quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Resistência dos Staphylococcus aureus

O Staphylococcus aureus é um coco gram positivo, considerado um patógeno humano oportunista e frequentemente está associado a infecções adquiridas na comunidade.

O Staphylococcus aureus é um coco gram positivo, considerado um patógeno humano oportunista e frequentemente  está associado a infecções adquiridas na comunidade e no ambiente hospitalar.
As infecções mais comuns desses microorganismos envolvem a pele (celulite, impetigo) e feridas em sitos diversos,podendo levar a episódios mais severos como bacteremia, pneumonia, osteomielite, endocardite, miocardite, pericardite, meningite, abcessos musculares e cerebrais.
Cada vez é mais comum a proporção de Staphylococcus aureus resistentes a várias drogas, principalmente entre os pacientes internados em UTI.
Dentre os mecanismos de resistência desse patógeno, é conhecida a resistência à Penicilina, a resistência à Oxacilina (MRSA) e também a resistência aos glicopeptídeos (GRSA).
O reconhecimento laboratorial dessas resistências e suas implicações clínicas tornam-se cada vez mais relevantes, com impacto assistencial e epidemiológico.
A primeira resistência descrita dos S.aureus foi em 1942, decorrente da produção de penicilinases, ou seja, produtoras das enzimas beta-lactamases, o que limitou o uso das penicilinas e seus derivados no decorrer dos anos subseqüentes.
Em 1960, a meticilina foi lançada no mercado como alternativa terapêutica para cepas produtoras de penicilinase, uma vez que essa droga não sofre ação dessa enzima.
Entretanto, já em 1961, já houve relatos de resistência  à meticilina, que passaram a ser descritos como Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA).
O mecanismo de resistência envolvido nos MRSA, está relacionado à alteração de proteínas ligadoras de penicilina (PBP) codificada pelo gene mecA e sem relação com a produção de beta-lactamases. A presença dessas proteínas nas bactérias faz com que a meticilina e os compostos penicilina-penicilinase resistente (PPR) tenha baixa afinidade pelo local de ligação, na parede celular bacteriana.
O grupo PPR é composto pelas drogas: Oxacilina, Meticilina, Nafcilina, Cloxacilina e Dicloxacilina, e constitui a classe de drogas de escolha para o tratamento de infecções por S.aureus produtores de penicilinase (beta lactamase positivo) que não apresentam alteração da PBP2a.
Oxacilina é a droga representante da classe das PPR, e a resistência a essa droga prediz resistência a todas as outras PPR e a todos os B-lactâmicos independente do resultado do antibiograma.
Há três mecanismos que conferem resistência do S.aureus para oxacilina: a resistência clássica, em que o gene Meca confere alteração nas PBP (PBP2a e PBP2’)  e dois outros tipos de resistência boderline em que há ausência do gene Meca, porém os pontos de coorte para oxacilina estão bem próximos daqueles que conferem resistência.
Para os MRSA, há como opção terapêutica clássica, os glicopeptídeos (vancomicina e teicoplamina), já que cepas MRSA são sempre resistentes a antibióticos beta-lactâmicos, a todas as cefalosporinas, assim como aos carbapenêmicos, independente do resultado do antibiograma.
Entretanto, desde 2001 já existem registros de resistência dos S.aureus à glicopeptídeos (VRSA), mediados pela presença do gen VanA, proveniente da transferência do material genético do Enterococcus faecalis para o S.aureus.
Para a identificação das resistências bacterianas é indispensável que os Laboratórios de Microbiologia, deflagrem a suspeita de resistência através de um método laboratorial adequado para fornecer ao clínico dados suficientes para uma terapêutica eficaz.
As recomendações do NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory Standards) para a detecção de resistência a oxacilina e vancomicina incluem: teste de sensibilidade por disco difusão, teste com ágar screening para oxacilina, teste com ágar screening para vancomicina e determinação do MIC (concentração inibitória mínima) por método de diluição.
Referência bibliográfica:
ROSSI F, ANDREAZZI, DB. Resistência Bacteriana: Interpretando o antibiograma. São Paulo.

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