O uso é indicado após a chapinha, para
manter os cabelos no lugar. (Preço Médio: R$ 35,00)
4 – Mousse Modelador Power Fix, Sachê Professional. Desenvolvido
para modelar e dar volume aos cabelos, fixando os fios ao mesmo tempo
em que proporciona brilho e cuidados especiais, o produto permite a
estilização de qualquer penteado, tanto em cabelos lisos quanto em
cacheados.(Preço Médio: R$ 43,00)
5 - Spray Finalizador Diamante, Mutari:
Com diamante em pó em sua fórmula, é ideal para garantir brilho e
glamour aos penteados. O produto possui silicones especiais que formam
uma película protetora em volta dos fios, além de proporcionar brilho
intenso, revitalizar as madeixas e alinhar as pontas duplas. Preço
Médio: R$ 38,16A linha de tratamento capilar C. Kamura desenvolveu o Dust it – pó finalizador de textura leve e seca.
Os finalizadores
são fundamentais na hora de qualquer penteado e por isso, a linha de
tratamento capilar C. Kamura desenvolveu o Dust it – pó finalizador de
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fixação e efeito mate (fios sem aspecto oleoso).
O novo produto é
indicado para estilizar os fios, deixando-os encorpados e modelados,
além de mascarar a oleosidade excessiva. Para utilizá-lo, basta agitar
bem o frasco e aplicar uma pequena quantidade de pó modelador
diretamente nos fios secos na área que deseja estilizar, espalhar com as
pontas dos dedos e criar o penteado desejado.
Conheça! http://bit.ly/1rMonfv
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Eficácia e segurança da linagliptina em comparação à glimepirida em diabéticos tipo 2 inadequadamente controlados com metformina foram demonstradas em estudo divulgado pelo The Lancet
A adição
de uma sulfonilureia à metformina melhora o controle glicêmico em
pacientes com diabetes tipo 2,
mas está associada àhipoglicemia e ao ganho de peso. O objetivo do
ensaio clínico de não-inferioridade, randomizado,
duplo-cego, foi comparar um inibidor da dipeptidil peptidase-4 (linagliptina) à
uma sulfonilureia comumente usada (glimepirida) em pacientes com diabetes tipo 2inadequadamente
controlados com a metformina.
O presente estudo mostrou dois anos de eficácia e segurança da linagliptina em
comparação à glimepirida.
Pacientes com diabetes tipo 2 e hemoglobina
glicosilada A1c (HbA1c) variando entre 6,5
a 10%, em uso estável de monoterapia com metformina ou metformina associada a outro antidiabético oral (retirado durante a triagem clínica),
foram distribuídos aleatoriamente para receber linagliptina (5 mg) ou glimepirida (1-4 mg), por via oral, uma vez ao
dia. O desfecho primário foi a mudança na HbA1c basal em relação à 104° semana de
tratamento no estudo.
Um total de 777 pacientes foi
aleatoriamente designado para o uso de linagliptina e 775 para o uso de glimepirida. Na análise do
desfecho primário foram incluídos 764 pacientes do primeiro grupo e 755 do
segundo. A redução média da HbA1c basal foi semelhante em ambos os
grupos, usando linagliptina ou glimepirida.
Menor número de participantes apresentou hipoglicemia ouhipoglicemia grave quando em uso de linagliptina em
comparação ao uso de glimepirida.
A linagliptina foi significativamente associada a menos eventos
cardiovasculares.
Os resultados deste estudo de longo
prazo colaboram para as evidências clínicas e bases de eficácia comparativa
para as opções de tratamento disponíveis para pacientes com diabetes
mellitus tipo 2. As
descobertas podem melhorar a tomada de decisão para o tratamento clínico,
quando a metformina por si só não for suficiente para o
controle glicêmico.
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