quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Barbitúricos

Os barbitúricos são derivados substituídos do ácido barbitúrico (malonilureia). Foram hipnóticos e sedativos populares no século XX até a década de 60.

 
Os barbitúricos são derivados substituídos do ácido barbitúrico (malonilureia). Foram hipnóticos e sedativos populares no século XX até a década de 60, atualmente não são utilizados de modo preferencial.
Os barbitúricos são depressores gerais de todas as células excitáveis, sendo o SNC o mais sensível a sua ação. Uma dose hipnótica de 100-200 mg de um barbitúrico de ação curta reduz o tempo de latência para o sono e aumenta a duração do sono. O indivíduo pode despertar do sono e se sentir confuso e instável quando acordado precocemente. Pode ocorrer tontura, distorções do humor, irritabilidade e letargia pela manhã após uma dose noturna. A dose sedativa de um barbitúrico de ação mais longa produz sonolência, redução da ansiedade e da excitabilidade. Todavia, essa ação ansiolítica não se mostra seletiva.
O aprendizado, a memória em curto prazo e o raciocínio são influenciados com o tratamento com barbitúricos. Em doses hipnóticas os barbitúricos levam a ligeira redução da pressão arterial e da frequência cardíaca e redução do tônus e da motilidade do intestino. Em doses anestésicas, os barbitúricos reduzem a contração muscular, ao deprimir a excitabilidade da junção neuromuscular. Em doses tóxicas, a função respiratória é deprimida; queda acentuada da pressão arterial com depressão do centro vasomotor e bloqueio ganglionar; diminuição da contratilidade cardíaca; redução do fluxo urinário e oligúria.
Os barbitúricos atuam no receptor de GABA subtipo GABAA potencializando a ação GABAérgica aumentando o tempo de abertura do canal de cloreto induzida pelo GABA, exercendo ação alostérica. Dessa forma, inibem a liberação de neurotransmissores dependentes do cálcio; deprimem a despolarização neuronal induzida pelo glutamato por meio dos receptores AMPA. Em concentrações elevadas, são capazes de deprimir os canais de sódio e de potássio.
 

Barbitúrico
Ação
 
 
TIOPENTAL
ULTRACURTA
AMOBARBITAL
INTERMEDIÁRIA
FENOBARBITAL
PROLONGADA
PENTOBARBITAL
PROLONGADA
SECOBARBITAL
PROLONGADA
 
O uso dos barbitúricos é bastante limitado já que apresenta estreito índice terapêutico. O fenobarbital é utilizado no tratamento da epilepsia na dose de 30-60 mg/3x dia por via oral e o tiopental empregado na anestesia. Como agentes ansiolíticos e hipnóticos foram substituídos pelos benzodiazepínicos. O fenobarbital pode ainda ser utilizado para acelerar a resolução da icterícia hemolítica por melhorar o transporte hepático da bilirrubina nestes pacientes.
Em relação a sua farmacocinética, os barbitúricos são bem absorvidos pelo trato gastrintestinal e apresenta boa distribuição corporal. A penetração no SNC depende da lipossolubilidade da molécula, o tiopental é altamente lipossolúvel penetrando quase que imediatamente no SNC. A ligação às proteínas plasmáticas é bastante variável no grupo, o tiopental liga-se 75% enquanto o fenobarbital 20%. É importante destacar que a lipossolubilidade do tiopental, faz com que ocorra a redistribuição do fármaco, ou seja, após a administração o fármaco se acumula nos tecidos gordurosos prolongando seu efeito. Os barbitúricos induzem ao metabolismo de vários fármacos, como varfarina, anticoncepcionais, griseofulvina e teofilina, reduzindo a sua eficácia.
Alguns indivíduos tratados com barbitúricos apresentam excitação, sendo a ocorrência mais comum em pacientes idosos. A ocorrência de precipitação de porfiria em alguns indivíduos constitui uma idiosincrasia. Um quadro de hipersensibilidade, exantema, edema nas pálpebras e nos lábios é apresentado por alguns pacientes. Verifica-se o desenvolvimento de tolerância com doses repetidas de barbitúricos. Ocorre dependência física e psicológica, risco para o uso abusivo. Os sintomas de abstinência consistem em alucinação, convulsão, delírio, excitação e morte.

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