segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Transtornos alimentares estão associados a problemas de fertilidade, gravidez não planejada e sentimentos negativos em relação à gravidez, diz estudo publicado no BJOG


Os transtornos alimentares estão associados a problemas de fertilidade, gravidez não planejada e sentimentos negativos em relação à gravidez, segundo dados de uma nova pesquisa do King’s College London and UCL, publicado no BJOG (An International Journal of Obstetrics and Ginaecology).
O estudo Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC) analisou 11.088 mulheres. Elas foram convidadas a preencher questionários na 12° e na 18° semanas de gestação. Do número total de mulheres, 171 (1,5%) tiveram anorexia em algum momento de sua vida, 199 (1,8%) tiveram bulimia e outras 82 (0,7%) haviam sofrido ambas as condições. As 10.636 restantes (96%) formaram o grupo de comparação da população geral.
A maior proporção de mulheres (39,5%) com histórico de anorexia e bulimia levou mais de seis meses para engravidar em comparação com a população em geral (25%). No entanto, elas não eram mais propensas a demorar mais de 12 meses para conceber do que a população geral.
O estudo descobriu que mulheres com anorexia e bulimia fazem mais tratamento de infertilidade (6,2%) do que a população geral (2,7%). No entanto, as mulheres com anorexia eram mais propensas a relatar gravidezatual não intencional. Neste grupo de mulheres 41,5% disseram que sua gravidez foi não planejada, em comparação com 28,6% de mulheres na população geral. Em comparação com este achado, as mulheres comanorexia e bulimia foram duas vezes mais propensas a considerar que "a maternidade significa um período de sacrifício pessoal".
A maioria das mulheres relatou sentir-se feliz quando descobrem que estão grávidas (71%). No entanto, os transtornos alimentares estão ligados a sentimentos negativos em relação à gravidez. Uma análise posterior mostrou que mais do dobro das mulheres com anorexia e bulimia relatam sentir-se infeliz quando descobrem que estão grávidas (9,8%) em comparação com aquelas da população geral (3,8%) que relatam sentir-se infeliz quando descobrem que estão grávidas.
Segundo a autora do estudo, Abigail Easter, do Institute of Psychiatry do King’s College London, “esta pesquisa destaca que há riscos de infertilidade associados aos transtornos alimentares. Porém, as altas taxas degravidez não planejada em mulheres com histórico de anorexia sugerem que as mulheres podem estar subestimando suas chances de conceber”.
Mulheres que planejam engravidar devem, idealmente, procurar tratamento para seus transtornos alimentares antes da concepção e os profissionais de saúde devem estar cientes da possibilidade da ocorrência desses transtornos ao avaliar a fertilidade e fornecer tratamento para tais condições. As mulheres com transtornos alimentares necessitam de mais apoio profissional durante os períodos pré-natal e pós-natal.
Fonte: BJOG – An International Journal of Obstetrics and Ginaecology de 3 de agosto de 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário